sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

O Lápis é Azul (e Branco)

Muito curiosa é também a forma como a imprensa finge ignorar um episódio de indisciplina ocorrido na selecção nacional de futebol em Setembro, a quando do Portugal – Espanha.

Desde aí, três habitués da selecção deixaram de marcar presença nas convocatórias de Scolari: Sérgio Conceição (que passou os últimos 8 jogos de quinas ao peito a tentar fazer sempre a mesma finta. Sem sucesso), Maniche (um médio muito capaz) e Fernando Meira (um dos melhores defesas do campeonato alemão).

O valor deste três jogadores é inquestionável, sendo que dois deles – Meira e Maniche - vivem bons momentos nas suas carreiras, tornando-os, em condições normais, convocáveis de pleno mérito.

Ora sabe-se, mas não se fala, que, desde Setembro, as referidas “condições normais” desapareceram.
O que se passou ao certo não sabemos. Mas que se deve ter passado deve. Scolari pode parecer meio tolo às vezes, mas não é doido.

Fosse este episódio ter como protagonista algum menino da Luz e o caso era tudo menos abafado. Veja-se, por exemplo, aquela ridícula conversa entre o Simão e o Hélder sobre a braçadeira de capitão, que motivou alguns a não só filmá-la como a escutá-la e torná-la pública.
Estranhamente hábitos pidescos vingam na imprensa desportiva portuguesa, ora escutando traiçoeiramente dois adultos em conversa estritamente privada, no caso dos capitães encarnados, ora assobiando para o ar no caso daqueles três internacionais.

São reveladoras as palavras d´A Bola sobre a convocatória de Scolari, realçando a inesperada ausência de Maniche: “verifica-se a surpreendente ausência de Maniche, médio do FC Porto, enquanto Sérgio Conceição e Fernando Meira continuam ausentes.”
Pois.

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