O crime perfeito
Enquanto o cheiro a amêndoas amargas entrava-lhe pelas narinas, Jean Pierre, misturava lentamente o cianeto na Vichyssoise, olhando perniciosamente para a prateleira em frente, recheada de troféus e medalhas. Nada daquilo era realmente dele, mas sem ele nem o pó haveria na prateleira. Jean Pierre era o chef de um dos melhores restaurantes da Europa, no entanto, este adjectivo não passava a porta da cozinha, os louros carregados pelo patrão Gustave nunca tinham pousado, nem um minuto, nos ombros de quem realmente os merecia. No meio destas deambulações rancorosas, uma pequena garrafa de cianeto já tinha sido diluída no jantar do patrão, preparado, como sempre, pelo fiel e submisso Jean Pierre.
Jean Pierre era um magnífico cozinheiro, um dos melhores do mundo. Apesar de sempre ter vivido na sombra, tinha uma paixão inegável pela sua arte e era um profissional extremamente zeloso. Tão zeloso que, como habitualmente, não conseguiu deixar de provar mais um dos seus cozinhados.
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