Um aplauso Público
Eu gosto do Público. Gosto muito do Público.
Na edição de hoje, 80% do espaço de capa é dedicado ao próprio jornal. Tem um destaque muito grande acerca do futuro dos jornais, das novas tendências, das novas formas de consumir informação. Tem ainda uma página dupla acerca das gralhas e erros - muitos deles hilariantes - que o próprio Público cometeu desde a sua fundação. Enquanto todos os outros jornais estão iguais, com capas parecidas acerca de Freeport, crime e crise, o Público olhou para dentro e, mais uma vez, abriu o jornal aos leitores. Com uma discussão livre, descomplexada e interessante.
As vendas estão em crise, tal como acontece com outros jornais. No entanto, ao contrário de muitos outros, não se comercializou, não se abestalhou, não se apimbalhou. Eu, que há quase 10 anos leio vários jornais todos os dias, compro o Público sem olhar para a capa. Sem ver qual é a manchete. Não interessa. Porque sei que o Público não anda necessariamente a reboque da "agenda mediática" e me vai sempre conseguir surpreender e interessar.
Sei que tem dificuldades financeiras. Que até pode vir a ser vendido e apimbalhado no futuro, até que pode mesmo vir a fechar.
Até lá, vai cumprindo o seu papel. Eu, como leitor fiel, agradeço. Não há outro jornal assim em Portugal.
PS - às vezes arma-se demasiado ao pingarelho. Parece-me excessivo que "Slumdog Milionaire" seja considerado o filme do ano, mas o Público exagerou ao dar-lhe uma bola (equivalente a "pedaço de bosta cheio de moscas").
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