segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A viajar na maionese, na mostarda, no molho inglês e, sobretudo, no wisky

Carlos Queiroz fez um mau trabalho na Selecção. Quando voltaram, Merdaíl, balbuciando de forma incoerente atrás duma cerca e no meio de contentores, lá foi dizendo que não estava tão contente como gostaria. É claro que o devia ter demitido, não fosse o facto de ter assinado com Queiroz um contrato milionário e absurdo, pelo qual é, obviamente, responsável.
Depois emitiu um comunicado em que dizia que o senhor Queiroz, afinal, tinha atingido os objectivos.
Depois apareceu aquela história ridícula do doping.
Durante semanas, de Merdaíl só houve silêncio, enquanto Queiroz dava entrevistas e se enterrava cada vez mais.
Silêncio, Merdaíl em parte incerta.
Depois lá demitiram, a muito custo, o Mister Queiroz. Quanto ao futuro do próprio Merdaíl, nem uma palavra.
Depois, com o Agostinho do capachinho ao comando, a Selecção continuou a sua senda de maus resultados, com uns abandonos de jogadores pelo meio.
Depois, Merdaíl passa cá para fora que Paulo Bento seria o treinador.
Depois, do nada, passa-se da pinha e vai a Madrid, de chapelinho na mão, implorar ao Real Madrid que nos empreste o seu treinador, a quem o Real paga uma pequena fortuna, que disperse a sua atenção e venha orientar a Selecção durante dois jogos.
E, nisto, não consigo começar a dizer o que é mais absurdo. Se a humilhação da Selecção; se a estupidez de querer um treinador em part-time; se a idiotice de pensar que o Real alguma vez o partilharia; a ideia peregrina de ter treinador para dois jogos, e o resto logo se via; a facilidade com que, assim, conseguiu fragilizar o treinador que aí virá, que publicamente não foi a primeira escolha.

Só neste país de terceiro mundo se permite que o senhor Merdaíl continue no cargo, a esbracejar sem rumo algum. Foi tudo mau, e em toda esta pocilga o menos mau é ainda o pouco que os jogadores conseguem ir fazendo dentro de campo.

Sem opções, no meio desta verdadeira balbúrdia, vem o Paulo Bento. Nestas condições é difícil fazer alguma coisa de jeito. Mas eu considero-o um bom treinador e que, com um pouco de sorte, pode ter sucesso. E é isso que, sinceramente, lhe desejo. Face a toda esta gente, tem pelo menos duas qualidades: não se esconde e dá-se ao respeito. E neste ponto isso basta. 

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