sexta-feira, 5 de março de 2010

As portas do paraíso


12h51. Abdul Nasser comia tranquilamente uma tâmara enquanto ouvia o lento tic-tac da bomba- relógio que daqui a poucos segundos o faria rebentar em mil pedaços no meio do shopping center mais frequentado de Tel Aviv. Quem morre por Alá tem as portas do céu abertas e Abdul só pensava no harém de vinte mil belas e insaciáveis mulheres que esperavam por si. O dinamite explodiu no momento exacto, estilhaçando juntamente consigo mais de trinta infiéis. Alá é grande e justo pois, imediatamente após a sua morte, as suas vinte mil mulheres (mais atraentes do que alguma vez imaginara) arrastaram-no para dentro do portão do paraíso. Abdul ardia de desejo, pelo que foi imediatamente direito ao assunto, despindo a mais atrevida das suas mulheres. Mas Abdul grita horrorizado. As lindas e insinuantes mulheres que o acompanharão para toda a eternidade, as lindas e insinuantes mulheres por quem Abdul sacrificou tão jovem a sua vida terrena, não têm qualquer sexo no meio das pernas. Subitamente, Abdul compreende tudo. Esquecera-se por completo que o Ramadão tinha comeaçado esta manhã, cometendo o sacrilégio de comer uma tâmara antes do sol posto. Afinal, Abdul nunca viu, e Abdul nunca verá, as portas douradas do paraíso.

2 comentários:

funafunanga disse...

Supõe-se que o felatio não seja uma opção no paraíso de Allah...

o homem do estupefacto amarelo disse...

Bem observado. Suponho que ao mínimo contacto com um falo, as bocas destas estranhas mulheres bonecas imediatamente se transformariam em pombas brancas.