Pinho Jackson
Ambos desapareceram de cena recentemente, ambos tinham a mania que eram Bad e ambos, de repente, se tornaram na melhor coisa que o mundo alguma vez viu.
De repente, toda a gente gosta do Michael Jackson. Génio, Imperador da Pop, etc. Isto apesar de andar toda a gente há 15 anos a gozar com o homem.
E agora, o Pinho. O Senhor dos Cornos.
Isto é uma coisa muito portuguesa, portuguesinha, de bajular os mortos depois de lhes baterem em vida.
Note-se que o Pinho até ganhou popularidade com os chifres. Foi como o Marinho Pinto com a Manuela, o tipo passou-se e todos os portugueses se reviram no gajo que, de repente, perde a noção e caga para a etiqueta. O que não percebo é a carrada de elogios que lhe andam a fazer, com o argumento de que o gesto diabólico não deve ofuscar a análise ao seu mandato. Concordo inteiramente. Discordo é da avaliação positiva que muita malta anda a fazer do senhor. O meu problema com ele não é ser um alarve e um desastrado politicamente. Prefiro isto aos políticos perfeitinhos como os Antónios Costas, os Sócrates e os Passos Coelhos desta vida. Estes não têm gaffes, mas não são melhores por causa disso.
No que toca a Pinho, o problema foi que só se lembrou que era ministro da Economia quando o circo pegou fogo. E aí lá foi ele, sim senhor, de extintor na mão a tentar salvar as Qimondas e o Bordalos, e os respectivos postos de trabalho. O que este senhor não se pode esquecer foi que, em grande parte, estas e outras empresas pegaram fogo porque o Governo do senhor Pinho passou três anos a asfixiar a economia portuguesa. Era o Governo das Finanças, do Défice, e não da Economia. É por isso que esta crise só vem agudizar a que já cá estava, antes do subprime dar barraca.
É injusto que Pinho saia por causa dos chifres, sim senhor. Já devia ter saído.
E é injusto que os chifres façam passar a ideia de que, no que realmente interessa, o senhor foi exemplar.
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