- Tu precisar é de mandar umas.
- Lá estás tu. Eu mando umas. Mando várias. Mando as que quiser. Eu estou numa relação, sabes?
- Sim, sei. E?
- Que parte disto é que tu não percebeste?
- Man, tu é que parece que não percebes. Eu explico. Aquilo que tu tens com a Rosa...é Rosa que ela se chama, né?
- Tás fartinho de saber que sim, que se chama Rosa.
- Ok. a Rosa. Aquilo que tu tens na Rosa não é uma mulher. Tu tens duas coisas, na tua relação com a Rosa, e nenhuma é uma MULHER. Tens uma mãezinha e tens um buraco, perdoa-me a expressão.
- O quê?!
- Calma, eu explico. Não tinhas uma miúda há muito, muito tempo. É absolutamente normal que queiras um buraco. E, sendo um verdadeiro pussy como és, também querias uma mamã. E a verdade é que, na tua relação com a Rosa, valorizas, de facto, mais a parte da mãezinha. Porque a parte do buraco, se te conheço, não é assim tão importante. Deves bater 3 punhetas por dia, portanto...
- Foda-se!
- Vá, deixa-te disso, estás entre amigos. Pareces um morto.
- Desculpa?
- Pareces um morto-vivo. A vida está-te a sair pelo piço, a bateres dessa maneira.
- Eu não bato 3 punhetas por dia.
- Bom, não sei, hás de saber isso melhor que eu.
- Finalmente disseste alguma coisa certa. Estava difícil.
- E o teu problema é esse. Concentraste numa única relação, num único ser, a mãezinha e o buraco - nem sequer se pode chamar realmente sexo, lamento.
- Por que raio não?
- Sexo é sujo, meu. É bom, é marado. Não tem nada a ver com pijamas, e...bules de chá,...e merdas dessas.
- Fico contente por ver que tens empregue a tua vívida imaginação a construir ficções acerca da minha vida sexual.
- Não te preocupes, eu não tenho muito que fazer. Então, como estava a dizer, tu, em vez de teres uma mulher, ou varias mulheres, juntaste buraco e mãezinha num único objecto.
- Mesmo que tenhas razão, e claramente não estou a dizer que tenhas algum tipo de razão, qual é o problema de juntar o apoio de uma mulher e...bom, buraco, como tu dizes?
- Só uma coisa. Tu por acaso quererias ir para a cama - e a Dona Marília que me perdoe - com a tua mãe?
- Foda-se!
- Ora aí está. Algumas coisas não se misturam, homem! É como o azeite e..., bom, tu sabes.
- Água?
- Não creio que seja água. Era outra coisa...
- Creio mesmo que é água.
- Bom, não é importante. Tudo isto para te dizer que, de facto, trataste das tuas necessidades básicas. Well done, mostraste ser um cidadão relativamente competente.
- Dizes isso como se me estivesses a insultar.
- E basicamente, é isso que eu estou a fazer. Precisas de algo na tua vida, man. Podias fazer bungee-jumping, ou comprar uma mota, ou merdas assim. Mas, digo-te por experiência, as mulheres são muito mais interessantes. E há uma data delas por todo o lado.
- Ok, ok. Suponho que não valha a pena explicar-te que pessoas diferentes procuram coisas diferentes. E que aquilo que funciona para ti pode não funcionar para mim.
- E eu suponho que não velha a pena explicar-te que a tua mão vai estar para sempre agarrada ao teu braço - a não ser que tenhas um acidente esquisito - e que podes brincar com ela sempre que quiseres, tipo quando fores velho, e aproveitar agora para viveres sensações a sério.
- Mas que raio de obsessão é essa com a masturbação?! E tu, garanhas, não bates? Nunca bateste?
- Meu caro, este teu amigo que aqui vês não esgalha o pessegueiro desde 2000.
- Foda-se, a sério?!
- No punheta since 2000.
- Uau...bom, confesso que isso é impressionante.
- Quer dizer, bem, houve uma vez em 2001. Mas foi a única excepção, por isso acho que não conta.
- O que aconteceu? Estavas preso numa ilha deserta?
- Não. Havia uma miúda, a Débora, lembras-te da Débora? Da universidade?
- Claro. Era bem boa.
- Foda-se, era a gaja mais gira e mais boa da escola. Enfim, eu andava atrás dela há bué, mas ela andava a dar-me tampa. Depois, consegui convencer o meu pai a emprestar-me o carro, e isso, vê bem aquela puta, foi o suficiente. Bom, por mim tudo bem, comê-la em casa ou no banco de trás era-me um bocado igual. O problema foi que comecei a ficar nervoso. Já tinha em cima um ano de quarentena de punhetas e, na verdade, não estava numa boa fase com as gajas. Resumindo, andava numa seca prolongada, e tinha medo que, ...bem, que a pistola disparasse antes do tempo. Percebes?
- Ah, a velha estratégia de tirar a bala da câmara.
- Ora nem mais. E pronto, antes de a ir buscar, um esgalhanço e pronto.
- E correu bem?
- Bom, na verdade não foi um esgalhanço que me tenha ficado na memória. Não é uma coisa tipo "aaaaaaaaah, aquela bela punheta em maio de 2001, o ar estava límpido, a minha mão nunca esteve tão bela", e o caralho.
- Não, urso, se correu bem o encontro.
- Pá, nem por isso. Não me deixou fodê-la.
- Isso é que é pior.
- Podes crer. E era bem boa, a gaja. Vi-a há pouco tempo. Trabalha no Minipreço ao pé do Marquês, e agora tem um cu do tamanho de uma casa. O karma é fodido.
- E então, desde então...nada.
- O cinco contra um acabou nessa noite. E não me arrependo. Sabes, não desperdiçar torna um tipo mais forte, mais vivo. Tens que estar alerta, vivaço. Mantém-te na caça. Se não caçares não comes.
- E tens comido, garanhão?
- Pá, vou comendo. Sabes que descobri que há muitas gajas que são exactamente como nós, ou melhor, como eu. Assim que descobres isso, e se tens a sorte de ser um Adónis como eu, é só facturar.
- Alguma vez não resultou?
- Claro, isto não é matemática. Há sempre aquelas que querem mas que acham que têm de fazer o jogo. Que isso torna as coisas mais interessantes. Mas nem sempre é assim, e às vezes simplesmente perco a paciência. E a verdade é que, desde 2000, não passei dois meses sem dar de beber ao burro. Mais que isso e as bolas começam a doer-te.
- Porra, tu realmente és um poço de sabedoria. Devias escrever um livro, sabias?
- Iá. Vou fazer isso. Mas em vez de o publicar vou apenas mandá-lo para tua casa, para aprenderes umas coisas.
- Não acho que isso seja uma boa ideia.
- Atão porquê?
- A Rosa está a pensar mudar-se lá para casa. E isso podia gerar um incidente.
- Oh, meu, estás tão fodido...
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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