segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Bandeirada
Um lusitano mais assanhado queimou uma bandeira portuguesa em público. O senhor foi um bocadinho estúpido porque o fez não só à frente das câmaras de televisão como à frente da polícia, que estava no local para pôr na ordem um perigoso grupo de terroristas anti-tourada.
Soube-se hoje que o lusitano pouco patriota vai ser sujeito a um julgamento sumário, honra que muitos crimes a sério não merecem.
Ora aqui está o que me faz confusão:
A bandeira é um bocado de pano, que faz sonhar saudosistas do império e humedece o rego do Paulo Portas. A pátria é uma ficção, ainda por cima má, tipo novela da TVI.
Eu nunca queimaria uma bandeira portuguesa, não só porque isso seria atribuir-lhe uma importância que um bocado de pano não deve ter mas, também, porque nunca se deve desperdiçar uma superfície lustrosa e agradável, para o caso de sermos surpreendidos com uma súbita falta de papel higiénico. (O "não faz mal, limpa-se ao jornal" sempre foi meramente retórico, ou devia ser, porque mancha o cu).

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