domingo, 12 de novembro de 2006

O Futuro Portugal

Acabo de ler o Correio da Manhã, experiência que, como habitualmente, me marcou profundamente.

"Miúdo de seis anos guia escavadora", era o título da notícia. Começa bem.

Uma retroescavadora de oito toneladas é o ‘brinquedo’ preferido de Gil Miguel, um miúdo de seis anos que sonha ser operador de máquinas, a mesma profissão do pai. Por enquanto, contenta-se em abrir e fechar valas no quintal da residência, em Meirinhas, Pombal, e em acompanhar o pai nos trabalhos que faz na zona.

Encantador, de facto.
Mas há mais.

"Isto para ele é tudo, quem lhe dá a máquina dá-lhe tudo”, conta o pai, Virgílio Gonçalves, enquanto observa o empenho do filho a abrir uma vala com a pá de trás, a mais leve, que trabalha com a retroescavadora assente em duas sapatas.

Enternecedor, este comentário do papá.

Gil Miguel é o filho mais velho de Susana e Virgílio Gonçalves e tem uma paixão tão grande pela retroescavadora que não deixa o pai trocá-la por outra, de um modelo mais recente. A máquina, uma Fermec 860, custou 64 500 euros (13 mil contos) há quatro anos e já cumpriu oito mil horas de trabalho.

Realmente, as crianças de hoje fazem tudo. Então no que toca aos brinquedos, as birras de que elas são capazes!!!

Aluno do 1.º ano da Escola Primária das Meirinhas, Gil Miguel é mesmo craque ao volante da retroescavadora, revelando uma “sensibilidade” só habitual nos operadores muito experientes, diz João Henriques, vendedor da Fermec, que acompanhou a exibição do miúdo.“Ele nasceu com o dom para operar estas máquinas pesadas”, garante João Henriques, adiantando que conhece profissionais que não são tão cuidadosos como o pequeno Gil Miguel.

Sim, de facto. Isto deve-se ao facto de o pequeno Gil Miguel, ao contrário dos "profissionais" do ofício, só beber quatro minis por dia, e nenhuma antes do almoço.

Susana Gonçalves não gosta de ver o filho a manobrar a máquina: “Não acho normal, com a idade dele, fico um bocadinho assustada, mas como o pai está por perto, não digo nada.” Virgílio Gonçalves garante que só deixa o filho manobrar a máquina no quintal, não o deixando fazer qualquer trabalho a sério nem conduzir na estrada.

Ah, pronto, assim está bem!
Brilhante país este. Numa clara aposta na formação profissional, nada como começar desde pequenino. Se continuar com este empenho, Gil Miguel promete ter o seu primeiro acidente profissional antes dos 10 anos, o que promete ser um novo recorde, não de Portugal, mas pelo menos de todo o Pombal e arredores.

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