sexta-feira, 17 de setembro de 2004

E esta, heim?

Antes de mais (relembrando Papousse) queria aproveitar o títalo desta posta para relembrar Fernando Pessa (e por associação livre, Fernando Pessoa e Camilo Peçanha) que fará para sempre parte do meu imaginário infantil por estar intimamente associado aos telejornais a que assistia, quando era mais garoto, com o meu falacido avô!

Queria confessar-me a V. Exas.. Actualmente não assisto a telejornais! Venha daí o espanto e o repúdio. Acredito na manipulação da informação e, além de mais, para notícias tristes (95% do tempo de antena dos telejornais, pelo menos no tempo em que ainda perdia tempo com eles) já me bastam as minhas próprias e pequenas preocupações. Para aliviar o peso da minha ignorância dos tempos modernos, dou de quando em vez uma olhadela no Público (estou a ser pago para mencionar o nome desta marca registada).
Gosto mais de pessoas e relações, daí o meu interesse pelas coisas políticas e económicas se situar apensas na medida em que estas intereferem nas relações interpessoais.
Perante este meu desinteresse pelo carrocel dos assuntos "importantes" deste mundo, não será difícil deduzir que os meus conhecimentos de economia são muito gerais e vagos. Por outras palavras, representarei o aluno numa conversa com alguém que conheça aprofundadamente conceitos como "spread", "lising", "taxa indexada à Euribor"(calculo que sejam pneus Mabor vendidos por essa europa fora) e, ainda mais menino, perante uma alma que compreenda claramente os meadros do funcionamento da bolsa de valores nacional ou, mais espantoso ainda, o mercado internacional de valores.
Assim, o mail que recebi de um amigo meu (o Minuim), em past-forward está claro, deixou-me sobejamente abananado.Só agora me bateu que, apesar do meu vencimento base ser de 617 euros e de acrescer a isto subsídio de almoço e subsídio de risco (segundo parece o meu trabalho é perigoso porque eu lido com dinheiro! Ele há cada uma!!!) o que, digo eu, fará situar a minha remuneração global algures entre entre os 717 e os 767 euros, eu só receber efectivamente cerca de 580 herois por mês!
Tudo no mundo pode ser prevertido e invertido...até o Robin dos Bosques (versão portuguesa)! Não que a minha ignorância do mundo chegasse ao ponto de desconhecer a perversão da política e da economia, mas, como uma chapada na letargia dos meu dias, este mail (que passarei a expor) veio colocar mesmo em frente dos meus olhos aquilo que eu escolhi não ver.

"
Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado,e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social. O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho,é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a SegurançaSocial. E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.
Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu Patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.
Em resumo:
- Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.
- Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.- Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.
- Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metadedas verbas envolvidas no caso.
Eu pago e acho muito bem, portanto exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro, emprego para o meu filho. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa. Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País. Auto-estradas sem portagens. Pontes que não caiam. Tribunais com capacidadepara decidir processos em menos de um ano. Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.
Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Polícia eficiente e equipada.Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquestra sinfónica. Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.
Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem aoEstado 100 euros de receita. Portanto Sr. Primeiro Ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

Um português contribuinte."

Realmente um gajo paga muito e recebe muito pouco em troca...'da-se!

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