segunda-feira, 8 de dezembro de 2003

O Império dos Sentidos

Ao que isto chegou! A arrogância da pseudo-maioria que nos (des)governa atingiu novos patamares. A pouca vergonha, até aqui sentida por todos, é agora assumida.
Falo da Revisão Constitucional, tamanho familiar, que nos querem agora fazer tomar, em supositório.
Os PP's sabem que esta é a única vez que estão no poder, a sua única e última oportunidade em muitos anos, e não conseguem esconder a gula que lhes escorre dos seus beiços a cheirar a queque.
Assim, querem retirar da lei fundamental as referências à revolução, como se esta não tivesse sido mais que um baile de máscaras.
Querem "uma constituição virada para o futuro", mas "exigem que a constituição europeia contenha uma referência expressa ao catolicismo".
São tão futuristas que confundem um espermatozóide com uma pessoa. São tão progressistas que não resistem a cantar o hino da Mocidade Portuguesa quando pensam na saudosa Lourenço Marques.
Catherine Deneuve diz que a referência de que Portugal é um país anti-colonialista deve ser retirada da Constituição, "porque eu não tenho vergonha do Império"(!!!!!!!!).
Lindo. Isso sim, é progresso, acarinhar "o Império".
Para finalizar, deixo-vos uma frase do pequeno Telmo Correia, acerca das dúvidas suscitadas pelo dormente Jorge Sampaio no que respeita à Revisão Constitucional:

"Não considero normal uma intervenção do chefe de Estado num processo que cabe essencialmente à Assembleia da República e que, nesta fase, compete até aos próprios grupos parlamentares".


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