E pronto, está feito.
O Socras ganhou, apesar de ter perdido uma batelada de votos. Aliás, o PS foi o único partido a descer.
A Ferreira Leite perdeu claramente e é a grande derrotada da noite. Saindo das europeias, Sócrates estava em KO técnico. Começou a campanha, Sócrates levou uma básica demão de marketing, e Ferreira Leite enredou-se em gaffes e parvoíces, numa campanha sem capacidade de resposta perante a bem oleada máquina socialista.
O CDS e o BE são o grandes vencedores destas eleições, sobretudo o primeiro, que passou a ser o terceiro partido mais votado. Acho que esta subida faz todo o sentido, porque o discurso de Portas encontra natural eco em muita gente insatisfeita no nosso país. Apesar de ser um partido que eu desprezo ideologicamente, considero que é bom para a democracia portuguesa este reforço. É um partido com uma ideologia própria e diferente de todos os outros, e é importante que existam opções para que os eleitores escolham. E a democracia é isto.
O Bloco deu mais um salto e parece-me que ainda não bateu no tecto do que pode crescer. Vamos agora ver qual a sua relevância, no parlamento. Na óptica de diversidade, é também muito importante.
A CDU, na qual votei, também subiu, mas claramente mostra que tem dificuldades em dar saltos e, em termos de votos, encontrar correspondência à grande influência social que felizmente ainda tem.
O povo falou. Respeitemos. Mas quem votou pela manutenção deste estado de coisas, que não se venha depois queixar. Enganado uma vez acontece; ser enganado duas vezes é burrice.
PS - as várias emissões televisivas foram de uma mediocridade que, confesso, até a mim me surpreendeu. Sempre as mesmas caras, a bonecada de um lado para o outro, sempre as mesmas opiniões dos mesmos gajos, os sorrisinhos tácticos, um universolo parolo, medíocre e provinciano. Nem uma opinião que se aproveitasse, nenhum golpe de asa. Uma noite sem chama, sem gás, sem magia, sem arte, sem um pouco de anarquia. Nada. A televisão é a montra que nos mostra um país fascinado pelo dinheiro, pela vaidade e pela ambição de poder. Somos um país de parolos liderados por um exército de iupis.
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3 comentários:
Análise perfeita, meu caro. Incluindo a relativa à tv.
bom post, excelente post-scriptum.
A CDU não tem influência social, pois, nesse caso, teria mais votos. Tem, quando muito, influência sindical, ou melhor, influência sobre os sindicatos (que não sobre os trabalhadores sindicalizados).
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