O verdadeiro Faroeste
À saída do tribunal, o carro onde seguia Pinto da Costa, conduzido a alta velocidade pelo seu motorista, atropelou um repórter fotográfico do JN. Perante o sinal de um polícia, que estava por ali e decidiu estranhamente fazer o seu trabalho e mandar parar o carro, o condutor acelerou e pôs-se na alheta.
Muito bem.
O fotógrafo foi para ao hospital, o sindicato reclamou, etc.
Engraçado foi depois a reacção oficial da polícia do Porto. Afinal, não faz mal que o condutor tenha ignorado a ordem policial para parar. Isto porque "o sinal não foi feito de forma explícita". Aliás, foi tão pouco explícito que o condutor terá confundido o gesto como uma ordem para acelerar. E prossegue a polícia, na sequência da passagem do carro este "tocou" numa pessoa que estava por ali. "Tocou", não atropleou.
Ora ora ora.
Vamos relembrar alguns factos:
1 - Horas antes da visita da polícia ao escritório de Pinto da Costa para o deter, o senhor lembrou-se, de repente, de ir passar o fim de semana à Galiza, com o seu advogado. Alguém de dentro do sistema judicial o avisou, e deu-lhe tempo para preparar a sua defesa com tranquilidade. Até aqui, não se sabe nada sobre quem fez o telefonema amigo.
2 - Ao ir finalmenente à polícia, regressado da Galiza, o senhor apareceu escoltado por uma dezena de rapazes dos Superdragões, que o levaram até lá dentro. Isto apesar de os populares e até os jornalistas que estavam cá fora terem sido afastados zelosamente e de forma vigorosa pela polícia, empenhada em manter à distância quem não estivesse em serviço oficial. A excepção foi, naturalmente, esses bons rapazes dos Superdragões.
3 - Há uns anos foi esfaqueado, dentro do estádio das Antas e enquanto colocava uma faixa, um adepto do Sporting. Ninguém foi detido ou acusado.
4 - Pouco tempo depois, adeptos do Benfica foram barbaramente agredidos à saída do estádio. As câmaras de televisão mostraram, sem margem para dúvidas, vários membros da polícia local a presenciar estas agressões, sem mexerem um dedinho.
5 - O jogador Adriano, que o Porto anda há anos a tentar convencer a rescindir o contrato, sem sucesso, foi espancado à porta de uma discoteca por pessoas identificadas com os Superdragões. Adriano passou a noite no hospital e saiu de lá a meio do dia seguinte. Foi multado pelo FCP por ter faltado ao treino. Ninguém foi detido.
And so on, and so on.
Eu sei que no Porto e à volta do FCP acontecem coisas estranhas: árbitros ganham viagens ao Brasil para onde viajam sob nome falso (Calheiros, lembram-se?), árbitros visitam a casa de Pinto da Costa na véspera de um jogo nas Antas, porque têm problemas pessoais. São coisas que acontecem.
Mas de facto, a conivência das autoridades, judiciais e policiais com esta gente mostra que não é só na Madeira que há um estado à parte, que defende não os cidadãos mas sim grupos de interesse específicos.
Ao pé desta gente, a Cosa Nostra é uma brincadeira de crianças.
E depois vêm falar de que são os campeões da democracia...
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1 comentário:
o que disseste seria válido se movido por um sentido de justiça. Mas não. Nota-se um bocadinho que é por dor de cotovelo :)
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