segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Alma
Fui um dos 55 mil felizardos que, ontem à tarde, esteve no Estádio da Luz. Foi um daqueles jogos, daqueles momentos, em que me sinto muito feliz por dizer "sim, eu estive lá". Sim, eu sofri. Gritei, saltei, vibrei.
Um equipa já sem pernas (nota-se à distância) mas com um coração e uma alma que movem montanhas.
Sim, sabemos que não vamos ser campeões. Sim, sabemos que há outras competições que temos mais hipóteses de ganhar. Sim, sabemos que é difícil, que às vezes as pernas já não respondem e que o mal, feito por outros no início do ano, está feito.
Mas 55 mil adeptos, apoiarem desta forma um clube que está a 8 pontos do rival, é um orgulho. Ontem, foram os adeptos, eu incluído, que não permitiram à equipa que desistisse. E o golo do fenómeno Coentrão (que jogador! que atitude!) foi o fim perfeito para uma tarde de emoção.
Ontem batemos o recorde de assistências na Liga portuguesa esta época. Com o campeonato perdido, e o povo vai. Porque ama esta equipa, que lhe dá tudo em troca. Porque ama futebol, a beleza que demonstramos dentro de campo. E porque, sabendo como este campeonato nos foi roubado, fazemos questão de estar sempre lá para apoiar o nosso clube, para apoiar o Glorioso.
Que outro clube, praticamente arredado do título, faria o que nós conseguimos? É difícil.
Dos 10 jogos mais vistos este ano em Portugal, seis foram na Luz, sete envolveram o Benfica.
Os dez jogos com mais assistência à 21ª jornada
1- Benfica-Marítimo (54.991)
2- Benfica-V. Guimarães (54.927)
3- Benfica-Sporting (51.899)
4- F.C. Porto-Benfica (49.817)
5- Benfica-Académica (48.905)
6- F.C. Porto-Sp. Braga (47.617)
7- Benfica-Sp. Braga (43.317)
8- F.C. Porto-Beira Mar (43.209)
9- F.C. Porto-Portimonense (40.416)
10- Benfica-Rio Ave (38.456)
Só pela curiosidade, o jogo com menos espectadores em toda a época foi o Naval-Portimonense, com uns esmagadores 316 espectadores.
PS - adorei os tipos do Marítimo reclamarem da arbitragem no final, apesar de terem sido beneficiados. Adorei sobretudo, depois de andarem todo o jogo a fingir lesões e a fazer anti-jogo, terem ficado lixados por o árbitro ter dado o encontro por terminado logo a seguir ao golo do Glorioso. Se não tivessem queimado tanto tempo, talvez tivesse sido diferente. Assim, foi só uma deliciosa lição que levaram. Para a próxima, menos teatro, menos autocarro, e mais futebol.
Um equipa já sem pernas (nota-se à distância) mas com um coração e uma alma que movem montanhas.
Sim, sabemos que não vamos ser campeões. Sim, sabemos que há outras competições que temos mais hipóteses de ganhar. Sim, sabemos que é difícil, que às vezes as pernas já não respondem e que o mal, feito por outros no início do ano, está feito.
Mas 55 mil adeptos, apoiarem desta forma um clube que está a 8 pontos do rival, é um orgulho. Ontem, foram os adeptos, eu incluído, que não permitiram à equipa que desistisse. E o golo do fenómeno Coentrão (que jogador! que atitude!) foi o fim perfeito para uma tarde de emoção.
Ontem batemos o recorde de assistências na Liga portuguesa esta época. Com o campeonato perdido, e o povo vai. Porque ama esta equipa, que lhe dá tudo em troca. Porque ama futebol, a beleza que demonstramos dentro de campo. E porque, sabendo como este campeonato nos foi roubado, fazemos questão de estar sempre lá para apoiar o nosso clube, para apoiar o Glorioso.
Que outro clube, praticamente arredado do título, faria o que nós conseguimos? É difícil.
Dos 10 jogos mais vistos este ano em Portugal, seis foram na Luz, sete envolveram o Benfica.
Os dez jogos com mais assistência à 21ª jornada
1- Benfica-Marítimo (54.991)
2- Benfica-V. Guimarães (54.927)
3- Benfica-Sporting (51.899)
4- F.C. Porto-Benfica (49.817)
5- Benfica-Académica (48.905)
6- F.C. Porto-Sp. Braga (47.617)
7- Benfica-Sp. Braga (43.317)
8- F.C. Porto-Beira Mar (43.209)
9- F.C. Porto-Portimonense (40.416)
10- Benfica-Rio Ave (38.456)
Só pela curiosidade, o jogo com menos espectadores em toda a época foi o Naval-Portimonense, com uns esmagadores 316 espectadores.
PS - adorei os tipos do Marítimo reclamarem da arbitragem no final, apesar de terem sido beneficiados. Adorei sobretudo, depois de andarem todo o jogo a fingir lesões e a fazer anti-jogo, terem ficado lixados por o árbitro ter dado o encontro por terminado logo a seguir ao golo do Glorioso. Se não tivessem queimado tanto tempo, talvez tivesse sido diferente. Assim, foi só uma deliciosa lição que levaram. Para a próxima, menos teatro, menos autocarro, e mais futebol.
Coincidências
As notícias são da semana passada, mas vale a pena relembrar.
Noronha do Nascimento, o senhor que na foto está ao lado do seu grande amigo José Sócrates, é o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. E é também o senhor originalmente determinadíssimo em destruir as escutas que envolvem José Sócrates, no caso Face Oculta.
Soube-se há algumas semanas que o juiz com o caso, o magistrado Carlos Alexandre, não tinha ainda destruído as escutas, defendendo que os implicados deviam ter acesso a elas e pronunciar-se sobre a destruição.
Sabemos agora que Noronha do Nascimento, cujas ligações à Maçonaria estão ainda por se provar (yeah, right), está desesperado. Qual rapariguinha histérica, vem agora insistir que as escutas sejam imediatamente destruídas ou, se o juiz Carlos Alexandre tiver "pruridos" desse tipo, que as envie ao próprio Noronha, que se encarregará do servicinho.
Mais, tão zangado está Noronha, que ameaçou Carlos Alexandre com um processo disciplinar, caso desobedeça.
Outro episódio que não tem nada a ver com isto:
o Ministério da Justiça quer designar outro juiz para co-liderar o Tribunal Central de Instrução Criminal, que é responsável por todos os grande casos de corrupção. Este tribunal é liderado actualmente por Carlos Alexandre, que assumiu a liderança de alguns dos processos que envolvem gente poderosa, como o caso Portucale ou dos Submarinos. Perante inúmeras pressões, fez o seu trabalho, denunciou pressões, acusou à mesma.
O argumento para colocar lá outro juiz (que passaria a dividir os casos com Carlos Alexandre) é que este último não está a dar vazão, e tem demasiados processos pendentes. Acontece é que os números que constam na decisão do Ministério da Justiça, e que estiveram na base formal dessa decisão, estão errados. Muito e grosseiramente errados.
Por último:
Noronha de Nascimento é o tipo que, no final de 2009, em pleno furacão noticioso "Freeport", o que veio defender o senhor? Que fosse criado um órgão com poder disciplinar sobre os jornalistas, com parcial designação política.
Se as escutas são assim tão irrelevantes, para quê tanta pressa? Para quê tanto nervosismo?
Bom, não é difícil juntar os pontos.
Noronha do Nascimento, o senhor que na foto está ao lado do seu grande amigo José Sócrates, é o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. E é também o senhor originalmente determinadíssimo em destruir as escutas que envolvem José Sócrates, no caso Face Oculta.
Soube-se há algumas semanas que o juiz com o caso, o magistrado Carlos Alexandre, não tinha ainda destruído as escutas, defendendo que os implicados deviam ter acesso a elas e pronunciar-se sobre a destruição.
Sabemos agora que Noronha do Nascimento, cujas ligações à Maçonaria estão ainda por se provar (yeah, right), está desesperado. Qual rapariguinha histérica, vem agora insistir que as escutas sejam imediatamente destruídas ou, se o juiz Carlos Alexandre tiver "pruridos" desse tipo, que as envie ao próprio Noronha, que se encarregará do servicinho.
Mais, tão zangado está Noronha, que ameaçou Carlos Alexandre com um processo disciplinar, caso desobedeça.
Outro episódio que não tem nada a ver com isto:
o Ministério da Justiça quer designar outro juiz para co-liderar o Tribunal Central de Instrução Criminal, que é responsável por todos os grande casos de corrupção. Este tribunal é liderado actualmente por Carlos Alexandre, que assumiu a liderança de alguns dos processos que envolvem gente poderosa, como o caso Portucale ou dos Submarinos. Perante inúmeras pressões, fez o seu trabalho, denunciou pressões, acusou à mesma.
O argumento para colocar lá outro juiz (que passaria a dividir os casos com Carlos Alexandre) é que este último não está a dar vazão, e tem demasiados processos pendentes. Acontece é que os números que constam na decisão do Ministério da Justiça, e que estiveram na base formal dessa decisão, estão errados. Muito e grosseiramente errados.
Por último:
Noronha de Nascimento é o tipo que, no final de 2009, em pleno furacão noticioso "Freeport", o que veio defender o senhor? Que fosse criado um órgão com poder disciplinar sobre os jornalistas, com parcial designação política.
Se as escutas são assim tão irrelevantes, para quê tanta pressa? Para quê tanto nervosismo?
Bom, não é difícil juntar os pontos.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
I love the smell of napalm in the morning
Kadafi, ou Gadafi (para os tipos que gostam de dizer dinossáurios), voltou a falar na televisão, e afirmou que os manifestantes “estão drogados”.
Estes responderam que não, querido líder, deve ter sido de um croissant com creme que comeram no final da noite.
Estes responderam que não, querido líder, deve ter sido de um croissant com creme que comeram no final da noite.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Sócrates does "the Deolinda"
Esta quinta-feira, em plena febre Geração Parva/Deolinda, o grupo parlamentar do PS promove um debate sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Com a presença de Helena André e Pedro Silva Pereira. Pois.
Passo a transcrever parte do take da Lusa sobre a iniciativa:
"O grupo parlamentar do PS promove na quinta-feira um debate sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho, em que intervêm a ministra do Trabalho, Helena André, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira. A realização deste debate foi anunciada pelo líder da bancada socialista, Francisco Assis, na terça-feira, depois de recusar o projeto-de-lei social-democrata para "medidas "transitórias e excecionais de promoção do emprego". "A precariedade do trabalho jovem é um dos problemas com que o país se confronta e que tem que ser enfrentado", sustentou, recusando medidas que possam aumentar essa "precariedade". "O Governo tem vindo a tomar medidas de incentivo e de promoção do trabalho jovem. Temos, porém, consciência que este é um problema que se coloca, não apenas em Portugal, mas em vários países", afirmou na altura."
Ora aí está.
Esta gente, realmente, não entende.
Não entende que o marketing não resolve tudo, que as lágrimas de crocodilo já não convencem, que já ninguém os suporta. Que estão a mais, e que cada dia que se aguentam só fazem pior. Fazer este debate agora, marcado na semana passada, mostra o sentido oportunístico da iniciativa, como se alguém ainda caisse nesta. Mais, ter como grandes convidados de honra Silva Pereira, o clone lambe-botas do Sócrates, e Helena André, essa campeã da precaridade cuja última iniciativa foi cortar as indemnizações em caso de despedimento, roça o insulto.
Passo a transcrever parte do take da Lusa sobre a iniciativa:
"O grupo parlamentar do PS promove na quinta-feira um debate sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho, em que intervêm a ministra do Trabalho, Helena André, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira. A realização deste debate foi anunciada pelo líder da bancada socialista, Francisco Assis, na terça-feira, depois de recusar o projeto-de-lei social-democrata para "medidas "transitórias e excecionais de promoção do emprego". "A precariedade do trabalho jovem é um dos problemas com que o país se confronta e que tem que ser enfrentado", sustentou, recusando medidas que possam aumentar essa "precariedade". "O Governo tem vindo a tomar medidas de incentivo e de promoção do trabalho jovem. Temos, porém, consciência que este é um problema que se coloca, não apenas em Portugal, mas em vários países", afirmou na altura."
Ora aí está.
Esta gente, realmente, não entende.
Não entende que o marketing não resolve tudo, que as lágrimas de crocodilo já não convencem, que já ninguém os suporta. Que estão a mais, e que cada dia que se aguentam só fazem pior. Fazer este debate agora, marcado na semana passada, mostra o sentido oportunístico da iniciativa, como se alguém ainda caisse nesta. Mais, ter como grandes convidados de honra Silva Pereira, o clone lambe-botas do Sócrates, e Helena André, essa campeã da precaridade cuja última iniciativa foi cortar as indemnizações em caso de despedimento, roça o insulto.
Subsiste a dúvida
Aparentemente, a notícia do dia foi o facto de uns polícias terem arreado num preso, por ele se recusar, há uma semana, a limpar a cela. Eu percebo o politicamente correcto, que eles estão presos mas também têm direitos, bla bla bla.
Mas eles estão presos. Fizeram merda. Há regras. Uma delas é limpar a merda da cela.
Vejo toda a gente condenar o incidente, e eu também não gostei de ver, mas que raio deviam os polícias ter feito? Pedir com jeitinho? Meter uma acção em tribunal?
Enfim.
Com tantos problemas na Justiça, foi por causa disto que o Ministro veio falar em público. Ou seja, esta história pelo menos serviu para alguma coisa: para nos lembrarmos que ainda existe um Ministro da Justiça.
No entanto, no meio do ruído, parece-me que toda a gente falhou a verdadeira história.
Depois de um polícia com um escudo do Incrível Hulk, para quando escudos do Capitão América, ou da Hello Kitty?
Mas eles estão presos. Fizeram merda. Há regras. Uma delas é limpar a merda da cela.
Vejo toda a gente condenar o incidente, e eu também não gostei de ver, mas que raio deviam os polícias ter feito? Pedir com jeitinho? Meter uma acção em tribunal?
Enfim.
Com tantos problemas na Justiça, foi por causa disto que o Ministro veio falar em público. Ou seja, esta história pelo menos serviu para alguma coisa: para nos lembrarmos que ainda existe um Ministro da Justiça.
No entanto, no meio do ruído, parece-me que toda a gente falhou a verdadeira história.
Depois de um polícia com um escudo do Incrível Hulk, para quando escudos do Capitão América, ou da Hello Kitty?
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Contra tudo e contra todos
Desde há vários anos, o Sporting para mim é definido por dois elementos: submissão aos corruptos do Norte e anti-benfiquismo primário.
Dado que a situação em que se encontram se deve exactamente a estes elementos - incapacidade de se afirmar por si, e apenas por oposição ao Glorioso - tudo o que de mau acontece ao Sporting me dá imenso gozo.
Hoje foi só mais um desses episódios. Foi mais giro porque foi na casa de banho, porque é sempre giro irmos lá e acabarmos o jogo a dar-lhes olés, porque mesmo levados ao colo demonstraram a equipa patética que são.
Perante a incapacidade de responder à absoluta superioridade do Campeão, escolheram a táctica dos fracos: as queixinhas e o teatro. Cada vez que tinham um jogador encarnado ao lado, era mergulho certo para o relvado. Como tinham do seu lado o Artur Soares Dias - aliado dos seus aliados - a coisa até podia ter resultado. Aliás, este jogo é um exemplo perfeito de como um árbitro, incompetente ou mal-intencionado, pode estragar um jogo. O cartão ao Gaitan é absurdo e o primeiro ao Sidnei é risível. Mas nem assim os submissos foram capazes, jogando mais de uma parte beneficiando de um favor do juiz. E a segunda parte, com o Benfica a dar-lhes a iniciativa de jogo, foi a mais manifesta prova de incapacidade de fazer seja o que for, com os ataques descabelados e sem nexo dos submissos a baterem na muralha vermelha.
Parabéns ao Campeão. Empurrados, mais uma vez, para baixo, nem assim foram travados. Grande, grande carácter, e muito orgulho da minha parte.
PS - O melhor em campo? Anderson Polga, claro, com intervenção decisiva nos dois golos. Melhor que ele só o apitadeiro azulado Soares Dias.
PS2 - O supremo prazer foi o Benfica marcar o primeiro golo quando os submissos nas bancadas gritavam o seu cântico preferido, no qual gritam por nós a plenos pulmões. Obrigado pelo vosso interesse. Continuem a ser pequeninos e "sigan chupando", como diria Diego.
PS3 - Este post é dedicado àqueles que este fim de semana jogaram de camarote, que anteciparam jogos e que durante semanas matraqueram com "a pressão dos 11 pontos". Tantos pontos à frente e tantos nervos?...
Dado que a situação em que se encontram se deve exactamente a estes elementos - incapacidade de se afirmar por si, e apenas por oposição ao Glorioso - tudo o que de mau acontece ao Sporting me dá imenso gozo.
Hoje foi só mais um desses episódios. Foi mais giro porque foi na casa de banho, porque é sempre giro irmos lá e acabarmos o jogo a dar-lhes olés, porque mesmo levados ao colo demonstraram a equipa patética que são.
Perante a incapacidade de responder à absoluta superioridade do Campeão, escolheram a táctica dos fracos: as queixinhas e o teatro. Cada vez que tinham um jogador encarnado ao lado, era mergulho certo para o relvado. Como tinham do seu lado o Artur Soares Dias - aliado dos seus aliados - a coisa até podia ter resultado. Aliás, este jogo é um exemplo perfeito de como um árbitro, incompetente ou mal-intencionado, pode estragar um jogo. O cartão ao Gaitan é absurdo e o primeiro ao Sidnei é risível. Mas nem assim os submissos foram capazes, jogando mais de uma parte beneficiando de um favor do juiz. E a segunda parte, com o Benfica a dar-lhes a iniciativa de jogo, foi a mais manifesta prova de incapacidade de fazer seja o que for, com os ataques descabelados e sem nexo dos submissos a baterem na muralha vermelha.
Parabéns ao Campeão. Empurrados, mais uma vez, para baixo, nem assim foram travados. Grande, grande carácter, e muito orgulho da minha parte.
PS - O melhor em campo? Anderson Polga, claro, com intervenção decisiva nos dois golos. Melhor que ele só o apitadeiro azulado Soares Dias.
PS2 - O supremo prazer foi o Benfica marcar o primeiro golo quando os submissos nas bancadas gritavam o seu cântico preferido, no qual gritam por nós a plenos pulmões. Obrigado pelo vosso interesse. Continuem a ser pequeninos e "sigan chupando", como diria Diego.
PS3 - Este post é dedicado àqueles que este fim de semana jogaram de camarote, que anteciparam jogos e que durante semanas matraqueram com "a pressão dos 11 pontos". Tantos pontos à frente e tantos nervos?...
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Um sentido agradecimento
Há jogadores que são assim. Ficam no nosso coração, aconteça o que acontecer.
A carreira acaba hoje, mas Mantorras é e continuará a ser "A Alegria do Povo".
Obrigado, Pedro.
PS - O autocarro do Benfica foi apedrejado novamente, na visita da equipa de voleibol do Glorioso a casa do Guimarães. Tal como nos anteriores ataques sistemáticos, não houve detenções. Continua a impunidade, em algo que não tem nada a ver com desporto. É uma questão de tempo até haver mortes, e ninguém faz nada.
Chorem lágrimas de crocodilo depois, e venham então fazer investigações.
Pedro Mantorras, o Torras, é um desses casos. Desde o momento em que vestiu a camisola do Glorioso, e atrevo-me a dizer para sempre, conquistou não apenas o respeito e admiração de benfiquistas e adeptos em geral, mas sobretudo um imenso carinho que se vive, forte, até hoje.
Mais uma pérola negra, das quais a história do Benfica é fértil e farta. Um órfão de guerra e menino de rua em Angola. Um talento fora do comum. Uma humildade comovente. Uma vontade de triunfar.
Numa frase, que ficou para os benfiquistas como a sua definição, Mantorras era "A Alegria do Povo".
A vida, que lhe foi madrasta desde sempre, não o deixou triunfar como merecia. Com o talento que tinha, se continuasse a evoluir podia ser um dos melhores do mundo. Acabou por não acontecer, por azar da vida e incompetência dos homens, mesmo os de ciência. Não triunfou como merecia, mas triunfou no coração de todos os benfiquistas, que nunca o esquecerão e nunca se negarão a aplaudi-lo, esteja onde estiver, faça o que fizer.
Pedro Mantorras acabou hoje a sua carreira. Feita de luta, glória, tristeza e sacrifício. Como benfiquista, só tenho de lhe agradecer todos os momentos que nos deu, e por ser quem é, enquanto ser humano.A carreira acaba hoje, mas Mantorras é e continuará a ser "A Alegria do Povo".
Obrigado, Pedro.
PS - O autocarro do Benfica foi apedrejado novamente, na visita da equipa de voleibol do Glorioso a casa do Guimarães. Tal como nos anteriores ataques sistemáticos, não houve detenções. Continua a impunidade, em algo que não tem nada a ver com desporto. É uma questão de tempo até haver mortes, e ninguém faz nada.
Chorem lágrimas de crocodilo depois, e venham então fazer investigações.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
A razão pela qual tento sempre ir ao cinema na sessão da meia-noite
Hoje à tarde, sessão das 17 horas, sala cheia no Monumental.
A senhora ao meu lado:
a) tinha pisado merda, com os dois pés, antes de entrar
b) ou era toda ela um grande monte de merda, com uma peruca e uns óculos
c) ou tinha um cão morto dentro da boca
Qualquer que seja a verdade, não foi agradável.
PS - o filme dos Cohen é bem porreiro
A senhora ao meu lado:
a) tinha pisado merda, com os dois pés, antes de entrar
b) ou era toda ela um grande monte de merda, com uma peruca e uns óculos
c) ou tinha um cão morto dentro da boca
Qualquer que seja a verdade, não foi agradável.
PS - o filme dos Cohen é bem porreiro
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Provavelmente o post mais longo da história deste blog
Quando apareceu o bruá à volta da nova música dos Deolinda, a coisa pareceu-me muito relevante, e fiz a habitual nota mental de reflectir sobre o assunto aqui no blog. Depois, o trabalho e a criança roubaram-me o tempo todo. Os dias foram passando e, de repente, toda a gente estava a falar do assunto. Aí, numa reacção naturalíssima que a minha senhora chama de “ser do contra”, perdi a pica de escrever. Custa-me escrever sobre um assunto que conta com a opinião de Miguel Sousa Tavares. E custa-me ainda mais dar-lhe 15-0 neste campo, e a mim ninguém pagar para dizer disparates e escrever maus livros.
Adiante.
Toda as gerações precisam de um hino, de uma causa, de uma bandeira. Eu cá não sou grande fã dos Deolinda, mas acho que esta música serve perfeitamente o propósito de hino de uma geração.
É bom dizer já, à laia de disclaimer, que esta coisa das gerações é perigosa e tem muito que se lhe diga. Não gosto particularmente da minha geração, nem de qualquer outra. Conheço muita gente da minha idade que é idiota chapada, e pessoas mais velhas, e mais novas, que são cinco estrelas. Ou seja, tudo o que vou escrever tem de ser lido com o filtro da generalização, mas não sendo possível analisar toda a gente, é a única forma de fazer isto.
Em primeiro lugar, parece-me muito bem a ideia – ainda que perigosa – do choque de gerações. Tal como de choque social, de ricos contra pobres, acho muito bem. E necessário. Esta paz podre do politicamente correcto, em que nenhum exagero é permitido, só serve os medíocres e os burocratas, e tem-lhes servido muito bem. Demasiado bem. Por mais injusto que possa ser, é importante que haja um choque geracional, mesmo que ninguém ganhe. E a música dos Deolinda teve esse grande mérito, de colocar o país a discutir apaixonadamente um assunto relevante.
É óbvio e indesmentível que temos um severo problema de precariedade em Portugal. Afecta todas as faixas etárias, mas sobretudo os jovens que tentam (alguns há uma década) entrar no mercado de trabalho.
Uma das interpretações que me surpreendeu e que acabou por ganhar peso na opinião pública foi a de transformar este problema numa questão de demasiados direitos conseguidos pela geração anterior. Estes são vistos como uns glutões, uns incompetentes, que se alaparam a um lugar na Função Pública sem saberem ler nem escrever e de lá não saem nem à lei da bala, em nome dos “direitos adquiridos”. Acho chocante a forma como a Direita procurou, assim, apropriar-se de uma mensagem que, em momento algum, faz menção a essa geração privilegiada anterior. Quem potencia a precariedade é o Governo das últimas décadas, e muito poucos governaram à Esquerda. E os patrões, que não me parecem ser grandes partidários dos “direitos adquiridos”. E depois, não nos esqueçamos que este país tem menos de 700 mil funcionários públicos, que são sempre os maus da fita. São demasiados, é óbvio, mas é redutor culpá-los de tudo.
Mas a verdade é que este assunto é demasiado complexo. E, como tal, é demasiado simplista culpar toda a geração anterior pelo que se passa com a nossa.
Atenção, eu culpo a geração anterior de muita coisa. Acho que nos legaram uma sociedade de merda, desumanizada e injusta . Acho que se aburguesaram de forma demasiado entusiasta, depois de os ver com grandes bigodaças no 25 de Abril e agora obcecados com o status e os carros, e a votarem PS e PSD. Mais, é uma geração que continua a cobrar moralmente o facto de terem feito a Revolução, quando de facto foi, na sua esmagadora maioria, uma geração fraca que só acorreu às ruas quando as tropas o fizeram primeiro. E, sobretudo, é uma geração que não pode encher a boca com o 25 de Abril, e terem hoje o comportamento que têm.
Caíram que nem patinhos dóceis em todas as armadilhas do capitalismo, amaram o Guterres e o Cavaco, e legaram-nos isto: necessidade de consumo desenfreado, incapacidade social, desemprego e frustração.
Mas não a culpo pelos direitos adquiridos. Até porque, também os dessa geração, estão a ser paulatinamente espoliados. Quem, no seu perfeito juízo, abdicaria dos seus direitos adquiridos e cederia o seu lugar a um mais jovem, sabendo perfeitamente que nunca mais arranjaria emprego, para se reformar antecipadamente seria penalizado pelo Estado, etc, etc?
E vamos agora à nossa geração. Em primeiro lugar, como pode ter autoridade moral para falar, e votar como vota? Por outro lado, em muita coisa somos privilegiados. Quantos dos nossos pais faziam férias no estrangeiro como nós fazemos? Quantos iam jantar fora com a mesma frequência? Quantos tinham de ter carro, aliás um carro por pessoa? Quantos tinham os putos, nós, em escolas privadas caríssimas, como tanta gente faz hoje? Quantos de nós nos vimos limitados à quarta classe? Quantos fomos mandados para a selva para mater em nome de um conceito errado de país?
Hoje todos temos mp3, computador. Roupa boa, mesmo que comprada em saldos. Vamos à bola, que é caríssima, apanhamos grandes camadões em bares que nos roubam descaradamente ao cobrar 4 euros por uma imperial. Gastamos fortunas a comprar DVD’s na Amazon. Ténis bons, telemóveis, iPads e merdas afins.
Atenção, não defendo a austeridade do estilo de vida de outrora. Prefiro torrar desde que possa e não ter grandes poupanças, mas tenho que estar disposto a aceitar que isso me deixa exposto se tiver um azar sério na vida. São compensações diferentes. Há que escolher e aceitar as consequências dessa escolha.
O grande problema da nossa sociedade não está nos direitos adquiridos: está na completa ausência de meritocracia. Quantos de nós temos chefes – até da mesma idade que nós – que são nulidades completas, ou pelo menos piores profissionais que nós? E apenas porque conhecem as pessoas certas, lambem as botas certas, etc, etc. Portugal é um país sem mobilidade social. Os que nascem em famílias ricas continuam ricos, e através da sua rede dão-se bem na vida. Infelizmente, a única mobilidade social que existe em Portugal é dada pela política, vide José Sócrates e Armando Vara, e sabemos bem como isso aconteceu. Em Portugal, a grande maioria das pessoas de qualidade não tem oportunidades. Achar que isso acontece porque há tipos mais velhos lá alapados é uma falácia. Não têm oportunidades porque não são julgadas pelo seu mérito. Este é que é o ponto. Porque vivemos numa sociedade corrupta, de aparências, mesquinha. E escolhemos para Primeiro-Ministro um homem profunda e convictamente corrupto. Temos, então, o que merecemos.
Como já disse aqui uma vez, o problema é que há umas 300 pessoas que mandam neste país, a esmagadora maioria medíocres, para ser simpático. Essas escolhem 600 igualmente más, mas que funcionam no mesmo registo mental. Por cá, não se contrata ninguém que possa vir a fazer sombra ao chefe. Contrata-se um merdas, que funcione da mesma forma, e que toda a vida estará grato pelo favor que lhe fizeram. E que por sua vez fará outros favores, promoverá mais medíocres, etc, etc.
O resultado é termos um tecido económico e social composto por uma pirâmide de miseráveis, incultos, fracos e co-dependentes.
Agora, com este panorama, ponham esta merda a funcionar, se conseguirem. Assim, sem mudar isto, eu não sei como.
O que sei é que isto assim, como está, é um crime. Vai dar cabo do país, mas quem manda não está preocupado com o país. Para eles funciona, sempre funcionou, portanto não há qualquer estímulo para mudar seja o que for. O que temos nas mãos é o resultado de décadas disto, e o resultado não podia ser diferente. Milhares e milhares de jovens qualificados que saem do país, porque querem ser reconhecidos pelo seu valor, porque querem viver condignamente, porque aqui estão fartos de bater contra um muro de frustração e indiferença.
Um país que é um gigantesco e gritante ‘case study’ de gestão danosa.
Este assunto é tão rico, tão complexo e toca tantas coisas importantes que me excedi no tamanho da posta. E tanta coisa, obviamente, ficou por dizer. Este é só mais um contributo, de um membro desta geração que, com sorte e esforço, conseguiu até agora manter a cabeça de fora de água. Gostaria apenas que nos concentrássemos em lutar contra os 300 ou 600 ou 3000 merdas que mandam nisto e que nos deixaram aqui. Porque reduzir isto a uma luta geracional vai dar apenas a um desvio de atenções que, na prática, nos deixará na mesma.
PS – tenho também de aplaudir a forma discreta como os Deolinda se comportaram, ao tornarem-se os ‘media darlings’. Toda a gente fala deles, e eu não os ouço falar. E ainda bem. Fossem outros os protagonistas e não faltaria a óbvia tentativa de aproveitar a onda.
Adiante.
Toda as gerações precisam de um hino, de uma causa, de uma bandeira. Eu cá não sou grande fã dos Deolinda, mas acho que esta música serve perfeitamente o propósito de hino de uma geração.
É bom dizer já, à laia de disclaimer, que esta coisa das gerações é perigosa e tem muito que se lhe diga. Não gosto particularmente da minha geração, nem de qualquer outra. Conheço muita gente da minha idade que é idiota chapada, e pessoas mais velhas, e mais novas, que são cinco estrelas. Ou seja, tudo o que vou escrever tem de ser lido com o filtro da generalização, mas não sendo possível analisar toda a gente, é a única forma de fazer isto.
Em primeiro lugar, parece-me muito bem a ideia – ainda que perigosa – do choque de gerações. Tal como de choque social, de ricos contra pobres, acho muito bem. E necessário. Esta paz podre do politicamente correcto, em que nenhum exagero é permitido, só serve os medíocres e os burocratas, e tem-lhes servido muito bem. Demasiado bem. Por mais injusto que possa ser, é importante que haja um choque geracional, mesmo que ninguém ganhe. E a música dos Deolinda teve esse grande mérito, de colocar o país a discutir apaixonadamente um assunto relevante.
É óbvio e indesmentível que temos um severo problema de precariedade em Portugal. Afecta todas as faixas etárias, mas sobretudo os jovens que tentam (alguns há uma década) entrar no mercado de trabalho.
Uma das interpretações que me surpreendeu e que acabou por ganhar peso na opinião pública foi a de transformar este problema numa questão de demasiados direitos conseguidos pela geração anterior. Estes são vistos como uns glutões, uns incompetentes, que se alaparam a um lugar na Função Pública sem saberem ler nem escrever e de lá não saem nem à lei da bala, em nome dos “direitos adquiridos”. Acho chocante a forma como a Direita procurou, assim, apropriar-se de uma mensagem que, em momento algum, faz menção a essa geração privilegiada anterior. Quem potencia a precariedade é o Governo das últimas décadas, e muito poucos governaram à Esquerda. E os patrões, que não me parecem ser grandes partidários dos “direitos adquiridos”. E depois, não nos esqueçamos que este país tem menos de 700 mil funcionários públicos, que são sempre os maus da fita. São demasiados, é óbvio, mas é redutor culpá-los de tudo.
Mas a verdade é que este assunto é demasiado complexo. E, como tal, é demasiado simplista culpar toda a geração anterior pelo que se passa com a nossa.
Atenção, eu culpo a geração anterior de muita coisa. Acho que nos legaram uma sociedade de merda, desumanizada e injusta . Acho que se aburguesaram de forma demasiado entusiasta, depois de os ver com grandes bigodaças no 25 de Abril e agora obcecados com o status e os carros, e a votarem PS e PSD. Mais, é uma geração que continua a cobrar moralmente o facto de terem feito a Revolução, quando de facto foi, na sua esmagadora maioria, uma geração fraca que só acorreu às ruas quando as tropas o fizeram primeiro. E, sobretudo, é uma geração que não pode encher a boca com o 25 de Abril, e terem hoje o comportamento que têm.
Caíram que nem patinhos dóceis em todas as armadilhas do capitalismo, amaram o Guterres e o Cavaco, e legaram-nos isto: necessidade de consumo desenfreado, incapacidade social, desemprego e frustração.
Mas não a culpo pelos direitos adquiridos. Até porque, também os dessa geração, estão a ser paulatinamente espoliados. Quem, no seu perfeito juízo, abdicaria dos seus direitos adquiridos e cederia o seu lugar a um mais jovem, sabendo perfeitamente que nunca mais arranjaria emprego, para se reformar antecipadamente seria penalizado pelo Estado, etc, etc?
E vamos agora à nossa geração. Em primeiro lugar, como pode ter autoridade moral para falar, e votar como vota? Por outro lado, em muita coisa somos privilegiados. Quantos dos nossos pais faziam férias no estrangeiro como nós fazemos? Quantos iam jantar fora com a mesma frequência? Quantos tinham de ter carro, aliás um carro por pessoa? Quantos tinham os putos, nós, em escolas privadas caríssimas, como tanta gente faz hoje? Quantos de nós nos vimos limitados à quarta classe? Quantos fomos mandados para a selva para mater em nome de um conceito errado de país?
Hoje todos temos mp3, computador. Roupa boa, mesmo que comprada em saldos. Vamos à bola, que é caríssima, apanhamos grandes camadões em bares que nos roubam descaradamente ao cobrar 4 euros por uma imperial. Gastamos fortunas a comprar DVD’s na Amazon. Ténis bons, telemóveis, iPads e merdas afins.
Atenção, não defendo a austeridade do estilo de vida de outrora. Prefiro torrar desde que possa e não ter grandes poupanças, mas tenho que estar disposto a aceitar que isso me deixa exposto se tiver um azar sério na vida. São compensações diferentes. Há que escolher e aceitar as consequências dessa escolha.
O grande problema da nossa sociedade não está nos direitos adquiridos: está na completa ausência de meritocracia. Quantos de nós temos chefes – até da mesma idade que nós – que são nulidades completas, ou pelo menos piores profissionais que nós? E apenas porque conhecem as pessoas certas, lambem as botas certas, etc, etc. Portugal é um país sem mobilidade social. Os que nascem em famílias ricas continuam ricos, e através da sua rede dão-se bem na vida. Infelizmente, a única mobilidade social que existe em Portugal é dada pela política, vide José Sócrates e Armando Vara, e sabemos bem como isso aconteceu. Em Portugal, a grande maioria das pessoas de qualidade não tem oportunidades. Achar que isso acontece porque há tipos mais velhos lá alapados é uma falácia. Não têm oportunidades porque não são julgadas pelo seu mérito. Este é que é o ponto. Porque vivemos numa sociedade corrupta, de aparências, mesquinha. E escolhemos para Primeiro-Ministro um homem profunda e convictamente corrupto. Temos, então, o que merecemos.
Como já disse aqui uma vez, o problema é que há umas 300 pessoas que mandam neste país, a esmagadora maioria medíocres, para ser simpático. Essas escolhem 600 igualmente más, mas que funcionam no mesmo registo mental. Por cá, não se contrata ninguém que possa vir a fazer sombra ao chefe. Contrata-se um merdas, que funcione da mesma forma, e que toda a vida estará grato pelo favor que lhe fizeram. E que por sua vez fará outros favores, promoverá mais medíocres, etc, etc.
O resultado é termos um tecido económico e social composto por uma pirâmide de miseráveis, incultos, fracos e co-dependentes.
Agora, com este panorama, ponham esta merda a funcionar, se conseguirem. Assim, sem mudar isto, eu não sei como.
O que sei é que isto assim, como está, é um crime. Vai dar cabo do país, mas quem manda não está preocupado com o país. Para eles funciona, sempre funcionou, portanto não há qualquer estímulo para mudar seja o que for. O que temos nas mãos é o resultado de décadas disto, e o resultado não podia ser diferente. Milhares e milhares de jovens qualificados que saem do país, porque querem ser reconhecidos pelo seu valor, porque querem viver condignamente, porque aqui estão fartos de bater contra um muro de frustração e indiferença.
Um país que é um gigantesco e gritante ‘case study’ de gestão danosa.
Este assunto é tão rico, tão complexo e toca tantas coisas importantes que me excedi no tamanho da posta. E tanta coisa, obviamente, ficou por dizer. Este é só mais um contributo, de um membro desta geração que, com sorte e esforço, conseguiu até agora manter a cabeça de fora de água. Gostaria apenas que nos concentrássemos em lutar contra os 300 ou 600 ou 3000 merdas que mandam nisto e que nos deixaram aqui. Porque reduzir isto a uma luta geracional vai dar apenas a um desvio de atenções que, na prática, nos deixará na mesma.
PS – tenho também de aplaudir a forma discreta como os Deolinda se comportaram, ao tornarem-se os ‘media darlings’. Toda a gente fala deles, e eu não os ouço falar. E ainda bem. Fossem outros os protagonistas e não faltaria a óbvia tentativa de aproveitar a onda.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Murakami
"Karoshi" é o nome que os japoneses dão a um tipo que se mata a trabalhar.
Não confundir com os tipos que "ajudam" a estacionar o carro.
Não confundir com os tipos que "ajudam" a estacionar o carro.
Justiça
Só mais um disco fabuloso de 2009 e ao qual ninguém ligou nenhuma.
Este é "Jim Cain", do album "Sometimes I wish We were an eagle", de Bill Callahan.
Este é "Jim Cain", do album "Sometimes I wish We were an eagle", de Bill Callahan.
Sobre os livros
E sobre a relação que temos com eles. E sobre a pirataria digital, claro.
Agora anda na moda o iPad. Que acho que dá para ler livros. O Kindle também dá para ler livros, aliás só dá para ler livros, acho. O iPad não, é tipo bimby, dá para tudo e mais um par de botas. Eu não tenho nem conto ter nenhum dos dois. Se fosse para ler, acho que preferia ter um iPad. Afinal se faz o mesmo que o outro e mais um monte de cenas giras, porque raio alguém optaria por um Kindle? Só há uma resposta possível. É que o Kindle é para quem gosta de ler (ia dizer livros, mas eu cá gosto de livros e por isso mesmo não acho piada ao Kindle); o iPad é para quem gosta de se armar aos cucos.
Acho que só conheço uma pessoa que tem um iPad. É o meu chefe. Anda o dia todo a brincar com aquilo em vez de trabalhar. Dá-lhe mais atenção do que à mulher e aos filhos. E acho que, desde que o comprou, o meu chefe é tipo parar ter dormido mais vezes com o iPad do que com a mulher.
Falo disto porque me apercebi que, na Amazon, em muitas situações sai mais caro comprar a versão digital de um livro (download, ou sacar, em português) do que comprar o livro propriamente dito, e tê-lo entregue na nossa casinha.
E isto é algo que não consigo entender. Em termos de custos, um download custa o quê? 30 cêntimos? 10? Nada?! É um ficheiro, já lá está, é só carregar no send ou que raio é e...voilá. Ou seja, custos virtualmente inexistentes para o vendedor. Já um livro é preciso, no mínimo, gastar guita na impressão e no papel, bem como na deslocação física do objecto.
É um mistério esta diferença.
Cheira-me que esta discrepância de preços só existe porque estão na moda e porque, com os livros digitais, a malta compra livros em barda. Vão ao site e "trazem" um monte deles. Não é preciso espaço nas estantes. É por isso que a malta acaba por não ligar ao monte de livros, tal como eu não ligo nenhuma a metade dos albuns que saco da net. É demasiado, e não há o compromisso físico de ter um objecto que, do tacto ao cheiro, reclama a nossa atenção. Eu já tenho a casa cheia de cd's, mas se estes fossem mais baratos deixava de gamar música na net. É inevitável que, com o objecto na mão, lhe dê mais atenção. A capa, o livrinho, onde o vou arrumar no meio dos outros, etc, um mundo de rituais que constroem a beleza que é ser um amante de livros e de discos.
Confesso que há outra coisa que não entendo. Se os e-books são tão bons, porque raio não há ainda pirataria a sério? Eu tenho outra teoria. Porque os e-books só são bons para meia dúzia de cromos (sei que estou a ofender a malta, mas enfim), que estão realmente empenhados em dar estilo com o seu Kindle.
Eu cá não me sinto minimamente atraído pelos e-books. Mas quando, ainda por cima, são mais caros que os livros a sério...not gonna happen.
Uma teoria dos Kindlemaniacs é que, assim, podem levar um monte de livros para todo o lado. Mas, sejamos realistas, será que nós vamos assim tão frequentemente para o Nepal, escalar o Evereste ou fazer férias na Amazónia profunda?
Eu adoro livros. Já ficheiros informáticos é coisa que me deixa muito indiferente.
No fundo, o que quero dizer é isto: o livro existe há tantas centenas de anos porque é uma coisa boa, útil, fácil. É básica e rudimentar, mas funciona. Será que estamos assim tão preguiçosos ou tecnocratas para precisarmos de uma forma mais fácil de ler um livro?
Agora anda na moda o iPad. Que acho que dá para ler livros. O Kindle também dá para ler livros, aliás só dá para ler livros, acho. O iPad não, é tipo bimby, dá para tudo e mais um par de botas. Eu não tenho nem conto ter nenhum dos dois. Se fosse para ler, acho que preferia ter um iPad. Afinal se faz o mesmo que o outro e mais um monte de cenas giras, porque raio alguém optaria por um Kindle? Só há uma resposta possível. É que o Kindle é para quem gosta de ler (ia dizer livros, mas eu cá gosto de livros e por isso mesmo não acho piada ao Kindle); o iPad é para quem gosta de se armar aos cucos.
Acho que só conheço uma pessoa que tem um iPad. É o meu chefe. Anda o dia todo a brincar com aquilo em vez de trabalhar. Dá-lhe mais atenção do que à mulher e aos filhos. E acho que, desde que o comprou, o meu chefe é tipo parar ter dormido mais vezes com o iPad do que com a mulher.
Falo disto porque me apercebi que, na Amazon, em muitas situações sai mais caro comprar a versão digital de um livro (download, ou sacar, em português) do que comprar o livro propriamente dito, e tê-lo entregue na nossa casinha.
E isto é algo que não consigo entender. Em termos de custos, um download custa o quê? 30 cêntimos? 10? Nada?! É um ficheiro, já lá está, é só carregar no send ou que raio é e...voilá. Ou seja, custos virtualmente inexistentes para o vendedor. Já um livro é preciso, no mínimo, gastar guita na impressão e no papel, bem como na deslocação física do objecto.
É um mistério esta diferença.
Cheira-me que esta discrepância de preços só existe porque estão na moda e porque, com os livros digitais, a malta compra livros em barda. Vão ao site e "trazem" um monte deles. Não é preciso espaço nas estantes. É por isso que a malta acaba por não ligar ao monte de livros, tal como eu não ligo nenhuma a metade dos albuns que saco da net. É demasiado, e não há o compromisso físico de ter um objecto que, do tacto ao cheiro, reclama a nossa atenção. Eu já tenho a casa cheia de cd's, mas se estes fossem mais baratos deixava de gamar música na net. É inevitável que, com o objecto na mão, lhe dê mais atenção. A capa, o livrinho, onde o vou arrumar no meio dos outros, etc, um mundo de rituais que constroem a beleza que é ser um amante de livros e de discos.
Confesso que há outra coisa que não entendo. Se os e-books são tão bons, porque raio não há ainda pirataria a sério? Eu tenho outra teoria. Porque os e-books só são bons para meia dúzia de cromos (sei que estou a ofender a malta, mas enfim), que estão realmente empenhados em dar estilo com o seu Kindle.
Eu cá não me sinto minimamente atraído pelos e-books. Mas quando, ainda por cima, são mais caros que os livros a sério...not gonna happen.
Uma teoria dos Kindlemaniacs é que, assim, podem levar um monte de livros para todo o lado. Mas, sejamos realistas, será que nós vamos assim tão frequentemente para o Nepal, escalar o Evereste ou fazer férias na Amazónia profunda?
Eu adoro livros. Já ficheiros informáticos é coisa que me deixa muito indiferente.
No fundo, o que quero dizer é isto: o livro existe há tantas centenas de anos porque é uma coisa boa, útil, fácil. É básica e rudimentar, mas funciona. Será que estamos assim tão preguiçosos ou tecnocratas para precisarmos de uma forma mais fácil de ler um livro?
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Mão à plamatória
Para qualquer observador político meramente informado, como nós, este senhor é aquele que levou na boca de uma multidão de bárbaros enfurecidos. Foi lá em cima, e desta vez não foram os SuperDragões.
Sempre achei este senhor, digamos, uma poia.
Um vermezito, um borra-botas como tantos xuxalistas que por aí andam.
Mas a verdade é que, numa conjuntura extremamente difícil para o PS, este senhor tem feito o seu trabalho com o mínimo de seriedade. Mais, de todos os filhos da puta de xuxas que vejo falar na televisão, este é o único tipo que consigo ouvir sem, a la Elvis, me apetecer agarrar num revólver e disparar sofregamente sobre a televisão.
É claro que é um bexigoso e levou nos cornos em público, por isso nunca irá realmente longe. Mas tenho que admitir que ele até está a ganhar algum do meu respeito. Como tal, retiro a caraterização de "poia".
Pronto.
Sempre achei este senhor, digamos, uma poia.
Um vermezito, um borra-botas como tantos xuxalistas que por aí andam.
Mas a verdade é que, numa conjuntura extremamente difícil para o PS, este senhor tem feito o seu trabalho com o mínimo de seriedade. Mais, de todos os filhos da puta de xuxas que vejo falar na televisão, este é o único tipo que consigo ouvir sem, a la Elvis, me apetecer agarrar num revólver e disparar sofregamente sobre a televisão.
É claro que é um bexigoso e levou nos cornos em público, por isso nunca irá realmente longe. Mas tenho que admitir que ele até está a ganhar algum do meu respeito. Como tal, retiro a caraterização de "poia".
Pronto.
Joguem à bola (com música do Guantanamera)
A moção de censura finalmente morreu, o que era largamente esperado.
Hoje, com a resposta final do PSD, Passos Coelho mostrou que é um tipo inteligente e utilizou a metáfora perfeita para falar de Sócrates e do Governo. Tão boa que fico lixado por não ter sido eu a pensar nela.
Diz Passos Coelho que espera que, agora que o PSD matou a moção de censura, Sócrates "governe e não esteja permanentemente a atirar-se para o chão".
Genial, de tão verdadeiro que é.
No futebol, há um cântico de que gosto muito que consiste no grito de "Joguem à bola", com a música do "Guantanamera". Usa-se quando o rival tudo faz para não jogar: atira-se para o chão, queima tempo, faz teatro, pressiona o árbitro, dá porrada, usa uma camisola azul e branca tipo calças do Obelix, etc.
E esta foi a forma de Passos Coelho, num excelente toque de retórica, gritar o seu "Joguem à bola". Que o Governo governe, foi o que disse, e que deixe de arranjar inimigos imaginários, cabalas conspirativas e súbitos ataques de caspa.
É claro que governar é tudo aquilo que Sócrates não quer, nem sabe fazer.
Intriga política, marketing, histeria, propaganda e manipulação, aí é mestre.
Já a governar é uma bela merda.
Infelizmente para Sócrates, a única hipótese que tem de se safar de ser derrubado pelo PSD - quando este quiser - é Sócrates governar, e fazê-lo bem. Mas não é possível governar bem quando todas as energias estão viradas para a pura conservação do poder, para a dramatização e para a pura invenção de factóides que assegurem mais umas semanitas de poleiro.
A última iniciativa do PS, aquela espécie de "Novas Fronteiras", foi baptizada de uma forma que ilustra bem a obsessão de marketing que move Sócrates e o seu bando de malfeitores. A iniciativa chamou-se "Defender Portugal". Não era sequer uma coisa do Governo. Era do PS, uma espécie de estados-gerais. Com este nome, tudo ficou dito, como expliquei há uns posts atrás. O PS não quer luta partidária (mas não faz outra coisa); o PS não se mete em coisas tão mesquinhas como a luta pelo poder (...); o PS é o único com sentido de Estado, enquanto os outros querem conquistar o poder; o PS é desprendido do poder, está a fazer isto para "Defender Portugal". Quem questiona o seu papel está a "Atacar Portugal".
Quando o Governo é composto por um Ministro da Defesa que fala de tudo menos Defesa, e passa o tempo a "malhar" na Oposição; um ministro da Administração Interna que, qual Mirdas, transforma em merda tudo o que toca; um ministro da Justiça que ninguém vê; idem para o Ambiente, a Ciência, etc, etc; e um Primeiro-Ministro que, em vez de governar, inventa crises e ataques vindos de todo o lado, apenas para se vitimizar.
Passos Coelho tem razão: "Joguem à bola!".
Hoje, com a resposta final do PSD, Passos Coelho mostrou que é um tipo inteligente e utilizou a metáfora perfeita para falar de Sócrates e do Governo. Tão boa que fico lixado por não ter sido eu a pensar nela.
Diz Passos Coelho que espera que, agora que o PSD matou a moção de censura, Sócrates "governe e não esteja permanentemente a atirar-se para o chão".
Genial, de tão verdadeiro que é.
No futebol, há um cântico de que gosto muito que consiste no grito de "Joguem à bola", com a música do "Guantanamera". Usa-se quando o rival tudo faz para não jogar: atira-se para o chão, queima tempo, faz teatro, pressiona o árbitro, dá porrada, usa uma camisola azul e branca tipo calças do Obelix, etc.
E esta foi a forma de Passos Coelho, num excelente toque de retórica, gritar o seu "Joguem à bola". Que o Governo governe, foi o que disse, e que deixe de arranjar inimigos imaginários, cabalas conspirativas e súbitos ataques de caspa.
É claro que governar é tudo aquilo que Sócrates não quer, nem sabe fazer.
Intriga política, marketing, histeria, propaganda e manipulação, aí é mestre.
Já a governar é uma bela merda.
Infelizmente para Sócrates, a única hipótese que tem de se safar de ser derrubado pelo PSD - quando este quiser - é Sócrates governar, e fazê-lo bem. Mas não é possível governar bem quando todas as energias estão viradas para a pura conservação do poder, para a dramatização e para a pura invenção de factóides que assegurem mais umas semanitas de poleiro.
A última iniciativa do PS, aquela espécie de "Novas Fronteiras", foi baptizada de uma forma que ilustra bem a obsessão de marketing que move Sócrates e o seu bando de malfeitores. A iniciativa chamou-se "Defender Portugal". Não era sequer uma coisa do Governo. Era do PS, uma espécie de estados-gerais. Com este nome, tudo ficou dito, como expliquei há uns posts atrás. O PS não quer luta partidária (mas não faz outra coisa); o PS não se mete em coisas tão mesquinhas como a luta pelo poder (...); o PS é o único com sentido de Estado, enquanto os outros querem conquistar o poder; o PS é desprendido do poder, está a fazer isto para "Defender Portugal". Quem questiona o seu papel está a "Atacar Portugal".
Quando o Governo é composto por um Ministro da Defesa que fala de tudo menos Defesa, e passa o tempo a "malhar" na Oposição; um ministro da Administração Interna que, qual Mirdas, transforma em merda tudo o que toca; um ministro da Justiça que ninguém vê; idem para o Ambiente, a Ciência, etc, etc; e um Primeiro-Ministro que, em vez de governar, inventa crises e ataques vindos de todo o lado, apenas para se vitimizar.
Passos Coelho tem razão: "Joguem à bola!".
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Et pluribus unum
Depois do resultado do Porto em Braga, creio que o campeonato está finalmente perdido definitivamente a favor dos corruptos. Erros próprios e uma almofada de pontos criada artificialmente pelos árbitros no início da época deixaram-nos sem margem de manobra.
De qualquer forma, não é do campeonato que quero falar.
Quero apenas homenagear a minha equipa.
Uma equipa que:
- está a 8/11 pontos do primeiro
- perdeu David Luiz, Di Maria, Quim e Ramirez
- foi empurrada para baixo à força toda, enquanto o rival era ajudado
Uma equipa que, contra tudo isto, joga como joga, acredita como acredita, luta como luta e mete 55 mil adeptos num jogo em dia de tempestade.
É a verdadeira raça do Campeão. Aconteça o que acontecer, tenho muito orgulho em ser deste clube.
De qualquer forma, não é do campeonato que quero falar.
Quero apenas homenagear a minha equipa.
Uma equipa que:
- está a 8/11 pontos do primeiro
- perdeu David Luiz, Di Maria, Quim e Ramirez
- foi empurrada para baixo à força toda, enquanto o rival era ajudado
Uma equipa que, contra tudo isto, joga como joga, acredita como acredita, luta como luta e mete 55 mil adeptos num jogo em dia de tempestade.
É a verdadeira raça do Campeão. Aconteça o que acontecer, tenho muito orgulho em ser deste clube.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Os deuses devem estar loucos
É oficial. Está tudo maluco.
As duas moções de censura, uma pré-anunciada e a outra…também, mostram o desnorte a que os nossos deputados chegaram.
Um ponto prévio importante: há ou não razões para censurar o Governo? Claro. Há ou não razões para mandá-lo abaixo? Sim, por favor.
Com isto assente, resta ver a estratégia por trás destas movimentações, e as suas consequências.
O PCP foi coerente e até um pouco anjinho. Anunciou que um destes dias ia censurar o Governo e tal, bla bla bla. Faz sentido, num partido que nunca, mas nunca, se deixou enganar pelo Socratismo. Acontece que o Bloco o ultrapassou pela direita, pela esquerda, por cima e por baixo, num afã de “look at me” que mete dó.
Porque aqui o que interessa é o Bloco. O partido que foi capaz do maior flik-flak à rectaguarda de que eu me consigo lembrar. Depois de se juntar ao PS no apoio a Manuel Alegre, tudo tinha mudado. Na noite da derrota de Alegre, Louça, bem intencionado e coitadinho, ainda não tinha acordado do sonho. Falando já depois da derrota, insistiu no projecto de união das Esquerdas, basicamente a união do seu partido com o PS. Não havia percebido, ainda, que nesse momento Sócrates esfregava as mãos de contente. Com a candidatura de Manuel Alegre, deu numa penada cabo de dois incómodos: o próprio Alegre e o Bloco, essa coisa chata e inconveniente que até queria juntar-se ao seu PS. Algo que, obviamente, Sócrates nunca quis nem nunca há de querer. Creio que não é preciso lembrar que Sócrates, sempre que precisou do apoio de alguém, foi sempre bater à porta do PSD, e nunca à da “Esquerda Radical”.
Sem querer perceber que Sócrates nunca lhe daria a mão, o Bloco andou perdido. Com o PCP a “cavalgar” a crise nas ruas, o Bloco continuava na posição ambígua de ser contra mas também a favor. Mais, fazendo a ridícula figura do noivo deixado plantado na igreja. Nisto, o BE foi o Manuel Cajuda da política portuguesa, que refere sempre estar disponível para treinar o Benfica (que obviamente não quer saber dele para nada).
No sábado, Louçã diz que a moção de censura do PCP não tinha qualquer utilidade prática e que não era o momento de entregar o poder à Direita. Dois dias depois, surge com moção de censura própria.
Que raio aconteceu nesses dois dias? Será que apanhou Sócrates na cama com outro? Não sei. Mas foi suficiente para o BE enveredar pela maior contradição da sua história.
Depois, uma coisa ficou clara. Em qualquer uma das moções de censura, com BE e PCP votando a favor, pela primeira vez a queda do Governo estaria nas mãos do PSD. E, claro, se o PSD votasse a favor, toda a gente sabe que o PP também o faria, já a piscar o olho à futura e inevitável coligação governamental.
Mas, assustado com isto, o BE voltou a meter os pés pelas mãos. Afinal, a moção de censura também é contra o PSD, com o BE a inovar a Constituição com a criação da figura de moção de censura contra um partido da Oposição. Ou seja, depois de tanto disparate o BE apercebeu-se que, se calhar, até ia ter, pela primeira vez, um papel relevante na política portuguesa, contribuindo para a queda do Governo. Ora relevância é coisa de que o Bloco foge a sete pés. Como tal, o que fazer? Simples, atacar também o PSD na moção de censura, não correndo, assim, o risco de que esta viesse a ser aprovada. Ufa.
Com esta moção “a la minute”, o Bloco queimou, de forma surpreendente e irremediável, qualquer hipótese de um dia vir a juntar-se com o PS. Foi uma atitude simples: deixar de alimentar um sonho longínquo e de quase impossível realização que lhe ia comendo o eleitorado. A opção foi voltar ao bom velho Bloco, numa simples tentativa de estancar a erosão do seu eleitorado, que estava a ficar muito desconfortável com o namoro pouco discreto ao PS. Com estas manobras, o Bloco hipotecou a sua possibilidade de relevância máxima (vir um dia a fazer parte de um Governo) mas assegurou que não perderá a sua relevância mínima (o seu eleitorado típico).
Como é óbvio, mesmo que qualquer uma das moções não atacasse o PSD, este nunca as votaria favoravelmente. Vive-se uma discussão estéril à volta disto. O PSD nunca daria ao PS esta arma, de chegar a eleições antecipadas através de uma iniciativa de BE ou PCP. Para quem gastou tanta energia a fingir-se de responsável, seria suicídio político.
Assim, o que vai acontecer é uma abstenção do PSD, que se tentará assim manter como o partido “responsável” e com “sentido de Estado”. As moções não vão dar em nada.
Ainda assim, estas iniciativas só servem o PS.
Desde que as sondagens passaram a dar o PSD como primeiro e desde que a crise da dívida nacional de agudizou, a estratégia de Sócrates, bem alicerçada no marketing político, tem sido apenas uma: mostrar-se como o guardião da estabilidade do país, como um patriota. Os outros, que estão preocupados com o poder, são anti-patriotas, e ao atacar Sócrates estão a atacar Portugal. Simples, eficaz e mais do que suficiente, para engrupir esta turba de mentecaptos que votou duas vezes em Sócrates para Primeiro-Ministro.
Este ataque ao Governo, no momento em que paira sobre nós o espectro do FMI e em que os juros batem máximos sucessivos, cai que nem uma luva no colo de Sócrates. O discurso vai ser, ainda mais, o do PS como responsável e bastião da estabilidade; os outros, os que atacam, são irresponsáveis que querem o poder a qualquer custo.
E é assim, com estas borlas de marketing que a Oposição lhe oferece, que Sócrates se vai mantendo no poleiro. O homem já mostrou que nunca vai largar o osso, nunca vai desistir. Quem o subestimar vai ter grandes dificuldades em roubar-lhe a bicicleta. E tudo fica mais difícil quando lhe dão armas como estas.
As duas moções de censura, uma pré-anunciada e a outra…também, mostram o desnorte a que os nossos deputados chegaram.
Um ponto prévio importante: há ou não razões para censurar o Governo? Claro. Há ou não razões para mandá-lo abaixo? Sim, por favor.
Com isto assente, resta ver a estratégia por trás destas movimentações, e as suas consequências.
O PCP foi coerente e até um pouco anjinho. Anunciou que um destes dias ia censurar o Governo e tal, bla bla bla. Faz sentido, num partido que nunca, mas nunca, se deixou enganar pelo Socratismo. Acontece que o Bloco o ultrapassou pela direita, pela esquerda, por cima e por baixo, num afã de “look at me” que mete dó.
Porque aqui o que interessa é o Bloco. O partido que foi capaz do maior flik-flak à rectaguarda de que eu me consigo lembrar. Depois de se juntar ao PS no apoio a Manuel Alegre, tudo tinha mudado. Na noite da derrota de Alegre, Louça, bem intencionado e coitadinho, ainda não tinha acordado do sonho. Falando já depois da derrota, insistiu no projecto de união das Esquerdas, basicamente a união do seu partido com o PS. Não havia percebido, ainda, que nesse momento Sócrates esfregava as mãos de contente. Com a candidatura de Manuel Alegre, deu numa penada cabo de dois incómodos: o próprio Alegre e o Bloco, essa coisa chata e inconveniente que até queria juntar-se ao seu PS. Algo que, obviamente, Sócrates nunca quis nem nunca há de querer. Creio que não é preciso lembrar que Sócrates, sempre que precisou do apoio de alguém, foi sempre bater à porta do PSD, e nunca à da “Esquerda Radical”.
Sem querer perceber que Sócrates nunca lhe daria a mão, o Bloco andou perdido. Com o PCP a “cavalgar” a crise nas ruas, o Bloco continuava na posição ambígua de ser contra mas também a favor. Mais, fazendo a ridícula figura do noivo deixado plantado na igreja. Nisto, o BE foi o Manuel Cajuda da política portuguesa, que refere sempre estar disponível para treinar o Benfica (que obviamente não quer saber dele para nada).
No sábado, Louçã diz que a moção de censura do PCP não tinha qualquer utilidade prática e que não era o momento de entregar o poder à Direita. Dois dias depois, surge com moção de censura própria.
Que raio aconteceu nesses dois dias? Será que apanhou Sócrates na cama com outro? Não sei. Mas foi suficiente para o BE enveredar pela maior contradição da sua história.
Depois, uma coisa ficou clara. Em qualquer uma das moções de censura, com BE e PCP votando a favor, pela primeira vez a queda do Governo estaria nas mãos do PSD. E, claro, se o PSD votasse a favor, toda a gente sabe que o PP também o faria, já a piscar o olho à futura e inevitável coligação governamental.
Mas, assustado com isto, o BE voltou a meter os pés pelas mãos. Afinal, a moção de censura também é contra o PSD, com o BE a inovar a Constituição com a criação da figura de moção de censura contra um partido da Oposição. Ou seja, depois de tanto disparate o BE apercebeu-se que, se calhar, até ia ter, pela primeira vez, um papel relevante na política portuguesa, contribuindo para a queda do Governo. Ora relevância é coisa de que o Bloco foge a sete pés. Como tal, o que fazer? Simples, atacar também o PSD na moção de censura, não correndo, assim, o risco de que esta viesse a ser aprovada. Ufa.
Com esta moção “a la minute”, o Bloco queimou, de forma surpreendente e irremediável, qualquer hipótese de um dia vir a juntar-se com o PS. Foi uma atitude simples: deixar de alimentar um sonho longínquo e de quase impossível realização que lhe ia comendo o eleitorado. A opção foi voltar ao bom velho Bloco, numa simples tentativa de estancar a erosão do seu eleitorado, que estava a ficar muito desconfortável com o namoro pouco discreto ao PS. Com estas manobras, o Bloco hipotecou a sua possibilidade de relevância máxima (vir um dia a fazer parte de um Governo) mas assegurou que não perderá a sua relevância mínima (o seu eleitorado típico).
Como é óbvio, mesmo que qualquer uma das moções não atacasse o PSD, este nunca as votaria favoravelmente. Vive-se uma discussão estéril à volta disto. O PSD nunca daria ao PS esta arma, de chegar a eleições antecipadas através de uma iniciativa de BE ou PCP. Para quem gastou tanta energia a fingir-se de responsável, seria suicídio político.
Assim, o que vai acontecer é uma abstenção do PSD, que se tentará assim manter como o partido “responsável” e com “sentido de Estado”. As moções não vão dar em nada.
Ainda assim, estas iniciativas só servem o PS.
Desde que as sondagens passaram a dar o PSD como primeiro e desde que a crise da dívida nacional de agudizou, a estratégia de Sócrates, bem alicerçada no marketing político, tem sido apenas uma: mostrar-se como o guardião da estabilidade do país, como um patriota. Os outros, que estão preocupados com o poder, são anti-patriotas, e ao atacar Sócrates estão a atacar Portugal. Simples, eficaz e mais do que suficiente, para engrupir esta turba de mentecaptos que votou duas vezes em Sócrates para Primeiro-Ministro.
Este ataque ao Governo, no momento em que paira sobre nós o espectro do FMI e em que os juros batem máximos sucessivos, cai que nem uma luva no colo de Sócrates. O discurso vai ser, ainda mais, o do PS como responsável e bastião da estabilidade; os outros, os que atacam, são irresponsáveis que querem o poder a qualquer custo.
E é assim, com estas borlas de marketing que a Oposição lhe oferece, que Sócrates se vai mantendo no poleiro. O homem já mostrou que nunca vai largar o osso, nunca vai desistir. Quem o subestimar vai ter grandes dificuldades em roubar-lhe a bicicleta. E tudo fica mais difícil quando lhe dão armas como estas.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Camorra II
Depois de tanto barulho, a verdade é que o caso Taguspark segue mesmo para julgamento. Os três arguidos são Américo Thomati, Rui Pedro Soares e João Carlos Silva, tudo malta ligada ao PS, todos administradores do Taguspark. Segundo a juíza de Instrução Criminal, fica claro que o contrato de 750 mil euros para Luís Figo promover o Taguspark (algo que ele nunca chegou a fazer) foi afinal apenas a forma de pagar o apoio do ex-jogador à recandidatura de José Sócrates a Primeiro-Ministro.
Ou seja, foram utilizados dinheiros públicos (o Taguspark tem uma importante fatia de capital que é público) para pagar a um jogador da bola, para que aparecesse a apoiar Sócrates. Decisão tomada por boys do PS.
Curiosamente, ao belo estilo da máfia napolitana, Sócrates não sai sequer beliscado. Pagaram um apoio com dinheiros públicos, em favor de Sócrates, mas este não sabia nada. Achou mesmo que Figo acordou do exílio para, do nada e a troco de nada, lhe dar o seu apoio. Foi o principal beneficiário do acto corruptor, praticado por gente que lhe é muito, muito próxima, mas não sabia de nada. Tal como na Máfia, o chefe não lida directamente com a merda. Para que o fedor não lhe toque.
E mais, nunca ouvi uma palavra do PS acerca deste assunto. Militantes seus compram o apoio de uma figura pública com o nosso dinheiro, e não ouço Santos Silva, Silva Pereira ou as outras “picaretas falantes” dizerem seja o que for acerca disto.
Em qualquer país vagamente civilizado, isto seria um escândalo do tamanho do mundo. E, obviamente, Sócrates há muito teria sido demitido sem apelo nem agravo.
Aqui é mais uma coisa normal.
Ou seja, foram utilizados dinheiros públicos (o Taguspark tem uma importante fatia de capital que é público) para pagar a um jogador da bola, para que aparecesse a apoiar Sócrates. Decisão tomada por boys do PS.
Curiosamente, ao belo estilo da máfia napolitana, Sócrates não sai sequer beliscado. Pagaram um apoio com dinheiros públicos, em favor de Sócrates, mas este não sabia nada. Achou mesmo que Figo acordou do exílio para, do nada e a troco de nada, lhe dar o seu apoio. Foi o principal beneficiário do acto corruptor, praticado por gente que lhe é muito, muito próxima, mas não sabia de nada. Tal como na Máfia, o chefe não lida directamente com a merda. Para que o fedor não lhe toque.
E mais, nunca ouvi uma palavra do PS acerca deste assunto. Militantes seus compram o apoio de uma figura pública com o nosso dinheiro, e não ouço Santos Silva, Silva Pereira ou as outras “picaretas falantes” dizerem seja o que for acerca disto.
Em qualquer país vagamente civilizado, isto seria um escândalo do tamanho do mundo. E, obviamente, Sócrates há muito teria sido demitido sem apelo nem agravo.
Aqui é mais uma coisa normal.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Tipo Eugénio de Andrade
Ai cona, cu
Ai cona, cu, cona, cu
Ai cona, cu
Broche, minete
Ai cona, cu
CocorococoCocorococo
Ai cona, cu
Broche, minete
Ai... paloma..
Ai somos quatro ciganitos
Ai somos quase orfanitos
Ai o pai chega tarde a casa
Ai chega bebado ou drogado
Ai, ai o pai bate na mãe
Que não fez mal a ninguém
Ai a mãe bate na avó
Ai a avó bate no neto
No seu neto predilecto
Ai o pai teve un acidente
Ai encharcou-se na aguardente
Tornou-se um homem diferente
Agora anda de trás para a frente
E já só bebe diluente
Ai a vida corre mal
Esta casa é un hospital
Ai, fui vender para a feira
Muita cassette foleira
Ai roubaram-me a carteira
Engatei uma sopeira
E vendi-lhe o Dino Meira
Ai a minha namorada
É fodida pra porrada
Ai me mata a la pancada
No outro dia ri-me, ri-me
A minha irmã fez regime
Para vir no jornal do crime
Ai, desancou a minha tia
Deu-lhe com a telefonia
Apanhou uma embolia
Bateu com a cabeça na pia
Esta vida são 2 dias
Comi as minhas 7 tias
Ai a vida corre mal
E esta casa é un hospital
Cona, cu, broche e minete
Ai ai aiiiiii....Cona, cu, broche, minete
Ai cona, cu, cona, cu
Ai cona, cu
Broche, minete
Ai cona, cu
CocorococoCocorococo
Ai cona, cu
Broche, minete
Ai... paloma..
Ai somos quatro ciganitos
Ai somos quase orfanitos
Ai o pai chega tarde a casa
Ai chega bebado ou drogado
Ai, ai o pai bate na mãe
Que não fez mal a ninguém
Ai a mãe bate na avó
Ai a avó bate no neto
No seu neto predilecto
Ai o pai teve un acidente
Ai encharcou-se na aguardente
Tornou-se um homem diferente
Agora anda de trás para a frente
E já só bebe diluente
Ai a vida corre mal
Esta casa é un hospital
Ai, fui vender para a feira
Muita cassette foleira
Ai roubaram-me a carteira
Engatei uma sopeira
E vendi-lhe o Dino Meira
Ai a minha namorada
É fodida pra porrada
Ai me mata a la pancada
No outro dia ri-me, ri-me
A minha irmã fez regime
Para vir no jornal do crime
Ai, desancou a minha tia
Deu-lhe com a telefonia
Apanhou uma embolia
Bateu com a cabeça na pia
Esta vida são 2 dias
Comi as minhas 7 tias
Ai a vida corre mal
E esta casa é un hospital
Cona, cu, broche e minete
Ai ai aiiiiii....Cona, cu, broche, minete
Vacas Sagradas
Futeboliscamente falando, é impressão minha ou só eu, e poucos malucos mais, é que acham que:
- O Coentrão anda a dar casas em barda;
- O Saviola e o Aimar fazem exibições vezes de mais pavorosas;
- O Moutinho, tirando o mês de Novembro, tem-se apresentado num nível fraco, conforme vinha fazendo no Sporting (um nível que leva os comentadores a caracterizar as suas prestações com um “O João Moutinho não sabe jogar mal, mas…”);
- O Daniel Carriço (o Baresi de Alcochete) não joga um caracol?
- O Coentrão anda a dar casas em barda;
- O Saviola e o Aimar fazem exibições vezes de mais pavorosas;
- O Moutinho, tirando o mês de Novembro, tem-se apresentado num nível fraco, conforme vinha fazendo no Sporting (um nível que leva os comentadores a caracterizar as suas prestações com um “O João Moutinho não sabe jogar mal, mas…”);
- O Daniel Carriço (o Baresi de Alcochete) não joga um caracol?
Camorra
O Publico voltou a mostrar que é um grande jornal, ao publicar hoje uma história muito importante.
Em poucas palavras:
A TMN não entregou às autoridades parte dos registos telefónicos pedidos, no âmbito do processo Face Oculta. Registos de ligações e locais de chamadas de e entre Mário Lino, Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares. Não entregou, alegando problemas técnicos.
O que é muito curioso, tendo em atenção que a TMN pertence à PT, empresa na altura tutelada por Mário Lino e na qual Rui Pedro Soares é (sim, ainda é) um destacado administrador.
É a impunidade total.
Mas tão ou mais interessante que isto foi o facto de o Diário de Notícias ter esta história há quase um mês, e não a ter publicado. Esteve para ser publicada, mas à última hora o director João Marcelino recusou a sua divulgação. Para quem não se lembra, o João Marcelino é um tipo que apareceu há uns anos como comentador de bola em nome do Record, onde trabalhava. Agora continua a não saber falar e a dizer banalidades, mas é director de um dos maiores jornais portugueses. Juntem os pontos.
Continuando.
Perante a recusa do director em publicar uma boa e importante história, o editor de Política do DN apresentou, e bem, a demissão desse cargo. Eu sei da história há muito tempo, e estava já com medo que nunca fosse divulgada. Conheço muito bem esse editor, e o seu brio e capacidade profissional são, para mim, à prova de bala.
Demitiu-se porque o director do seu jornal censurou uma história que incomodava, em primeiro lugar, um anunciante importante e, em segundo, incomodava os amigos seus e do seu patrão, o 'infamous' Joaquim Oliveira.
Talvez valha a pena recordar que, nas escutas do Face Oculta, surgiram várias conversas, envolvendo Joaquim Oliveira e Armando Vara, bem como outros. Entre o grupo, era sempre dado adquirido que Oliveira era "dos nossos", tratava dos serviços que era preciso fazer, e vários membros dirigentes do seu grupo, a Controlinveste, eram dados como próximos de Sócrates e prontos a ajudar. Um desses nomes, que aparece 'over and over again' era Paulo Baldaia, outro medíocre que, actualmente, é director da TSF (do grupo Controlinveste).
Penso que não é preciso dizer mais nada.
Num país em que juízes se esforçam tanto por destruir provas de corrupção de um Primeiro-Ministro, talvez isto seja normal.
Mas cada vez me é mais difícil respirar neste ar de tão fedorenta "normalidade".
Em poucas palavras:
A TMN não entregou às autoridades parte dos registos telefónicos pedidos, no âmbito do processo Face Oculta. Registos de ligações e locais de chamadas de e entre Mário Lino, Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares. Não entregou, alegando problemas técnicos.
O que é muito curioso, tendo em atenção que a TMN pertence à PT, empresa na altura tutelada por Mário Lino e na qual Rui Pedro Soares é (sim, ainda é) um destacado administrador.
É a impunidade total.
Mas tão ou mais interessante que isto foi o facto de o Diário de Notícias ter esta história há quase um mês, e não a ter publicado. Esteve para ser publicada, mas à última hora o director João Marcelino recusou a sua divulgação. Para quem não se lembra, o João Marcelino é um tipo que apareceu há uns anos como comentador de bola em nome do Record, onde trabalhava. Agora continua a não saber falar e a dizer banalidades, mas é director de um dos maiores jornais portugueses. Juntem os pontos.
Continuando.
Perante a recusa do director em publicar uma boa e importante história, o editor de Política do DN apresentou, e bem, a demissão desse cargo. Eu sei da história há muito tempo, e estava já com medo que nunca fosse divulgada. Conheço muito bem esse editor, e o seu brio e capacidade profissional são, para mim, à prova de bala.
Demitiu-se porque o director do seu jornal censurou uma história que incomodava, em primeiro lugar, um anunciante importante e, em segundo, incomodava os amigos seus e do seu patrão, o 'infamous' Joaquim Oliveira.
Talvez valha a pena recordar que, nas escutas do Face Oculta, surgiram várias conversas, envolvendo Joaquim Oliveira e Armando Vara, bem como outros. Entre o grupo, era sempre dado adquirido que Oliveira era "dos nossos", tratava dos serviços que era preciso fazer, e vários membros dirigentes do seu grupo, a Controlinveste, eram dados como próximos de Sócrates e prontos a ajudar. Um desses nomes, que aparece 'over and over again' era Paulo Baldaia, outro medíocre que, actualmente, é director da TSF (do grupo Controlinveste).
Penso que não é preciso dizer mais nada.
Num país em que juízes se esforçam tanto por destruir provas de corrupção de um Primeiro-Ministro, talvez isto seja normal.
Mas cada vez me é mais difícil respirar neste ar de tão fedorenta "normalidade".
Medo Grande
Uma televisão de Hong-Kong anunciou um novo programa de televisão, chamado "Naked Chef", em que uma cozinheira de 26 anos se vai despindo enquanto confecciona uma refeição.
Eh pá, se isto pega por cá...
Ou pior ainda...
Sim, sua maluca, ou achas que a gente se esqueceu que tu apareceste como cozinheiro, com aquele homem de voz estridente, a Teresa Guilherme?....
Eh pá, se isto pega por cá...
Ou pior ainda...
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Xadrez
Vejo muita gente preocupada com a hipótese de o PCP poder vir a propor uma moção de censura ao Governo. Como sabemos, a única chance de o Sócrates ir com o caralho é uma moção de censura que tenha o apoio de PSD, CDS e mais um partido.
A hipótese, aventada pelo PCP, deixou muita gente a tremer.
É óbvio que não acredito nada que o PC o faça, sabendo que isso entrega o poder à Direita. Mas acho que, de um ponto de vista de mera táctica política, foi bem jogado.
A questão é simples: o PS, o Partido do Sócrates, não tem emenda. Nunca se reformará, nunca se emendará, nunca será mais do que é agora, um bando de criminosos e medíocres ganaciosos, que faz a política da Direita a coberto de retórica de Esquerda. Na prática, o PCP percebeu que, pelo menos em teoria, tem aqui, pela primeira vez, a hipótese de entalar o PS. Ou seja, pressionar o PS, para que este, com medo, possa fazer algum tipo de concessões à política defendida pelo PC. Não acho que vá acontecer, mas acho bem jogado por parte do PC. Até porque não vejo bem a diferença de ter o PS no poder a fazer política de Direita ou o PSD com o CDS no poder a fazer política de Direita. Talvez a diferença seja que, neste último cenário, o PC talvez consiga vingar mais no debate político, porque tem mais dificuldades em combater um PS que enche a boca com o socialismo e o Estado Social (apesar de fazer tudo ao contrário).
E gostei muito da reacção de Francisco Louçã. Diz ele que este não é o momento de "entregar o poder à Direita".
Acho curioso que, depois do falhanço absoluto que foi o Frankenstein político chamado Manuel Alegre, Louçã esteja tão calminho. Não percebe que, agora e mais do que nunca, o PS olha para o Bloco como para um sindicalista que não toma banho, e que nunca, mas nunca, haverá uma união de Esquerda com o PS de Sócrates.
Já agora, quem fala agora de forma tão "responsável" foi só o partido que, há poucos meses, apresentou a última moção de censura....
A hipótese, aventada pelo PCP, deixou muita gente a tremer.
É óbvio que não acredito nada que o PC o faça, sabendo que isso entrega o poder à Direita. Mas acho que, de um ponto de vista de mera táctica política, foi bem jogado.
A questão é simples: o PS, o Partido do Sócrates, não tem emenda. Nunca se reformará, nunca se emendará, nunca será mais do que é agora, um bando de criminosos e medíocres ganaciosos, que faz a política da Direita a coberto de retórica de Esquerda. Na prática, o PCP percebeu que, pelo menos em teoria, tem aqui, pela primeira vez, a hipótese de entalar o PS. Ou seja, pressionar o PS, para que este, com medo, possa fazer algum tipo de concessões à política defendida pelo PC. Não acho que vá acontecer, mas acho bem jogado por parte do PC. Até porque não vejo bem a diferença de ter o PS no poder a fazer política de Direita ou o PSD com o CDS no poder a fazer política de Direita. Talvez a diferença seja que, neste último cenário, o PC talvez consiga vingar mais no debate político, porque tem mais dificuldades em combater um PS que enche a boca com o socialismo e o Estado Social (apesar de fazer tudo ao contrário).
E gostei muito da reacção de Francisco Louçã. Diz ele que este não é o momento de "entregar o poder à Direita".
Acho curioso que, depois do falhanço absoluto que foi o Frankenstein político chamado Manuel Alegre, Louçã esteja tão calminho. Não percebe que, agora e mais do que nunca, o PS olha para o Bloco como para um sindicalista que não toma banho, e que nunca, mas nunca, haverá uma união de Esquerda com o PS de Sócrates.
Já agora, quem fala agora de forma tão "responsável" foi só o partido que, há poucos meses, apresentou a última moção de censura....
Alguém me explica...
...por que raio está o Ministro da DEFESA na Sic Notícias a falar de medicamentos, exportações e do plano europeu de estabilização?
Parole, parole, parole...
Há uns anos atrás, o Glorioso despediu Fernando Santos após um empate na primeira jornada, e para o seu lugar promoveu o regresso do Camacho. Claro que assistimos, depois, a mais uma época lastimável do Benfica. Camacho saiu com maus resultados, com o seu capital esgotado junto dos adeptos, e com uma equipa perdida, derrotada, sem reacção. A explicação para a saída do homem de confiança do presidente foi dada pelo próprio treinador: “A equipa já não está a responder à minha mensagem”, assumiu Camacho, numa declaração tão abrangente quanto clara.
Lembrei-me disto ao ouvir Sócrates na televisão. O senhor falava num congresso sobre exportações. Debitava frases feitas retirada de qualquer manual de “Gestão para Totós”. Dizia coisas acertadas sobre competitividade, arrojo no investimento, modernidade, etc, etc. Há dois problemas nesta história: primeiro, o que Sócrates diz nunca bate certo com o que faz; mas, sobretudo, já ninguém quer saber o que ele tem para dizer.
Chegámos a um ponto de saturação em que é absolutamente irrelevante o que ele tem para dar ao país, depois de tanto lhe ter tirado. Pode estar a dizer as coisas mais acertadas do mundo, pode mesmo ter posto a mão na consciência e percebido que assim não dá (duvido seriamente), mas isso não chega. Já nada chega. As pessoas vêem o homem a falar e tudo o que querem é mudar de canal, se não apertar-lhe mesmo o pescoço. Portugal sente uma náusea indisfarçável em relação a José Sócrates, e já não era sem tempo.
A mensagem não passa e, como tal, o seu conteúdo é inútil.
Lembrei-me disto ao ouvir Sócrates na televisão. O senhor falava num congresso sobre exportações. Debitava frases feitas retirada de qualquer manual de “Gestão para Totós”. Dizia coisas acertadas sobre competitividade, arrojo no investimento, modernidade, etc, etc. Há dois problemas nesta história: primeiro, o que Sócrates diz nunca bate certo com o que faz; mas, sobretudo, já ninguém quer saber o que ele tem para dizer.
Chegámos a um ponto de saturação em que é absolutamente irrelevante o que ele tem para dar ao país, depois de tanto lhe ter tirado. Pode estar a dizer as coisas mais acertadas do mundo, pode mesmo ter posto a mão na consciência e percebido que assim não dá (duvido seriamente), mas isso não chega. Já nada chega. As pessoas vêem o homem a falar e tudo o que querem é mudar de canal, se não apertar-lhe mesmo o pescoço. Portugal sente uma náusea indisfarçável em relação a José Sócrates, e já não era sem tempo.
A mensagem não passa e, como tal, o seu conteúdo é inútil.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Em duas palavras: La mentável
O vídeo abaixo foi filmado na redacção do Expresso, quando fecharam uma das últimas edições:
Várias coisas importantes saltam aqui à vista:
1 - Todo o staff do Expresso é composto por nerds que, muito provavelmente, ainda jogam ao Dungeons & Dragons
2 - De entre o ranking mundial das coisas ridículas, isto anda lá para cima a disputar o primeiro lugar com o GLH, aquele produto que dizia que fazia crescer o cabelo mas afinal só pintava as carecas
3 - O facto de os senhores do Expresso não fazerem uma edição de jeito há três anos, aparentemente, não os incomoda nada
4 - O ar daquela malta indicia ainda que nunca ninguém ali presente teve alguma vez sexo, e que se isso alguma vez vier a acontecer vai ser entre gente ali presente. Sobretudo entre os gajos, uns com os outros. É a única hipótese que vejo, a sério.
5 - What the fuck?!
6 - Qual é a música da próxima semana? A Romana?
7 - Isto é tão mau que, na minha opinião, justificaria que o inventor da câmara de vídeo tivesse sido morto à nascença, para a Humanidade não ter de ser confrontada com tamanha calamidade. Seria uma vítima inocente, mas pouparia milhares, quiçá milhões, de vítimas igualmente inocentes
Várias coisas importantes saltam aqui à vista:
1 - Todo o staff do Expresso é composto por nerds que, muito provavelmente, ainda jogam ao Dungeons & Dragons
2 - De entre o ranking mundial das coisas ridículas, isto anda lá para cima a disputar o primeiro lugar com o GLH, aquele produto que dizia que fazia crescer o cabelo mas afinal só pintava as carecas
3 - O facto de os senhores do Expresso não fazerem uma edição de jeito há três anos, aparentemente, não os incomoda nada
4 - O ar daquela malta indicia ainda que nunca ninguém ali presente teve alguma vez sexo, e que se isso alguma vez vier a acontecer vai ser entre gente ali presente. Sobretudo entre os gajos, uns com os outros. É a única hipótese que vejo, a sério.
5 - What the fuck?!
6 - Qual é a música da próxima semana? A Romana?
7 - Isto é tão mau que, na minha opinião, justificaria que o inventor da câmara de vídeo tivesse sido morto à nascença, para a Humanidade não ter de ser confrontada com tamanha calamidade. Seria uma vítima inocente, mas pouparia milhares, quiçá milhões, de vítimas igualmente inocentes
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
O ceguinho
Miguel Sousa Tavares tem um problema. Ou vários.
É ao mesmo tempo um bom comentador político, um romancista miserável, e um comentador desportivo à beira da inimputabilidade.
Perante estes dados, o bom senso ditaria que ele se restringisse ao comentário político e, de vez quando, a papar a Teggy Caeiro. Mas não. O tamanho do seu ego não lho permite. O que nos garante mais uns quantos romances de cordel e a oportunidade de ver o senhor dizer barbaridades.
Na análise ao jogo de ontem, em que o clube corrupto foi inapelavelmente derrotado na sua própria casa pelo Campeão, toda a gente foi unânime quanto à justiça do desfecho. E isto inclui Pilas-Gordas, que se espuma da boca cada vez que fala do Campeão. E o que diz Sousa Tavares?
“A sorte do jogo foi toda do Benfica, incluindo numa jogada importante ainda na primeira parte do jogo, quando o Fábio Coentrão pisou o Belluschi dentro da área. Era grande penalidade e cartão vermelho para o jogador encarnado, que assim era expulso bem mais cedo. Só que o árbitro nada viu. O Benfica defendeu bem, é verdade, mas só escusava era de ter dado tanta pancada. A única coisa positiva para o FC Porto neste jogo foi que não houve autocarros apedrejados no Estádio do Dragão, nem bolas de golfe arremessadas da bancada e, tão-pouco, emboscadas nos túneis à moda do Estádio da Luz”.
Ora bem, por onde começar?!?!?
Vamos começar pela pancada. Quanto a isto uma só palavra: Belluschi.
Depois o senhor teve azar. À hora a que escreveu com certeza não sabia ainda que sim, o autocarro do Benfica voltou a ser apedrejado. Mas esta “pancada” já não o incomoda.
Depois há que salientar que não viu o único erro grosseiro detectado por toda a gente, a aberrante expulsão do Coentrão. Nem viu a agressão do Belluschi, que passou o jogo todo a dar fruta (dá-se muito por aqueles lados…), que nem amarelo mereceu.
E, por último, a confissão suprema do adepto do clube corrupto. De que, tal como habitualmente desde o início da época, só teria hipóteses de ganhar o jogo se fosse à custa de um penalti inexistente. E já agora, ainda que o árbitro fosse ceguinho e apreciasse o teatro de Belluschi ao ponto de assinalar o penalti, seria vermelho porque…
Pois.
É ao mesmo tempo um bom comentador político, um romancista miserável, e um comentador desportivo à beira da inimputabilidade.
Perante estes dados, o bom senso ditaria que ele se restringisse ao comentário político e, de vez quando, a papar a Teggy Caeiro. Mas não. O tamanho do seu ego não lho permite. O que nos garante mais uns quantos romances de cordel e a oportunidade de ver o senhor dizer barbaridades.
Na análise ao jogo de ontem, em que o clube corrupto foi inapelavelmente derrotado na sua própria casa pelo Campeão, toda a gente foi unânime quanto à justiça do desfecho. E isto inclui Pilas-Gordas, que se espuma da boca cada vez que fala do Campeão. E o que diz Sousa Tavares?
“A sorte do jogo foi toda do Benfica, incluindo numa jogada importante ainda na primeira parte do jogo, quando o Fábio Coentrão pisou o Belluschi dentro da área. Era grande penalidade e cartão vermelho para o jogador encarnado, que assim era expulso bem mais cedo. Só que o árbitro nada viu. O Benfica defendeu bem, é verdade, mas só escusava era de ter dado tanta pancada. A única coisa positiva para o FC Porto neste jogo foi que não houve autocarros apedrejados no Estádio do Dragão, nem bolas de golfe arremessadas da bancada e, tão-pouco, emboscadas nos túneis à moda do Estádio da Luz”.
Ora bem, por onde começar?!?!?
Vamos começar pela pancada. Quanto a isto uma só palavra: Belluschi.
Depois o senhor teve azar. À hora a que escreveu com certeza não sabia ainda que sim, o autocarro do Benfica voltou a ser apedrejado. Mas esta “pancada” já não o incomoda.
Depois há que salientar que não viu o único erro grosseiro detectado por toda a gente, a aberrante expulsão do Coentrão. Nem viu a agressão do Belluschi, que passou o jogo todo a dar fruta (dá-se muito por aqueles lados…), que nem amarelo mereceu.
E, por último, a confissão suprema do adepto do clube corrupto. De que, tal como habitualmente desde o início da época, só teria hipóteses de ganhar o jogo se fosse à custa de um penalti inexistente. E já agora, ainda que o árbitro fosse ceguinho e apreciasse o teatro de Belluschi ao ponto de assinalar o penalti, seria vermelho porque…
Pois.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Para guardar na memória
Hoje, dia 2 de Fevereiro de 2011, Dia da Marmota, o Benfica ganhou 2-0 no Dragoun, com o César Peixoto a titular!!!
Só isto
Contra a Violência, a Pressão, o Teatro, a Vergonha, a Provocação e a CORRUPÇÃO.
Só isto.
Só isto.
PS - Creio que se viu bem quem anda a ser levado ao colinho. Depois de uma fantástica série de vitórias com penaltis inexistentes, hoje voltou o andor, com o grande Coentrão a ser expulso num lance risível, e o Beluschi a mostrar que está completamente adaptado ao clube corrupto, porque sabe que pode fazer tudo inclusive agredir sem levar sequer um amarelo. Hoje nem o andor vos safou.
Falavam em pomadinha? Pois, é isso.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Adeus rapazes, e muito obrigado
No último dia da janela de transferências, o campeonato português ficou mais pobre, com a saída de dois jogadores carismáticos e que eram referências da prova. Falo, naturalmente, de Liedson e de David Luiz. Dois grandes jogadores, ídolos dos adeptos de Sporting e Benfica. Enquanto adeptos e espectadores, muito do que bom se viu nos relvados dos últimos anos veio dos pés e da cabeça destes dois brasileiros, que pela carreira junto de nós já se sentiam, e bem, meio portugueses.
Começando por Liedson:
quando chegou, olhei para este franguinho e pensei que era mais um barrete que o Sporting tinha enfiado, como era hábito em avançados, e continuou a ser desde então. Não podia estar mais enganado. Classe, concentração, competitividade, instinto letal, ratice e frieza. São estas as principais características deste fantástico jogador, sem dúvida um dos melhores avançados de sempre no campeonato português. Chegou mesmo a ser jogador da Selecção Nacional. Eu, que sempre fui contra as naturalizações, também não gostei de o ver com as quinas ao peito. Mas isso não apaga o facto de nos ter representado, e merecer o nosso agradecimento. O meu Benfica foi uma das vítimas preferidas do Levezinho, e este rapaz deu-me muitas, muitas tristezas. Neste momento, em que a fase final da sua carreira coincidiu com a implosão do Sporting, é compreensível que queira voltar para o Brasil. Que tenha sorte, e continue, onde quer que seja, a resolver.
Finalmente o "minino" David Luiz:
PS - a saída de Liedson, neste contexto, é apenas mais um sinal da "Belenização" do Sporting. Num momento em que ninguém manda naquele clube, uma saída destas deve deixar os adeptos preocupados. O Sporting continua a pagar a factura de se ter subalternizado a um pseudo-rival que tudo o que faz é aproveitar-se para continuar, através de todas as manobras que se conhecem, a mandar no futebol português. Que o próximo presidente do Sporting faça do clube uma instituição que se afirme por si, sem submissões a ninguém e sem complexos de inferioridade. A tentativa de comprar Kleber e Djalma, do Marítimo, é um sinal de que alguém, no Sporting, percebeu que não tem de prestar vassalagem a ninguém. Naturalmente, o Sporting voltou a ser comido, e pelos mesmos do costume. São demasiados anos a baixar as calças, e isso não se muda de um momento para o outro.
Mas é um sinal, que se espera consequente.
Começando por Liedson:
quando chegou, olhei para este franguinho e pensei que era mais um barrete que o Sporting tinha enfiado, como era hábito em avançados, e continuou a ser desde então. Não podia estar mais enganado. Classe, concentração, competitividade, instinto letal, ratice e frieza. São estas as principais características deste fantástico jogador, sem dúvida um dos melhores avançados de sempre no campeonato português. Chegou mesmo a ser jogador da Selecção Nacional. Eu, que sempre fui contra as naturalizações, também não gostei de o ver com as quinas ao peito. Mas isso não apaga o facto de nos ter representado, e merecer o nosso agradecimento. O meu Benfica foi uma das vítimas preferidas do Levezinho, e este rapaz deu-me muitas, muitas tristezas. Neste momento, em que a fase final da sua carreira coincidiu com a implosão do Sporting, é compreensível que queira voltar para o Brasil. Que tenha sorte, e continue, onde quer que seja, a resolver.
Finalmente o "minino" David Luiz:
é com muita pena que o vejo partir. Chegou como mais uma vaga promessa, mas desde que começou a jogar, a sua classe não enganava. No seu primeiro jogo, a frio, até entrou mal, mas acabou o desafio com grande personalidade. Rapidamente percebi que tínhamos ali um grande jogador, e tudo o que podia fazer era desejar que o soubéssemos aproveitar, fazer crescer, e deixar mostrar tudo o que de bom sempre teve. Agora, que fizemos dele um jogador de classe mundial e o colocámos na titularidade do "Escrete", é com pena mas também com orgulho que o vemos partir.
Para além da sua qualidade futebolística, ganhou um lugar especial no coração dos adeptos pela sua personalidade e maneira de ser. Sentindo a camisola, nunca negando uma atenção aos sócios, percebendo a grandeza do Benfica, e a grandeza singela do povo do Benfica. Foi sempre dos primeiros a participar em acções de formação cívica e inciativas de solidariedade, como um símbolo do Benfica deve fazer.
Por tudo isto, David, o meu muito obrigado. Que a vida te permita continuar a deslumbrar por esse mundo fora, porque tu mereces.
PS - a saída de Liedson, neste contexto, é apenas mais um sinal da "Belenização" do Sporting. Num momento em que ninguém manda naquele clube, uma saída destas deve deixar os adeptos preocupados. O Sporting continua a pagar a factura de se ter subalternizado a um pseudo-rival que tudo o que faz é aproveitar-se para continuar, através de todas as manobras que se conhecem, a mandar no futebol português. Que o próximo presidente do Sporting faça do clube uma instituição que se afirme por si, sem submissões a ninguém e sem complexos de inferioridade. A tentativa de comprar Kleber e Djalma, do Marítimo, é um sinal de que alguém, no Sporting, percebeu que não tem de prestar vassalagem a ninguém. Naturalmente, o Sporting voltou a ser comido, e pelos mesmos do costume. São demasiados anos a baixar as calças, e isso não se muda de um momento para o outro.
Mas é um sinal, que se espera consequente.
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