sábado, 30 de julho de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Bullshit
A malta gosta de bater nos políticos, e eu também. Mas, quando pensamos que, neste campeonato, estamos muito mal servidos, basta olharmos para o que se passa nos EUA para percebermos que há pior.
No momento em que escrevo, estamos a quatro dias de podermos assistir a um default soberano dos EUA. Ou seja, os EUA não conseguirem pagar as suas dívidas.
Ponto.
E porquê?
Por causa de uma birra política.
A questão é simples.
Obama quer aumentar o valor legal de endividamento permitido, que está inscrito na Constituição. E quer também aumentar os impostos sobre os ricos, para ajudar na despesa. Os republicanos acham que os democratas, esses perigosos esquerdistas, são uns esbanjadores de dinheiro. Querem menos Estado, porque estão convencidos de que a assistência prestada por este só serve para desincentivar as pessoas de lutarem para melhorar as suas condições de vida. Por outras palavras, não se pode tirar dinheiro aos ricos para dar aos pobres, porque os ricos são ricos porque se esforçaram por isso, e os pobres são pobres porque não se esforçaram. O american dream na sua essência.
Sem o acordo dos republicanos, não é possível alterar a lei. Sem alterar a lei (o que foi feito mais de 100 vezes no século XX) os EUA não podem emitir mais dívida. Se não emitirem mais dívida, não conseguem dinheiro para pagar os gastos do Estado ou a dívida que vence e que terá de ser paga.
Com uma agravante. O maior credor dos EUA são a China. Falhar o pagamento à China seria não apenas uma humilhação económica dos EUA: seria dar aos chineses um imenso poder sobre os EUA, no limite equivalente ao que a troika tem hoje em dia sobre a Grécia.
Caso haja um default, há analistas que acreditam que o seu efeito psicológico sobre os mercados seria mais devastador do que a falência da Lehman Brothers, da Grécia, de Portugal, da Irlanda, da GM, da AIG. Só que tudo junto, no mesmo dia.
Perante isto, por que raio os republicanos estão tão intransigentes?
Simples: porque estão nas mãos dos energúmenos do Tea Party, uma facção ultra-radical de extrema-direita que tomou de assalto o partido republicano. Não são maioritários dentro do partido, mas são tão populistas e tão extremos que fazem todos os outros parecerem esquerdistas. No partido republicano, Obama é visto como o demónio, e ninguém quer ser visto como brando ou colaboracionista para com ele. Por isso, na prática, o Tea Party manda no partido. Sendo que os tipos mais inteligentes e moderados do Tea Party fazem a Sarah Palin parecer uma senhora ponderada e inteligente.
Os EUA têm dinheiro em cash para pagar despesas até terça-feira. Depois disso, ninguém sabe. E perante este panorama de possível cataclismo financeiro - do qual incompreensivelmente as televisões não falam, talvez porque não o percebem - o que fazem os políticos? Bluff e brincadeirinhas de criança.
Resta-me só fazer uma pergunta.
Nós somos lixo, mas não falhámos qualquer pagamento.
Os EUA podem entrar em default já na terça-feira, o que já foi admitido publicamente, e com cada vez mais desespero pelo próprio presidente Obama.
Como tal, como raio pode este país ter, neste momento, um rating de AAA, o máximo possível?
PS - nos EUA, os republicanos e a Fox News aboliram a expressão ricos. Não se pode dizer "impostos sobre os ricos", mas sim "impostos sobre os criadores de emprego". A perversidade da semântica.
No momento em que escrevo, estamos a quatro dias de podermos assistir a um default soberano dos EUA. Ou seja, os EUA não conseguirem pagar as suas dívidas.
Ponto.
E porquê?
Por causa de uma birra política.
A questão é simples.
Obama quer aumentar o valor legal de endividamento permitido, que está inscrito na Constituição. E quer também aumentar os impostos sobre os ricos, para ajudar na despesa. Os republicanos acham que os democratas, esses perigosos esquerdistas, são uns esbanjadores de dinheiro. Querem menos Estado, porque estão convencidos de que a assistência prestada por este só serve para desincentivar as pessoas de lutarem para melhorar as suas condições de vida. Por outras palavras, não se pode tirar dinheiro aos ricos para dar aos pobres, porque os ricos são ricos porque se esforçaram por isso, e os pobres são pobres porque não se esforçaram. O american dream na sua essência.
Sem o acordo dos republicanos, não é possível alterar a lei. Sem alterar a lei (o que foi feito mais de 100 vezes no século XX) os EUA não podem emitir mais dívida. Se não emitirem mais dívida, não conseguem dinheiro para pagar os gastos do Estado ou a dívida que vence e que terá de ser paga.
Com uma agravante. O maior credor dos EUA são a China. Falhar o pagamento à China seria não apenas uma humilhação económica dos EUA: seria dar aos chineses um imenso poder sobre os EUA, no limite equivalente ao que a troika tem hoje em dia sobre a Grécia.
Caso haja um default, há analistas que acreditam que o seu efeito psicológico sobre os mercados seria mais devastador do que a falência da Lehman Brothers, da Grécia, de Portugal, da Irlanda, da GM, da AIG. Só que tudo junto, no mesmo dia.
Perante isto, por que raio os republicanos estão tão intransigentes?
Simples: porque estão nas mãos dos energúmenos do Tea Party, uma facção ultra-radical de extrema-direita que tomou de assalto o partido republicano. Não são maioritários dentro do partido, mas são tão populistas e tão extremos que fazem todos os outros parecerem esquerdistas. No partido republicano, Obama é visto como o demónio, e ninguém quer ser visto como brando ou colaboracionista para com ele. Por isso, na prática, o Tea Party manda no partido. Sendo que os tipos mais inteligentes e moderados do Tea Party fazem a Sarah Palin parecer uma senhora ponderada e inteligente.
Os EUA têm dinheiro em cash para pagar despesas até terça-feira. Depois disso, ninguém sabe. E perante este panorama de possível cataclismo financeiro - do qual incompreensivelmente as televisões não falam, talvez porque não o percebem - o que fazem os políticos? Bluff e brincadeirinhas de criança.
Resta-me só fazer uma pergunta.
Nós somos lixo, mas não falhámos qualquer pagamento.
Os EUA podem entrar em default já na terça-feira, o que já foi admitido publicamente, e com cada vez mais desespero pelo próprio presidente Obama.
Como tal, como raio pode este país ter, neste momento, um rating de AAA, o máximo possível?
PS - nos EUA, os republicanos e a Fox News aboliram a expressão ricos. Não se pode dizer "impostos sobre os ricos", mas sim "impostos sobre os criadores de emprego". A perversidade da semântica.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Acorda o Ortográfico!
Custaria muito aos jornalistas passarem os seus textos por um corrector primeiro?
Ainda agora li no Público que a "Sónia Brazão é arguida", em vez de "ardida".
Ainda agora li no Público que a "Sónia Brazão é arguida", em vez de "ardida".
Cinza Pálido
Anders Breivik diz contar com apoio de “duas células”.
Uma em cada hemisfério cerebral.
Uma em cada hemisfério cerebral.
Sobre Oferta e Procura e as Regras do Mercado
Na sequência da morte de Amy, a procura pelos seus álbuns subiu 300% em Portugal.
Paralelamente, a procura por heroína desceu 300% no Reino Unido.
Paralelamente, a procura por heroína desceu 300% no Reino Unido.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Quimi Gal 2
Autoridades britânicas desencorajaram a cremação de Amy Winehouse.
O centro de incineração de drogas ilícitas não tinha vaga para esta semana.
O centro de incineração de drogas ilícitas não tinha vaga para esta semana.
Quimi Gal
Anders Breivik, que tencionava atacar infraestruturas importantes na Europa, terá estado por trás da morte de Amy Winehouse. "Era o centro nevrálgico da indústria quimíca britânica", disse.
domingo, 24 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Grow the fuck up
Ontem à tarde, estava eu na Fnac, quando vi uma coisa que me chocou.
Um bocadito ao lado de onde eu estava, na tenebrosa secção de livros "do Fantástico", estava uma jovem gótica, ou emo, ou uma coisa assim. Tinha ar dos seus 20 e poucos anos, o que já não é idade, francamente, para se ser gótico. Era moça para ter uns 80 kilinhos; toda vestida de preto e com ar de quem ou não tomava banho há uma semana ou então toma mas os banhos não fazem efeito; mas o pormenor que me partiu todo foi a sua malinha, a tiracolo: um pequenino caixão de veludo, com uma cruz de vinil brilhante.
Sim, eu sei. É o tipo de feiosa que, como não conseguia arranjar um gajo nem se Satã viesse à Terra, se arma em gótica para fingir que aquilo é tudo de propósito. Tipo "eu não sou feia, eu opto por ter este estilo porque não ligo a essas coisas superficiais".
Xavala, não é verdade. Tu és feia. És um mostrengo. Mas até os mostrengos se safam, com um bocadito de paciência. Agora, não tomar banho e andar com um caixãozito a tiracolo, cheio de chaves (de casa dos pais, claro), telemóvel e pensos higiénicos...enfim, não acho que te ajude a tirar as teias de aranha daí de onde tu sabes.
PS - aproveito para relançar a pergunta: aqui há 15 dias, ali na avenida de Roma, vi o maior ajuntamento de freaks desde o concerto dos Tokio Hotel. Emos, góticos e uma data de badochas vestidas de personagens manga. Alguém sabe que raio era aquilo?...
Um bocadito ao lado de onde eu estava, na tenebrosa secção de livros "do Fantástico", estava uma jovem gótica, ou emo, ou uma coisa assim. Tinha ar dos seus 20 e poucos anos, o que já não é idade, francamente, para se ser gótico. Era moça para ter uns 80 kilinhos; toda vestida de preto e com ar de quem ou não tomava banho há uma semana ou então toma mas os banhos não fazem efeito; mas o pormenor que me partiu todo foi a sua malinha, a tiracolo: um pequenino caixão de veludo, com uma cruz de vinil brilhante.
Sim, eu sei. É o tipo de feiosa que, como não conseguia arranjar um gajo nem se Satã viesse à Terra, se arma em gótica para fingir que aquilo é tudo de propósito. Tipo "eu não sou feia, eu opto por ter este estilo porque não ligo a essas coisas superficiais".
Xavala, não é verdade. Tu és feia. És um mostrengo. Mas até os mostrengos se safam, com um bocadito de paciência. Agora, não tomar banho e andar com um caixãozito a tiracolo, cheio de chaves (de casa dos pais, claro), telemóvel e pensos higiénicos...enfim, não acho que te ajude a tirar as teias de aranha daí de onde tu sabes.
PS - aproveito para relançar a pergunta: aqui há 15 dias, ali na avenida de Roma, vi o maior ajuntamento de freaks desde o concerto dos Tokio Hotel. Emos, góticos e uma data de badochas vestidas de personagens manga. Alguém sabe que raio era aquilo?...
A culpa é como a Elsa Raposo, vai morrer sempre solteira
Há quatro anos, um professor chamado Fernando Charrua, foi afastado das suas funções na Direcção Regional da Educação do Norte (creio que há aqui uma contradição, mas enfim). Isto por ter feito "comentários jocosos" à figura do então primeiro-ministro, o saudoso e sinistro José Sócrates, que agora estuda filosofia em Paris apesar de, perante o Tribunal Constitucional, não ter dinheiro para mandar cantar um cego.
Acontece que só agora, quatro anos depois, houve uma decisão judicial. Um tribunal do Porto considerou que ele foi ilegalmente afastado do seu cargo, embora não tenha dado como provado que ele foi afastado por esses "comentários jocosos". Quem o afastou foi a própria directora da DREN, socratista e xuxalista convicta, muito contente por ter prestado tal estalinista serviço ao seu ídolo fascistóide.
E o que diz o tribunal? Que não ficou provado que ele ficou afastado pelos tais comentários, apenas que foi afastado sem justificação legal para tal. A consequência? O Estado foi condenado a pagar-lhe 12 mil euros por danos morais. O Estado, ou seja, todos nós. Já a senhora que tomou a decisão não tem de pagar nada, e continua alegremente a exercer as suas funções.
Enquanto não houver uma responsabilização pessoal de quem toma este tipo de decisões em nome do Estado, não saímos disto. A senhora vai pagar, enquanto contribuinte, exactamente o mesmo que eu, ainda que a nossa responsabilidade no caso seja, digamos....bastante distinta.
Acontece que só agora, quatro anos depois, houve uma decisão judicial. Um tribunal do Porto considerou que ele foi ilegalmente afastado do seu cargo, embora não tenha dado como provado que ele foi afastado por esses "comentários jocosos". Quem o afastou foi a própria directora da DREN, socratista e xuxalista convicta, muito contente por ter prestado tal estalinista serviço ao seu ídolo fascistóide.
E o que diz o tribunal? Que não ficou provado que ele ficou afastado pelos tais comentários, apenas que foi afastado sem justificação legal para tal. A consequência? O Estado foi condenado a pagar-lhe 12 mil euros por danos morais. O Estado, ou seja, todos nós. Já a senhora que tomou a decisão não tem de pagar nada, e continua alegremente a exercer as suas funções.
Enquanto não houver uma responsabilização pessoal de quem toma este tipo de decisões em nome do Estado, não saímos disto. A senhora vai pagar, enquanto contribuinte, exactamente o mesmo que eu, ainda que a nossa responsabilidade no caso seja, digamos....bastante distinta.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Mais uma razão pela qual é o melhor de sempre
Maradona: «Somos muito injustos com Messi»
No «pior momento» da sua vida, Diego pediu que lhe ligassem para defender o 10 e critica Batista
Diego Maradona fartou-se das críticas a Lionel Messi. Pediu a um jornalista para lhe ligar e falou da selecção argentina. Claro, criticou Batista.
«Pedi para que me telefonassem porque, no momento mais triste da minha vida (a mãe está muito mal de saúde), quero defender Messi», disse o antigo seleccionador. «Quero fazê-lo porque joga sempre bem, porque sente a camisola da Argentina», argumentou Maradona. «Quando vou à clínica ver a minha velhota não posso crer no que dizem todos esses ignorantes que falam pelo rádio e matam-no», acrescentou.
«Messi vai dar tudo em qualquer momento, sem nenhum problema, e digo-o porque o conheço», prosseguiu El Diego. «Falei com ele esta semana e pedi-lhe tranquilidade, também foi difícil a Maradona jogar com Russo, Giusti e Gallego juntos, portanto, não coloquemos a culpa em Messi, porque temos o melhor do mundo, um miúdo excepcional», sublinhou o próprio Maradona.
De acordo com o jornalista do Olé, Maradona continuou num monólogo: «Não podemos ser assim. Se ganha a Champions é o melhor de todos os tempos; mas, se a Argentina não ganha dois jogos é logo por culpa dele. A selecção não ataca em nenhum momento e metemos a culpa nele. Peço que tenham confiança em Messi, que tenham fé!»
De novo, o jornalista apenas nos relata o estado de Maradona: está a chorar do outro lado do telefone, com a mãe à beira da morte. «Está nas mãos de Deus», disse el pibe, para depois voltar ao assunto Messi: «Posso ter problemas com algumas pessoas, mas quando falo com os argentinos, digo sempre a verdade.»
Maradona recordou o próprio passado para defender Messi: «Antes do Mundial de 86 também tive jogos maus, era um desastre, criticado por 80 por cento dos jornalistas. E depois do Mundial não havia um que não me pedisse uma palavra.»
A «crueldade estúpida» de Batista
Nas palavras de Maradona também há críticas, dirigidas a Sergio Batista, o seu sucessor na selecção. «Messi tem de falar directamente com o treinador e dizer-lhe para colocar alguém que o entenda, com quem possa tabelar para ferir o adversário», considerou D10s. «Se ele vai fazer isso? Não, porque gosta da camisola argentina e, por isso, vai ficar quieto, porque eu vi-o no balneário depois dos 4-0 com a Alemanha (Mundial-2010) e era o que mais chorava, quero contar isso a todos os argentinos, porque estes que agora vão para a televisão, e que falavam de intrusos, agora querem falar de futebol e não sabem nada», declarou Maradona, num monólogo sem fim.
Depois, a crítica directa à táctica da selecção: «Se pões três médios-defensivos para que o melhor do mundo nos salve limpando sete jogadores, joga com quatro tipos e pronto, põe Romero (guarda-redes) e os quatro de trás», apontou, como a dizer, se a táctica é essa, joguem apenas com a defesa e dêem a bola a Messi.
Questionado sobre quem devia acompanhar Messi, Maradona respondeu que não vai «fazer a equipa de Batista e muito enos cumprimenta-lo». Depois, frisou que o técnico tem uma «crueldade estúpida com Pastore», o qual, parece a Diego «faria grande parceria com Messi».
Maradona prossegue a análise, recordado de que nas eliminatórias do Mundial-2010, Messi também não esteve bem: «Passa mais pela nossa equipa que pelo adversário, a equipa não o faz jogar mal, mas não lhe dá opções, por exemplo, eu ria-me muito quando diziam que tínhamos de jogar como o Barcelona, mas nós temos de jogar é como a Argentina, até porque não temos Xavi, Piqué, Iniesta.»
Por fim, uma pergunta sobre Tevez e Aguero, se falou com eles. «Com Carlitos não falo há muito tempo, mas vejo-o um pouco lento, e com o Kun estive com ele na folga dele, mas jamais sugeriria a Batista que o colocasse», disse, acerca do genro.
No «pior momento» da sua vida, Diego pediu que lhe ligassem para defender o 10 e critica Batista
Diego Maradona fartou-se das críticas a Lionel Messi. Pediu a um jornalista para lhe ligar e falou da selecção argentina. Claro, criticou Batista.
«Pedi para que me telefonassem porque, no momento mais triste da minha vida (a mãe está muito mal de saúde), quero defender Messi», disse o antigo seleccionador. «Quero fazê-lo porque joga sempre bem, porque sente a camisola da Argentina», argumentou Maradona. «Quando vou à clínica ver a minha velhota não posso crer no que dizem todos esses ignorantes que falam pelo rádio e matam-no», acrescentou.
«Messi vai dar tudo em qualquer momento, sem nenhum problema, e digo-o porque o conheço», prosseguiu El Diego. «Falei com ele esta semana e pedi-lhe tranquilidade, também foi difícil a Maradona jogar com Russo, Giusti e Gallego juntos, portanto, não coloquemos a culpa em Messi, porque temos o melhor do mundo, um miúdo excepcional», sublinhou o próprio Maradona.
De acordo com o jornalista do Olé, Maradona continuou num monólogo: «Não podemos ser assim. Se ganha a Champions é o melhor de todos os tempos; mas, se a Argentina não ganha dois jogos é logo por culpa dele. A selecção não ataca em nenhum momento e metemos a culpa nele. Peço que tenham confiança em Messi, que tenham fé!»
De novo, o jornalista apenas nos relata o estado de Maradona: está a chorar do outro lado do telefone, com a mãe à beira da morte. «Está nas mãos de Deus», disse el pibe, para depois voltar ao assunto Messi: «Posso ter problemas com algumas pessoas, mas quando falo com os argentinos, digo sempre a verdade.»
Maradona recordou o próprio passado para defender Messi: «Antes do Mundial de 86 também tive jogos maus, era um desastre, criticado por 80 por cento dos jornalistas. E depois do Mundial não havia um que não me pedisse uma palavra.»
A «crueldade estúpida» de Batista
Nas palavras de Maradona também há críticas, dirigidas a Sergio Batista, o seu sucessor na selecção. «Messi tem de falar directamente com o treinador e dizer-lhe para colocar alguém que o entenda, com quem possa tabelar para ferir o adversário», considerou D10s. «Se ele vai fazer isso? Não, porque gosta da camisola argentina e, por isso, vai ficar quieto, porque eu vi-o no balneário depois dos 4-0 com a Alemanha (Mundial-2010) e era o que mais chorava, quero contar isso a todos os argentinos, porque estes que agora vão para a televisão, e que falavam de intrusos, agora querem falar de futebol e não sabem nada», declarou Maradona, num monólogo sem fim.
Depois, a crítica directa à táctica da selecção: «Se pões três médios-defensivos para que o melhor do mundo nos salve limpando sete jogadores, joga com quatro tipos e pronto, põe Romero (guarda-redes) e os quatro de trás», apontou, como a dizer, se a táctica é essa, joguem apenas com a defesa e dêem a bola a Messi.
Questionado sobre quem devia acompanhar Messi, Maradona respondeu que não vai «fazer a equipa de Batista e muito enos cumprimenta-lo». Depois, frisou que o técnico tem uma «crueldade estúpida com Pastore», o qual, parece a Diego «faria grande parceria com Messi».
Maradona prossegue a análise, recordado de que nas eliminatórias do Mundial-2010, Messi também não esteve bem: «Passa mais pela nossa equipa que pelo adversário, a equipa não o faz jogar mal, mas não lhe dá opções, por exemplo, eu ria-me muito quando diziam que tínhamos de jogar como o Barcelona, mas nós temos de jogar é como a Argentina, até porque não temos Xavi, Piqué, Iniesta.»
Por fim, uma pergunta sobre Tevez e Aguero, se falou com eles. «Com Carlitos não falo há muito tempo, mas vejo-o um pouco lento, e com o Kun estive com ele na folga dele, mas jamais sugeriria a Batista que o colocasse», disse, acerca do genro.
terça-feira, 5 de julho de 2011
MSN is my life
O Homem-Esplanada diz:
'dias sô doutor
larguei uma micro-posta no vodka
Kowalski diz:
óptima notícia
vou lá daqui a pouco, qdo passar um pouco o cheiro
O Homem-Esplanada diz:
ahahahaha
'dias sô doutor
larguei uma micro-posta no vodka
Kowalski diz:
óptima notícia
vou lá daqui a pouco, qdo passar um pouco o cheiro
O Homem-Esplanada diz:
ahahahaha
domingo, 3 de julho de 2011
O programa do Governo
Por motivos profissionais, eu li o programa do Governo.
São cento e tal páginas, num estilo desigual que denota ter sido escrito a muitas mãos. Entre o técnico, o vago, o pueril, o pomposo, o falso humilde e o motivador, sobra alguma coisa importante, que me fez reflectir.
É um verdadeiro programa de Direita, mas mais no sentido liberal do que no sentido conservador. Tal como costuma fazer a Direita, praticamente não tem ideologia, embora as medidas venham carregadas dela. Visível, há apenas um ponto: o "visto família". Diz lá que este Governo terá um ponto prévio, um pressuposto que será aplicado a tudo: nenhuma medida será aprovada em Conselho de Ministros se não receber o tal de "visto família". O que quer dizer que todas as medidas serão avaliadas tendo em atenção o impacto sobre as famílias. Creio que a história do corte de subsídio de Natal terá passado, obviamente, no teste do "visto família".
Privatizações em barda, etc, tudo aquilo que já se sabia. Aliás, este é um mérito do programa. Traz aquilo que Passos Coelho e Paulo Portas haviam prometido/ameaçado.
Saúde e educação, incentivando a iniciativa privada. O que não diz lá é que este incentivo é à custa do serviço público, mas é inevitável, são as duas faces da mesma moeda.
A cereja em cima do bolo é a história dos subsídios de rendimento mínimo e afins. Pretendem substituir o dinheiro pago por "alimentos, vestuário e medicamentos". Mais uma vez, parte-se do princípio errado. De que todos os beneficiários são malandros que não querem trabalhar. De uma vez por todas, há uma coisa que tem de ser feita: chama-se fiscalização, e existe em países civilizados e até nalguns mais pobres que nós. Este conceito revolucionário, afinal, é simples. É fiscalizar se quem recebe o merece. Se não merecer, corta-se. Esta fiscalização é função do Estado, que seria o principal beneficiário dessa tarefa. Estado que, mais uma vez, prefere demitir-se dessa função, e cortar tudo à bruta, apanhando bons e maus. E mais, é o regresso ao conceito da caridadezinha. De que os pobres merecem sopa, dada por um bom samaritano que tem um bom carro; mas não tem direito a vinho, ou a cigarros, ou a qualquer outra coisa que o ricaço não aprova.
Por todo o programa, a velha ideologia de Reagan. Há que criar riqueza através do mercado, da liberalização total de tudo o que for possível. Essa riqueza, naturalmente, chega primeiro aos ricos, aos detentores do capital e dos meios de produção. E, a prazo, irá pingando para baixo. Acontece que, entretanto, vamos esmagar ainda mais os pobres e a classe média, reforçando os meios dos ricos. Mesmo que acreditasse que este modelo funciona, e tenho sérias dúvidas, tenho ainda mais dúvidas de que tenhamos o tempo para esperar que a riqueza "pingue".
É, sim, um verdadeiro e completo programa de Direita. Que me deixaria muito preocupado se fosse mesmo todo cumprido. A ver vamos.
Mas isto leva-me ao ponto a que queria chegar.
Tenho ouvido muita gente dizer que a Esquerda falhou, portanto agora é a vez da Direita tentar.
Com uma diferença: a Direita não tenta. A Direita faz.
E com outro pormenor: a Esquerda nem sequer tenta, porque a "Esquerda" que esteve no poder nunca quis ser de "Esquerda".
Sócrates e o seu séquito tiveram preocupações bastante simples: controlo mediático; conquista e manutenção de poder, a qualquer custo; dinheiro para si e para os seus amigos, muitos deles do "mercado"; desmantelamento progressivo do Estado Social por razões economicistas, mas de forma escondida por razões eleitorais.
Tirando as questões dos "costumes" (aborto, casamento gay, etc), nada de Esquerda se viu que não tenha servido algum dos outros objectivos que descrevi anteriormente. Um bom exemplo foi a utilização da golden share na PT, supostamente uma coisa de Esquerda, o Estado a usar o seu poder contra o mercado, neste caso, a Telefonica. Mas bastou esta subir o preço, enchendo ainda mais os bolsos de "pobrezinhos" como o BES, para a golden share ir pela janela.
E esta é a questão: o falhanço absoluto do PS de Sócrates abriu uma passadeira vermelha para a Direita, porque deixou na mente das pessoas a imagem de um falhanço absoluto da Esquerda. Quando, na verdade, nada teve de Esquerda. E esse é o pior pecado de Sócrates. Ao ter verdadeiro nojo de verdadeiras políticas de Esquerda (que não usam Armanis e falam com a boca cheia) mas sempre insistindo publicamente (e enganando muita gente) que fazia uma política de Esquerda, deu o poder à direita, por 8 anos. Estes são os factos. Aconteceu o mesmo com o palhaço irresponsável do Blair e a sua filha da puta Terceira Via.
Acontece que, tendo vergonha de ser de Esquerda mas encher a boca com a Esquerda, dá nisto. O poder à Direita.
Sei que muitos xuxas dizem, tecnicamente com razão, que o Bloco e o PC ajudaram a Direita a chegar ao poder. Mas a verdade é outra. É esta.
São cento e tal páginas, num estilo desigual que denota ter sido escrito a muitas mãos. Entre o técnico, o vago, o pueril, o pomposo, o falso humilde e o motivador, sobra alguma coisa importante, que me fez reflectir.
É um verdadeiro programa de Direita, mas mais no sentido liberal do que no sentido conservador. Tal como costuma fazer a Direita, praticamente não tem ideologia, embora as medidas venham carregadas dela. Visível, há apenas um ponto: o "visto família". Diz lá que este Governo terá um ponto prévio, um pressuposto que será aplicado a tudo: nenhuma medida será aprovada em Conselho de Ministros se não receber o tal de "visto família". O que quer dizer que todas as medidas serão avaliadas tendo em atenção o impacto sobre as famílias. Creio que a história do corte de subsídio de Natal terá passado, obviamente, no teste do "visto família".
Privatizações em barda, etc, tudo aquilo que já se sabia. Aliás, este é um mérito do programa. Traz aquilo que Passos Coelho e Paulo Portas haviam prometido/ameaçado.
Saúde e educação, incentivando a iniciativa privada. O que não diz lá é que este incentivo é à custa do serviço público, mas é inevitável, são as duas faces da mesma moeda.
A cereja em cima do bolo é a história dos subsídios de rendimento mínimo e afins. Pretendem substituir o dinheiro pago por "alimentos, vestuário e medicamentos". Mais uma vez, parte-se do princípio errado. De que todos os beneficiários são malandros que não querem trabalhar. De uma vez por todas, há uma coisa que tem de ser feita: chama-se fiscalização, e existe em países civilizados e até nalguns mais pobres que nós. Este conceito revolucionário, afinal, é simples. É fiscalizar se quem recebe o merece. Se não merecer, corta-se. Esta fiscalização é função do Estado, que seria o principal beneficiário dessa tarefa. Estado que, mais uma vez, prefere demitir-se dessa função, e cortar tudo à bruta, apanhando bons e maus. E mais, é o regresso ao conceito da caridadezinha. De que os pobres merecem sopa, dada por um bom samaritano que tem um bom carro; mas não tem direito a vinho, ou a cigarros, ou a qualquer outra coisa que o ricaço não aprova.
Por todo o programa, a velha ideologia de Reagan. Há que criar riqueza através do mercado, da liberalização total de tudo o que for possível. Essa riqueza, naturalmente, chega primeiro aos ricos, aos detentores do capital e dos meios de produção. E, a prazo, irá pingando para baixo. Acontece que, entretanto, vamos esmagar ainda mais os pobres e a classe média, reforçando os meios dos ricos. Mesmo que acreditasse que este modelo funciona, e tenho sérias dúvidas, tenho ainda mais dúvidas de que tenhamos o tempo para esperar que a riqueza "pingue".
É, sim, um verdadeiro e completo programa de Direita. Que me deixaria muito preocupado se fosse mesmo todo cumprido. A ver vamos.
Mas isto leva-me ao ponto a que queria chegar.
Tenho ouvido muita gente dizer que a Esquerda falhou, portanto agora é a vez da Direita tentar.
Com uma diferença: a Direita não tenta. A Direita faz.
E com outro pormenor: a Esquerda nem sequer tenta, porque a "Esquerda" que esteve no poder nunca quis ser de "Esquerda".
Sócrates e o seu séquito tiveram preocupações bastante simples: controlo mediático; conquista e manutenção de poder, a qualquer custo; dinheiro para si e para os seus amigos, muitos deles do "mercado"; desmantelamento progressivo do Estado Social por razões economicistas, mas de forma escondida por razões eleitorais.
Tirando as questões dos "costumes" (aborto, casamento gay, etc), nada de Esquerda se viu que não tenha servido algum dos outros objectivos que descrevi anteriormente. Um bom exemplo foi a utilização da golden share na PT, supostamente uma coisa de Esquerda, o Estado a usar o seu poder contra o mercado, neste caso, a Telefonica. Mas bastou esta subir o preço, enchendo ainda mais os bolsos de "pobrezinhos" como o BES, para a golden share ir pela janela.
E esta é a questão: o falhanço absoluto do PS de Sócrates abriu uma passadeira vermelha para a Direita, porque deixou na mente das pessoas a imagem de um falhanço absoluto da Esquerda. Quando, na verdade, nada teve de Esquerda. E esse é o pior pecado de Sócrates. Ao ter verdadeiro nojo de verdadeiras políticas de Esquerda (que não usam Armanis e falam com a boca cheia) mas sempre insistindo publicamente (e enganando muita gente) que fazia uma política de Esquerda, deu o poder à direita, por 8 anos. Estes são os factos. Aconteceu o mesmo com o palhaço irresponsável do Blair e a sua filha da puta Terceira Via.
Acontece que, tendo vergonha de ser de Esquerda mas encher a boca com a Esquerda, dá nisto. O poder à Direita.
Sei que muitos xuxas dizem, tecnicamente com razão, que o Bloco e o PC ajudaram a Direita a chegar ao poder. Mas a verdade é outra. É esta.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
A Latosa
A propósito do presente ontem recebido, recordemos estas sábias palavras (e o seu contexto):
"E é no quadro dessa lei que está em vigor que os agentes económicos, as empresas, os cidadãos tomam as suas decisões. E não pode deixar de ser assim, sob pena de deixarmos de viver num Estado de direito."
Está dito, está dito.
"E é no quadro dessa lei que está em vigor que os agentes económicos, as empresas, os cidadãos tomam as suas decisões. E não pode deixar de ser assim, sob pena de deixarmos de viver num Estado de direito."
Está dito, está dito.
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