Voltando, de forma rápida, à crise.
As agências de rating não são culpadas. Estão a fazer aquilo para que foram criadas. E para mim não colhe o argumento de que não podem dizer nada porque falharam na génese da crise.
Falharam porque foram demasiado complacentes e não foram suficientemente exigentes com as condições de estados e empresas para pagar o que deviam. Estão agora, e muito bem, a ser mais exigentes. Não podemos criticá-las por terem sido laxistas e criticá-las por serem, agora, exigentes e picuinhas.
Uma coisa é certa, os mercados estão em cima de nós e não nos vão largar. Não quero aqui discutir os culpados (já lá iremos), mas é preciso fazer alguma coisa.
E o Governo, anestesiado e desgastado por falta de credibilidade, escândalos e, francamente, sem condições mínimas para continuar a governar, só reage. Não age. Deixou que um pirralho de merda como o Passos Coelho desse uma pinta de homem de Estado, o que mostra bem a desorientação de Sócrates.
E, depois de dois dias de reuniões e conversa, o que temos?
Descida do limite mínimo do subsídio de desemprego e deixar em stand by a construção de uma das 11 (!) novas estradas programadas. Segue TGV, impostos sobre a banca iguais, tudo na mesma.
O nosso problema não é uma estrada e gamar 30 euros a cada desempregado. O nosso problema vale várias centenas de mil milhões de euros.
Reformas nem uma. O Governo já nem ataca às cegas. Limita-se a esbracejar às cegas.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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1 comentário:
Sou um leigo nessas cenas, mas... o que raio é uma agência de rating? Donde lhes vem a credibilidade? Quais os interesses que servem (ainda ontem li algures que as agências têm preconceitos contra países do sul da Europa, somos laxistas e à beira do abismo mesmo que a nossa situação seja comparável à de uma Bélgica)?
Seria possível tirar-lhes o tapete - criar uma agência de rating mundial, dependente da ONU ou do Banco Mundial ou FMI, com garantias de procedimento justo e possibilidade de reclamação dos países contra o rating atribuido, expondo publicamente os seus argumentos?
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