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domingo, 9 de maio de 2010
Às vezes é preciso ser fuça
Eu pensava que os solos de guitarra eram sempre estéreis e dispensáveis, nada acrescentando de relevante a uma boa canção Pop. Eu pensava que os solos de guitarra, com o seu virtuosismo exibicionista, eram sempre de um mau gosto insuportável, uma excrescência inconsequente que deformava a simplicidade elegante de uma boa canção Pop. Eu pensava que o Johny Marr era o guitarrista mais criativo e influente da história da Pop, sem que eu me lembre de ele alguma vez ter feito um único solo nas canções dos Smiths. Eu pensava tudo isso até ouvir esta faixa (ouvir a partir dos 3 minutos certos), retirada do 1º álbum ao vivo dos Stones, editado em 1970 no pico da sua criatividade (pena não ter havido nessa data uma Yoko Ono dos Stones a desmembrar a banda antes da sua grotesca decadência). Não sei sequer sei se foi o Keith Richards ou o Mick Taylor o responsável por isto. Sei-o apenas que se Maradonna tivesse nascido sem pés, era assim que tocaria guitarra eléctrica. Às vezes é preciso ser fuça.
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2 comentários:
Os solos em geral precisam de se estar num estado de espírito especial para apreciar a arte. Eu lembro-me quando era um jovem ignorante cometia o sacrilégio de pôr o leitor em fast forward quando surgiam os intermináveis solos do Ray Manzarek no meio de músicas como Riders of the storm. Neste momento, considero-os o climax da composição e uma das razões pelas quais regresso assiduamente a essas músicas tão batidas. Há sempre qualquer pequeno detalhe que, por mais vezes que tenhamos ouvido, nunca apreciámos devidamente, há sempre novos "cliks" à espera de acontecer.
Grandes punhetas que se batem por aqui.
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