At the movies
Sexta-feira, sessão da meia noite no Saldanha Residence.
Alguns cafés ainda abertos, e em todos a mesma resposta: não podem tirar cafés porque já desligaram a máquina. É daquelas coisas que me irritam. E que tal ligar a máquina? É uma máquina, faz o que nós mandamos, right?
Adiante.
Não sei há quanto tempo não ia ao cinema, mas cuspir 6 euros para ver um filme, parece-me excessivo. Talvez isto explique o sucesso dos dvds.
Vou cada vez menos ao cinema, mas vou sempre à sessão da meia noite, e normalmente não ao fim de semana. Desta feita, a sala estava mais composta. Um grupo de três raparigas e um rapaz (a atirar para o gaja) passou todas as apresentações em amena cavaqueira. Estou mal habituado a salas vazias, que adoro. Se querem falar, que tal ver um dvd em casa? O tipo à minha frente queixa-se que estou "a dar toques na cadeira", o que me parece ser difícil evitar quando o espaço entre as cadeiras é de 12,5 cm. Curiosamente, o senhor das costas hipersensíveis não se incomodou com a conversa incessante das gajas.
Passou o trailer de "Entre os dedos", um filme português que até me suscitava alguma curiosidade. Como habitualmente nos filmes portugueses, o objectivo do trailer é ser incompreensível, arty e, basicamente, dizer às pessoas "não venham ver este filme, por favor". Objectivo alcançado, génios.
Depois, o filme, "Destruir depois de ler", de Joel e Ethan Cohen. Tem bonecos engraçados, Brad Pitt, Clooney e McDormand vão muito bem, mas é claramente um filme menor. Não por ser uma comédia parva - como dizem aqueles críticos para quem "Este país não para velhos" é o melhor filme da dupla de irmãos - mas porque, em termos de comédia, já fizeram muito melhor. Talvez eu estivesse cansado, mas há alturas em que chega a ser um bocado secante. Um tiro ao lado, mas vê-se.
Em termos de Cohen, este filme está a anos-luz de "Fargo" e de "Barton Fink".
E, sobretudo, a uma galáxia muito distante de "O Grande Lebowski", esse filme absolutamente genial que, para mim, continua a ser a melhor comédia negra dos últimos 20 anos.
Fica aqui a sugestão. Todos deviam ver "o Grande Lebowski" pelo menos uma vez por ano. Esqueçam as novidades. O ouro é este.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Embora ali matar uns pretos que eles magoam muito
Sucessor de Joerg Haider confessou que era seu amante.
Sucessor de Joerg Haider confessou que era seu amante.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
The real McCoy
Na quinta-feira, se tiverem um tempinho livre e quiserem estimular a vossa mente estupidificada com alcool e coisas mais fortes, dêem um saltinho ao Londres. É às 20h30, uma sessão do festival Doc Lisboa, e chama-se "Gonzo: The life and works of Dr. Hunter S. Thompson".
Para quem não sabe, Hunter Thompson foi um jornalista americano que estilhaçou por completo o paradigma do que um jornalista deve ser. Inventou o estilo Gonzo, em que o jornalista está no centro da acção, e o leitor vê tudo através dos seus olhos, e não como se estivesse a ver uma coisa neutra e objectiva. Tudo isto num estilo cortante, hilariante e carregado de drogas. Era um génio, e é o meu herói.
Escreveu alguma ficção boa, mas o seu grande talento estava sobretudo no seu trabalho, naquele estilo jornalismo/ficção que tanto gozo dá a ler. Escreveu sobre tudo, desde os Hell Angels ao rock n roll, de Nixon (o seu ódio de estimação) ao Vietname, tudo à procura do American Dream (que, concluiu ele, é podre até ao âmago).
Para quem estiver interessado, recomendo quase tudo dele, mas saliento "Hells Angels", o seu primeiro livro, "Fear and Loathing in Las Vegas" ou qualquer um dos capítulos do seu trabalho compilado (a Fnac do Chiado acabou de receber, finalmente, um carregamento fresquinho).
Este foi o tipo que deixou como desejo, para quando morresse, que disparassem as suas cinzas de um supercanhão de mais de 20 metros de altura. O seu amigo Johnny Depp financiou a construção do canhão, e isso também aparece no documentário. Isso e muito mais.
Façam-me um favor: vão ver o filme, e leiam o homem.
A sério.
Na quinta-feira, se tiverem um tempinho livre e quiserem estimular a vossa mente estupidificada com alcool e coisas mais fortes, dêem um saltinho ao Londres. É às 20h30, uma sessão do festival Doc Lisboa, e chama-se "Gonzo: The life and works of Dr. Hunter S. Thompson".
Para quem não sabe, Hunter Thompson foi um jornalista americano que estilhaçou por completo o paradigma do que um jornalista deve ser. Inventou o estilo Gonzo, em que o jornalista está no centro da acção, e o leitor vê tudo através dos seus olhos, e não como se estivesse a ver uma coisa neutra e objectiva. Tudo isto num estilo cortante, hilariante e carregado de drogas. Era um génio, e é o meu herói.
Escreveu alguma ficção boa, mas o seu grande talento estava sobretudo no seu trabalho, naquele estilo jornalismo/ficção que tanto gozo dá a ler. Escreveu sobre tudo, desde os Hell Angels ao rock n roll, de Nixon (o seu ódio de estimação) ao Vietname, tudo à procura do American Dream (que, concluiu ele, é podre até ao âmago).
Para quem estiver interessado, recomendo quase tudo dele, mas saliento "Hells Angels", o seu primeiro livro, "Fear and Loathing in Las Vegas" ou qualquer um dos capítulos do seu trabalho compilado (a Fnac do Chiado acabou de receber, finalmente, um carregamento fresquinho).
Este foi o tipo que deixou como desejo, para quando morresse, que disparassem as suas cinzas de um supercanhão de mais de 20 metros de altura. O seu amigo Johnny Depp financiou a construção do canhão, e isso também aparece no documentário. Isso e muito mais.
Façam-me um favor: vão ver o filme, e leiam o homem.
A sério.
Respect
Eu não gostava do Penafiel. Eu não gosto de equipa nenhuma acima do Mondego. O final da minha infância, toda a minha adolescência e boa parte da minha idade adulta foi passada a ver o Benfica perder e empatar em campos de batatas de 5 metros de comprimento, contra equipas em que metade dos jogadores eram emprestados pelo Porto, e em que os árbitros nos roubavam desavergonhadamente enquanto o Nicolau de Melo tinha orgasmos com golos do Feirense na baliza do Glorioso. Tremo só de me lembrar da conjugação Nicolau de Melo/ gajo do trompete do Porto/ o Folha a celebrar golos à toureiro.
Adiante.
Depois do jogo com o Benfica, eu agora já gosto do Penafiel. Grande jogo, grandes jogadores, grande alma, grande humildade, tudo. Tiveram azar. Pelo que fizeram, pela atitude, pelo futebol, pela simplicidade, mereciam ter eliminado o meu Benfica em plano Estádio da Luz.
Um Benfica sem chama, apático, com claros erros de casting, a ver a banda passar, não merecia seguir em frente. Para além de muitos jogadores de merda, o grande problema do Benfica nos últimos anos tem sido psicológico. E essa grande fraqueza, viu-se com o Leixões e voltou a ver-se ontem, continua lá, e isso leva-nos a poder perder qualquer jogo, seja contra quem for.
Tal como salientou o comentador da TVI, no único comentário não imbecil que fez durante mais de duas horas, nos penaltis, o treinador do Penafiel contou o que disse aos jogadores: "que metam a bola lá dentro"; entretanto, Luisão discutia com o árbritro porque queria os penaltis na outra baliza. Por tudo, os pequeninos mereciam ter ganho. Foram homens, foram grandes.
Só algumas notas individuais, ao estilo do Rui Santos:
Balboa - uma nódoa completa. Vê-se que não tem estofo psicológico, completamente desenquadrado do resto da equipa. Perdeu bolas atrás de bolas, muitas delas infantis. Se Quique o conseguir recuperar, é um mágico.
Makukula - Bom jogo. Esforço, dedicação, luta, e bons pormenores à frente. Merece jogar mais vezes.
Di Maria - tanto futebol naqueles pés, nada naquela cabeça. Quando aprender a jogar em equipa, vai ser fantástico. Pode é nunca lá chegar.
Reyes - a vedeta saiu do banco e comeu a relva. Muita entrega, dos poucos que decidiu levar o jogo a sério.
Sidnei - temos jogador. Espero que fique no Benfica até ser um jogador feito.
Léo - vítima da embirração incompreensível de Quique, não é o mesmo jogador, o Maradoninha que tanto gozo deu ver jogar. Quique parece querer que ele fique cá atrás, só a defender, mas com isso Léo perde o que tem de melhor.
Binya - Tem talento mas é um bronco. Um jogador do Benfica não pode ser tão precipitado e tomar tantas decisões erradas. Acho que não terá grande remédio.
PS - Aquela merda de ter música aos altos berros entre as grandes penalidades é completamente imbecil. Num momento de concentração, estar a levar com tecno é um bocado idiota. Ninguém toma conta destas merdas?...
Eu não gostava do Penafiel. Eu não gosto de equipa nenhuma acima do Mondego. O final da minha infância, toda a minha adolescência e boa parte da minha idade adulta foi passada a ver o Benfica perder e empatar em campos de batatas de 5 metros de comprimento, contra equipas em que metade dos jogadores eram emprestados pelo Porto, e em que os árbitros nos roubavam desavergonhadamente enquanto o Nicolau de Melo tinha orgasmos com golos do Feirense na baliza do Glorioso. Tremo só de me lembrar da conjugação Nicolau de Melo/ gajo do trompete do Porto/ o Folha a celebrar golos à toureiro.
Adiante.
Depois do jogo com o Benfica, eu agora já gosto do Penafiel. Grande jogo, grandes jogadores, grande alma, grande humildade, tudo. Tiveram azar. Pelo que fizeram, pela atitude, pelo futebol, pela simplicidade, mereciam ter eliminado o meu Benfica em plano Estádio da Luz.
Um Benfica sem chama, apático, com claros erros de casting, a ver a banda passar, não merecia seguir em frente. Para além de muitos jogadores de merda, o grande problema do Benfica nos últimos anos tem sido psicológico. E essa grande fraqueza, viu-se com o Leixões e voltou a ver-se ontem, continua lá, e isso leva-nos a poder perder qualquer jogo, seja contra quem for.
Tal como salientou o comentador da TVI, no único comentário não imbecil que fez durante mais de duas horas, nos penaltis, o treinador do Penafiel contou o que disse aos jogadores: "que metam a bola lá dentro"; entretanto, Luisão discutia com o árbritro porque queria os penaltis na outra baliza. Por tudo, os pequeninos mereciam ter ganho. Foram homens, foram grandes.
Só algumas notas individuais, ao estilo do Rui Santos:
Balboa - uma nódoa completa. Vê-se que não tem estofo psicológico, completamente desenquadrado do resto da equipa. Perdeu bolas atrás de bolas, muitas delas infantis. Se Quique o conseguir recuperar, é um mágico.
Makukula - Bom jogo. Esforço, dedicação, luta, e bons pormenores à frente. Merece jogar mais vezes.
Di Maria - tanto futebol naqueles pés, nada naquela cabeça. Quando aprender a jogar em equipa, vai ser fantástico. Pode é nunca lá chegar.
Reyes - a vedeta saiu do banco e comeu a relva. Muita entrega, dos poucos que decidiu levar o jogo a sério.
Sidnei - temos jogador. Espero que fique no Benfica até ser um jogador feito.
Léo - vítima da embirração incompreensível de Quique, não é o mesmo jogador, o Maradoninha que tanto gozo deu ver jogar. Quique parece querer que ele fique cá atrás, só a defender, mas com isso Léo perde o que tem de melhor.
Binya - Tem talento mas é um bronco. Um jogador do Benfica não pode ser tão precipitado e tomar tantas decisões erradas. Acho que não terá grande remédio.
PS - Aquela merda de ter música aos altos berros entre as grandes penalidades é completamente imbecil. Num momento de concentração, estar a levar com tecno é um bocado idiota. Ninguém toma conta destas merdas?...
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Entourage
O meu camarada Little Bastard deu nas orelhas do Sr. Queiróz e com muita razão. Mas grande parte da responsabilidade na miséria de exibição é das vedetas que povoam a selecção.
O CR7 trata a selecção como as gajas que engata, dá umas boas fodas de vez em quando mas depois caga para elas. Jogador que aspira a ser o melhor do mundo tem que marcar a diferença, no Europeu foi porque estava lesionado, agora é porque não recuperou totalmente. Não é preciso o Ronaldo dos malabarismos, das fintas desconjuntadas, é preciso um Ronaldo que aplique o que tem de bom em prol da equipa e para isso não é preciso estar a 100%. Mas será que o moço só joga bem no Manchester? Depois é aquela falta de humildade que sempre me meteu nojo, aquele gesto despropositado para o público a meio do jogo, o não ter dado a oportunidade uma vez sequer ao Bruno Alves de marcar um livre. Acha-se o maior do mundo, mas vou-me partir a rir quando o título de melhor jogador for para o Messi ou para um dos espanhóis que ganharam o Europeu, para aí o Torres ou o Casillas.
O Nani é um aprendiz de Ronaldo, o Quaresma precisa de tempo para aquecer, disseram os comentadores... sim, lá para o fim começou a fazer alguma coisa de jeito, mas nessa altura era o salve-se quem puder, mas também é um individualista que pouco trabalha para a equipa, no jogo contra a Suécia o Queiróz gritava para que fosse ajudar a equipa defensivamente.
Estes senhores tem um talento fora de série, é inegável e quando se lembram de jogar para a equipa realmente fazem a diferença, a pergunta é porque é que não o fazem sempre ou, vá lá, quase sempre?
Depois das vedetas, há os outros... o Hugo Almeida é um cepo, que venha o Postiga ou o Djaló, o Miguel esteve em coma profundo, enfim hoje todos cometeram erros, não se percebe a lentidão, a falta de empenho, a quantidade de passos falhados, de cruzamentos para a bancada...
O único que teve bem foi o Nuno Gomes, mas também gostei do Pepe, sempre empenhado e a tentar levar a equipa para a frente e do Paulo Ferreira que o que lhe falta em talento é compensado em esforço e trabalho.
Que falta faz o Deco, ou alguém de características semelhantes e por falar nisso porque é que o Sr. Queiróz não meteu o Carlos Martins no lugar do Deco?
E deixarem o outro Martins, o Sousa, especado à espera de alguém para entrevistar no fim do jogo? Imperdoável, pá!
O meu camarada Little Bastard deu nas orelhas do Sr. Queiróz e com muita razão. Mas grande parte da responsabilidade na miséria de exibição é das vedetas que povoam a selecção.
O CR7 trata a selecção como as gajas que engata, dá umas boas fodas de vez em quando mas depois caga para elas. Jogador que aspira a ser o melhor do mundo tem que marcar a diferença, no Europeu foi porque estava lesionado, agora é porque não recuperou totalmente. Não é preciso o Ronaldo dos malabarismos, das fintas desconjuntadas, é preciso um Ronaldo que aplique o que tem de bom em prol da equipa e para isso não é preciso estar a 100%. Mas será que o moço só joga bem no Manchester? Depois é aquela falta de humildade que sempre me meteu nojo, aquele gesto despropositado para o público a meio do jogo, o não ter dado a oportunidade uma vez sequer ao Bruno Alves de marcar um livre. Acha-se o maior do mundo, mas vou-me partir a rir quando o título de melhor jogador for para o Messi ou para um dos espanhóis que ganharam o Europeu, para aí o Torres ou o Casillas.
O Nani é um aprendiz de Ronaldo, o Quaresma precisa de tempo para aquecer, disseram os comentadores... sim, lá para o fim começou a fazer alguma coisa de jeito, mas nessa altura era o salve-se quem puder, mas também é um individualista que pouco trabalha para a equipa, no jogo contra a Suécia o Queiróz gritava para que fosse ajudar a equipa defensivamente.
Estes senhores tem um talento fora de série, é inegável e quando se lembram de jogar para a equipa realmente fazem a diferença, a pergunta é porque é que não o fazem sempre ou, vá lá, quase sempre?
Depois das vedetas, há os outros... o Hugo Almeida é um cepo, que venha o Postiga ou o Djaló, o Miguel esteve em coma profundo, enfim hoje todos cometeram erros, não se percebe a lentidão, a falta de empenho, a quantidade de passos falhados, de cruzamentos para a bancada...
O único que teve bem foi o Nuno Gomes, mas também gostei do Pepe, sempre empenhado e a tentar levar a equipa para a frente e do Paulo Ferreira que o que lhe falta em talento é compensado em esforço e trabalho.
Que falta faz o Deco, ou alguém de características semelhantes e por falar nisso porque é que o Sr. Queiróz não meteu o Carlos Martins no lugar do Deco?
E deixarem o outro Martins, o Sousa, especado à espera de alguém para entrevistar no fim do jogo? Imperdoável, pá!
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
O Flop
Ora aí está.
Ao terceiro jogo oficial, Portugal tem 5 pontos em quatro jogos, e isto depois de termos defrontado colossos do futebol mundial como a Dinamarca, Suécia, a Albânia e Malta.
Carlos Queirós, o dom Sebastião que, como todos os dons sebastiãos deste mundo, não passa de uma ficção sem qualquer substância, está de novo a hipotecar a sua carreira enquanto treinador. Esteve no Sporting (obrigado pelo 6-3), foi corrido; esteve no Real Madrid, foi corrido; agora lá vai andando, fazendo os possíveis para ser corrido. Já no Manchester, foi espectacular. É um adjunto fabuloso.
Scolari era muita moralização e zero conhecimento de táctica. E era cobarde a montar a equipa.
Queirós tem moralização zero, fruto do facto de ter o carisma de uma amiba, e parece que de táctica afinal também não percebe muito. E é, tal como Scolari, um cobarde.
Tudo começou quando começou a defender o resultado frente à Dinamarca e perdeu depois da hora. Depois, vai jogar à Suécia e, em vez de tentar aí recuperar os pontos perdidos, foi dizendo que o empate não era mau. E esse jogo mostrou um Portugal tímido, receoso, cínico, a lutar pelo empate. Conseguiu, mas agora que perdemos dois pontos em casa, uma vitória na Suécia teria dado jeito. Só para lembrar, acabámos o jogo com a Suécia sem qualquer ponta de lança em campo.
Agora, esmagámos a poderosa Albânia - com 10 jogadores desde os 40 minutos - por 0-0.
Queirós faz lembrar o poeta Jorge Artur de má memória, e é o Philip Glass do futebol. Faz grandes obras eruditas ou minimalistas, mas nunca ganharia um Festival da Eurovisão.
PS - Quero ver o que vai dizer o pequeno grande Rui Santos agora. O homem que adora criticar tudo e todos, e que se desfez em elogios ao seu amigo pessoal Queirós depois do fabuloso empate com a Suécia, vai continuar a bater palminhas?
E vamos nós?
Ora aí está.
Ao terceiro jogo oficial, Portugal tem 5 pontos em quatro jogos, e isto depois de termos defrontado colossos do futebol mundial como a Dinamarca, Suécia, a Albânia e Malta.
Carlos Queirós, o dom Sebastião que, como todos os dons sebastiãos deste mundo, não passa de uma ficção sem qualquer substância, está de novo a hipotecar a sua carreira enquanto treinador. Esteve no Sporting (obrigado pelo 6-3), foi corrido; esteve no Real Madrid, foi corrido; agora lá vai andando, fazendo os possíveis para ser corrido. Já no Manchester, foi espectacular. É um adjunto fabuloso.
Scolari era muita moralização e zero conhecimento de táctica. E era cobarde a montar a equipa.
Queirós tem moralização zero, fruto do facto de ter o carisma de uma amiba, e parece que de táctica afinal também não percebe muito. E é, tal como Scolari, um cobarde.
Tudo começou quando começou a defender o resultado frente à Dinamarca e perdeu depois da hora. Depois, vai jogar à Suécia e, em vez de tentar aí recuperar os pontos perdidos, foi dizendo que o empate não era mau. E esse jogo mostrou um Portugal tímido, receoso, cínico, a lutar pelo empate. Conseguiu, mas agora que perdemos dois pontos em casa, uma vitória na Suécia teria dado jeito. Só para lembrar, acabámos o jogo com a Suécia sem qualquer ponta de lança em campo.
Agora, esmagámos a poderosa Albânia - com 10 jogadores desde os 40 minutos - por 0-0.
Queirós faz lembrar o poeta Jorge Artur de má memória, e é o Philip Glass do futebol. Faz grandes obras eruditas ou minimalistas, mas nunca ganharia um Festival da Eurovisão.
PS - Quero ver o que vai dizer o pequeno grande Rui Santos agora. O homem que adora criticar tudo e todos, e que se desfez em elogios ao seu amigo pessoal Queirós depois do fabuloso empate com a Suécia, vai continuar a bater palminhas?
E vamos nós?
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Misoginia depois de almoço
via MSN:
fatchary diz:
então e não juntamos aí uns trocos para comprar a Islândia? :D
raviolli_ninja diz:
podes crer
raviolli_ninja diz:
fazemos da islândia o nosso frigorífico
fatchary diz:
também um país quase totalmente governado por mulheres só podia dar nisto
raviolli_ninja diz:
:D
raviolli_ninja diz:
vêm-se com o cartão de crédito...
raviolli_ninja diz:
ah e tal, é saldos
raviolli_ninja diz:
estava mesmo a precisar de uma ponte a condizer com aquela estrada
via MSN:
fatchary diz:
então e não juntamos aí uns trocos para comprar a Islândia? :D
raviolli_ninja diz:
podes crer
raviolli_ninja diz:
fazemos da islândia o nosso frigorífico
fatchary diz:
também um país quase totalmente governado por mulheres só podia dar nisto
raviolli_ninja diz:
:D
raviolli_ninja diz:
vêm-se com o cartão de crédito...
raviolli_ninja diz:
ah e tal, é saldos
raviolli_ninja diz:
estava mesmo a precisar de uma ponte a condizer com aquela estrada
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Rejeição
Mais uma rejeição, a primeira em algum tempo. Mas esta doeu mais.
Nunca submeti os meus contos (em inglês fica melhor, 'short storys') a aprovação porque, dizem-me, ninguém arrisca publicar um livro de contos de um autor desconhecido. Mas, desta vez, concorri a um concurso especificamente dedicado a contos, área em que considero ter algum do meu melhor trabalho. Concorri eu e mais 65pessoas. Uma ganhou, outra levou uma menção honrosa, eu nem um sms a dizer para continuar a mandar postais.
Esta doeu, mas sei que não posso desistir.
Fiquei ainda mais lixado porque, do júri, fazia parte o João Aguiar, um dos meus escritores portugueses preferidos.
Mas nunca mais vou comprar um livro dele.
Ele que aprenda sobre a rejeição.
Mais uma rejeição, a primeira em algum tempo. Mas esta doeu mais.
Nunca submeti os meus contos (em inglês fica melhor, 'short storys') a aprovação porque, dizem-me, ninguém arrisca publicar um livro de contos de um autor desconhecido. Mas, desta vez, concorri a um concurso especificamente dedicado a contos, área em que considero ter algum do meu melhor trabalho. Concorri eu e mais 65pessoas. Uma ganhou, outra levou uma menção honrosa, eu nem um sms a dizer para continuar a mandar postais.
Esta doeu, mas sei que não posso desistir.
Fiquei ainda mais lixado porque, do júri, fazia parte o João Aguiar, um dos meus escritores portugueses preferidos.
Mas nunca mais vou comprar um livro dele.
Ele que aprenda sobre a rejeição.
O Abominável César das Neves
Em artigo de opinião do DN, o economista/evangelizador João César das Neves brinda-nos com mais uma prosa deliciosa, com o sugestivo título de "Casamento 'Gay' e Império Galáctico". Segue-se um trecho. Sintam-se à vontade para vomitar, colocar uma bomba no DN ou benzerem-se. Aqui somos malta mais ou menos tolerante.
Aí vai disto.
"Portugal tem gravíssimas dificuldades de vária ordem. Exactamente quais são e como se resolvem é assunto menor da actualidade, entretanto obcecada com temas laterais, fictícios ou simplesmente tontos, mas muito dramáticos: lutas internas do PSD, eleições americanas, um empolado surto criminal e, claro, o casamento dos homossexuais.
Este último é o mais curioso porque, falho de conteúdo, tem os contornos largamente determinados pelas formas cinematográficas. A questão é introduzida como um decisivo combate de civilização a favor da justiça e dos direitos fundamentais. Mas a pose é oca e infundada, pois as mesmas forças políticas têm feito tudo o que podem para desqualificar o casamento como força válida na sociedade. Além disso, se é indispensável regularizar a situação doméstica desses casais, porque não da miríade de outras circunstâncias familiares e relacionais que não possuem cobertura jurídica? Apesar de tudo o número de coabitações de irmãos, tios, sobrinhos ou amigos é maior que a dos gays, para não falar dos casos de poligamia, incesto e pedofilia, que a mesma sociedade (ainda) insiste em repudiar. Porquê esta obsessão com uma situação particular?
O enredo baseia-se num silêncio ensurdecedor. Todos os participantes no debate fingem ignorar um facto central, que traz o picante ao drama. A grande maioria da população considera a homossexualidade uma depravação, um acto intrinsecamente desordenado e contrário à natureza. Não se trata de um preconceito, mas de uma opinião válida e legítima a ponderar. E não deve ser confundida com homofobia, que é agressão ou discriminação de pessoas. É possível discordar fortemente da orientação de alguém, tratando-o com respeito e consideração. É isso a democracia e é assim que somos chamados a lidar com fumadores, racistas, poluidores".
E prontos.
Em artigo de opinião do DN, o economista/evangelizador João César das Neves brinda-nos com mais uma prosa deliciosa, com o sugestivo título de "Casamento 'Gay' e Império Galáctico". Segue-se um trecho. Sintam-se à vontade para vomitar, colocar uma bomba no DN ou benzerem-se. Aqui somos malta mais ou menos tolerante.
Aí vai disto.
"Portugal tem gravíssimas dificuldades de vária ordem. Exactamente quais são e como se resolvem é assunto menor da actualidade, entretanto obcecada com temas laterais, fictícios ou simplesmente tontos, mas muito dramáticos: lutas internas do PSD, eleições americanas, um empolado surto criminal e, claro, o casamento dos homossexuais.
Este último é o mais curioso porque, falho de conteúdo, tem os contornos largamente determinados pelas formas cinematográficas. A questão é introduzida como um decisivo combate de civilização a favor da justiça e dos direitos fundamentais. Mas a pose é oca e infundada, pois as mesmas forças políticas têm feito tudo o que podem para desqualificar o casamento como força válida na sociedade. Além disso, se é indispensável regularizar a situação doméstica desses casais, porque não da miríade de outras circunstâncias familiares e relacionais que não possuem cobertura jurídica? Apesar de tudo o número de coabitações de irmãos, tios, sobrinhos ou amigos é maior que a dos gays, para não falar dos casos de poligamia, incesto e pedofilia, que a mesma sociedade (ainda) insiste em repudiar. Porquê esta obsessão com uma situação particular?
O enredo baseia-se num silêncio ensurdecedor. Todos os participantes no debate fingem ignorar um facto central, que traz o picante ao drama. A grande maioria da população considera a homossexualidade uma depravação, um acto intrinsecamente desordenado e contrário à natureza. Não se trata de um preconceito, mas de uma opinião válida e legítima a ponderar. E não deve ser confundida com homofobia, que é agressão ou discriminação de pessoas. É possível discordar fortemente da orientação de alguém, tratando-o com respeito e consideração. É isso a democracia e é assim que somos chamados a lidar com fumadores, racistas, poluidores".
E prontos.
sábado, 4 de outubro de 2008
Bad ZON
É oficial.
Eu odeio a TV Cabo. Agora é Zon. Não me interessa, odeio da mesma forma.
Eu consigo viver com o facto de me ligarem a sugerir pacotes de canais que nunca na vida me irão interessar, como o "Caça e Pesca". Eu até consigo viver com o facto de me ligarem - como já aconteceu - para eu subscrever a SportTv, que por acaso assino há coisa de três anos.
Mas se há coisa que me irrita, mesmo a sério, é a merda das mudanças que eles insistem em fazer. Isto já me tinha acontecido antes, mas de facto não aprendi nada. Ligo aquilo e uma mensagem diz-me que devo fazer a actualização de software, se o desejo fazer, leva apenas 3 minutos. Grande erro, meus amigos. Disse que sim. De facto foi rápido, disso não me posso queixar. Mas posso queixar-me do facto de me terem mudado os canais todos do sítio. Lamento, mas para mim o Baby Tv ou o Sailing Chanel não são exactamente prioridades. Posso ainda, e sobretudo, queixar-me do facto de agora, a lúdica actividade do zapping se ter tornado um tormento. A coisa leva para aí uns 10 segundos a mudar de canal, o que é lixado quando se quer chegar ao Hollywood e se tem de passar por cima de RTP África, Porto Canal, TV Globo e 30 canais codificados que não assino e não interessam ao menino Jesus.
Quanto é que custa aquela coisa do MEO, que até tem o canal Benfica?
E, sobretudo, é relativamente fácil fazer uma operação tão complexa como MUDAR DE CANAL?...
É oficial.
Eu odeio a TV Cabo. Agora é Zon. Não me interessa, odeio da mesma forma.
Eu consigo viver com o facto de me ligarem a sugerir pacotes de canais que nunca na vida me irão interessar, como o "Caça e Pesca". Eu até consigo viver com o facto de me ligarem - como já aconteceu - para eu subscrever a SportTv, que por acaso assino há coisa de três anos.
Mas se há coisa que me irrita, mesmo a sério, é a merda das mudanças que eles insistem em fazer. Isto já me tinha acontecido antes, mas de facto não aprendi nada. Ligo aquilo e uma mensagem diz-me que devo fazer a actualização de software, se o desejo fazer, leva apenas 3 minutos. Grande erro, meus amigos. Disse que sim. De facto foi rápido, disso não me posso queixar. Mas posso queixar-me do facto de me terem mudado os canais todos do sítio. Lamento, mas para mim o Baby Tv ou o Sailing Chanel não são exactamente prioridades. Posso ainda, e sobretudo, queixar-me do facto de agora, a lúdica actividade do zapping se ter tornado um tormento. A coisa leva para aí uns 10 segundos a mudar de canal, o que é lixado quando se quer chegar ao Hollywood e se tem de passar por cima de RTP África, Porto Canal, TV Globo e 30 canais codificados que não assino e não interessam ao menino Jesus.
Quanto é que custa aquela coisa do MEO, que até tem o canal Benfica?
E, sobretudo, é relativamente fácil fazer uma operação tão complexa como MUDAR DE CANAL?...
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Asleep at the wheel
Nos últimos dias, nos jornais, tem-se falado bastante do Kosovo. E porquê, perguntam? (eu pergunto, achei estranhíssimo). É que o Governo português vai, na próxima semana, anunciar formalmente qual a posição de Portugal face à declaração de independência do Kosovo. O único problema é que esta declaração, só por acaso, foi feita em Fevereiro, há coisa de oito meses. Para 2009, o Governo pronunciar-se-á acerca da independência da República Checa e dará a sua posição sobre se o mundo deve ou não investir na invenção da electricidade.
PS - também gostei muito de ver Manuela Ferreira Leite, num momento em que o mundo financeiro desaba e Portugal vive com problemas sérios, dizer que também está a pensar na posição oficial do PSD sobre o assunto. Mais, pediu esta semana para ser recebida por Cavaco Silva para decidir a posição do PSD. Aposto que os kosovares estão realmente ansiosos por saber.
Nos últimos dias, nos jornais, tem-se falado bastante do Kosovo. E porquê, perguntam? (eu pergunto, achei estranhíssimo). É que o Governo português vai, na próxima semana, anunciar formalmente qual a posição de Portugal face à declaração de independência do Kosovo. O único problema é que esta declaração, só por acaso, foi feita em Fevereiro, há coisa de oito meses. Para 2009, o Governo pronunciar-se-á acerca da independência da República Checa e dará a sua posição sobre se o mundo deve ou não investir na invenção da electricidade.
PS - também gostei muito de ver Manuela Ferreira Leite, num momento em que o mundo financeiro desaba e Portugal vive com problemas sérios, dizer que também está a pensar na posição oficial do PSD sobre o assunto. Mais, pediu esta semana para ser recebida por Cavaco Silva para decidir a posição do PSD. Aposto que os kosovares estão realmente ansiosos por saber.
Boys will be boys
O PS reuniu hoje para decidir se haveria ou não disciplina de voto na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ficou decidido que sim, que haveria, ou seja, todos os senhores deputados devem desligar o seu próprio cérebro no momento da votação e, pura e simplesmente votar contra. Este estabelecimento da disciplina de voto em questões de consciência individual vai contra a própria tradição do PS e contra os argumentos que, noutras ocasiões, o próprio PS utilizou, quando foi conveniente.
À saída, duas reacções dignas de realce. A primeira, a do poeta amigo do Che, Manuel Alegre, que disse discordar e ser um erro político. Mais uma vez, manda vir, esperneia, etc, mas continua lá. O PS que era o dele não existe há muito, mas o tacho fala mais alto.
A segunda foi fabulosa. Paulo Pedroso, agora de volta à vida activa (...) disse aos jornalistas que "houve uma votação e com esta decisão creio que o PS deu uma grande lição de maturidade democrática".
Perdão?!...
O PS reuniu hoje para decidir se haveria ou não disciplina de voto na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ficou decidido que sim, que haveria, ou seja, todos os senhores deputados devem desligar o seu próprio cérebro no momento da votação e, pura e simplesmente votar contra. Este estabelecimento da disciplina de voto em questões de consciência individual vai contra a própria tradição do PS e contra os argumentos que, noutras ocasiões, o próprio PS utilizou, quando foi conveniente.
À saída, duas reacções dignas de realce. A primeira, a do poeta amigo do Che, Manuel Alegre, que disse discordar e ser um erro político. Mais uma vez, manda vir, esperneia, etc, mas continua lá. O PS que era o dele não existe há muito, mas o tacho fala mais alto.
A segunda foi fabulosa. Paulo Pedroso, agora de volta à vida activa (...) disse aos jornalistas que "houve uma votação e com esta decisão creio que o PS deu uma grande lição de maturidade democrática".
Perdão?!...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Glorio...
Numa semana, ganhar à lagartagem e voltar a ter uma noite europeia à moda antiga é demais. Não é possível.
Sim, é verdade, a gente contenta-se com pouco. São anos e anos de Paulos Pereiras, Kings, Artures Jorges, Ku-mans, Sounesses e Pringles. Não ganhámos nada, mas pela primeira vez em muito tempo as coisas parecem começar a andar na direcção certa.
Não vi o jogo com o Napoli, equipa que muito prezo por culpa exclusiva desse Deus na Terra chamado Armando Diego Maradona. Ouvi no "transistor", coisa que não fazia há anos, porque a partida deu numa coisa chamada MEO que ninguém tem. Ainda por cima estava a tentar trabalhar, o que se tornou difícil por entre as exclamações de "Passa a bola, Di Maria!", ou os comentários dos meus colegas "o Nuno Gomes joga de saltos altos, aquilo complica". Enfim, conhecem o género.
O que eu sei é que, contra os lagartos, ganhámos o jogo no banco, com as mexidas certas por parte do treinador, e não me lembro da última vez em que uma coisa destas tinha acontecido.
E que, pela segunda vez consecutiva, estiveram mais de 50 mil traumatizados na Catedral, e dá gosto ver isso.
Gosto da pinta do Quique. Gosto do discurso, da visão, e gosto de ver a equipa a começar a parecer uma equipa. Parece-me uma completa idiotice a embirração do homem com o Léo, que para mim é titular indiscutível SEMPRE, mas enfim, lá terá as suas razões. Confesso que olhei para os 11 nos últimos dois jogos e tive medo: estrelas de fora, miudagem em campo, a incerteza. Mas a coisa bateu certo, e isso é, de facto, uma conquista. Era aquilo que o Porto costumava fazer bem - serem todos realmente potenciais titulares - e que este ano está a correr mal ao cada vez mais absurdo professor Jesualdo.
É demasiado cedo para se ver seja o que for. Mas gosto do que estou a ver. Desde que dêem tempo ao homem, não exijam ganhar tudo já, e o deixem construir uma equipa, como aparentemente sabe fazer, talvez possamos acabar com a travessia do deserto.
Ainda não é o GLORIOSO, mas já é alguma coisa.
E depois dos traumas dos últimos anos, por mim isto chega.
Numa semana, ganhar à lagartagem e voltar a ter uma noite europeia à moda antiga é demais. Não é possível.
Sim, é verdade, a gente contenta-se com pouco. São anos e anos de Paulos Pereiras, Kings, Artures Jorges, Ku-mans, Sounesses e Pringles. Não ganhámos nada, mas pela primeira vez em muito tempo as coisas parecem começar a andar na direcção certa.
Não vi o jogo com o Napoli, equipa que muito prezo por culpa exclusiva desse Deus na Terra chamado Armando Diego Maradona. Ouvi no "transistor", coisa que não fazia há anos, porque a partida deu numa coisa chamada MEO que ninguém tem. Ainda por cima estava a tentar trabalhar, o que se tornou difícil por entre as exclamações de "Passa a bola, Di Maria!", ou os comentários dos meus colegas "o Nuno Gomes joga de saltos altos, aquilo complica". Enfim, conhecem o género.
O que eu sei é que, contra os lagartos, ganhámos o jogo no banco, com as mexidas certas por parte do treinador, e não me lembro da última vez em que uma coisa destas tinha acontecido.
E que, pela segunda vez consecutiva, estiveram mais de 50 mil traumatizados na Catedral, e dá gosto ver isso.
Gosto da pinta do Quique. Gosto do discurso, da visão, e gosto de ver a equipa a começar a parecer uma equipa. Parece-me uma completa idiotice a embirração do homem com o Léo, que para mim é titular indiscutível SEMPRE, mas enfim, lá terá as suas razões. Confesso que olhei para os 11 nos últimos dois jogos e tive medo: estrelas de fora, miudagem em campo, a incerteza. Mas a coisa bateu certo, e isso é, de facto, uma conquista. Era aquilo que o Porto costumava fazer bem - serem todos realmente potenciais titulares - e que este ano está a correr mal ao cada vez mais absurdo professor Jesualdo.
É demasiado cedo para se ver seja o que for. Mas gosto do que estou a ver. Desde que dêem tempo ao homem, não exijam ganhar tudo já, e o deixem construir uma equipa, como aparentemente sabe fazer, talvez possamos acabar com a travessia do deserto.
Ainda não é o GLORIOSO, mas já é alguma coisa.
E depois dos traumas dos últimos anos, por mim isto chega.
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