segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Coincidências

As notícias são da semana passada, mas vale a pena relembrar.

Noronha do Nascimento, o senhor que na foto está ao lado do seu grande amigo José Sócrates, é o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. E é também o senhor originalmente determinadíssimo em destruir as escutas que envolvem José Sócrates, no caso Face Oculta.
Soube-se há algumas semanas que o juiz com o caso, o magistrado Carlos Alexandre, não tinha ainda destruído as escutas, defendendo que os implicados deviam ter acesso a elas e pronunciar-se sobre a destruição.
Sabemos agora que Noronha do Nascimento, cujas ligações à Maçonaria estão ainda por se provar (yeah, right), está desesperado. Qual rapariguinha histérica, vem agora insistir que as escutas sejam imediatamente destruídas ou, se o juiz Carlos Alexandre tiver "pruridos" desse tipo, que as envie ao próprio Noronha, que se encarregará do servicinho.
Mais, tão zangado está Noronha, que ameaçou Carlos Alexandre com um processo disciplinar, caso desobedeça.

Outro episódio que não tem nada a ver com isto:
o Ministério da Justiça quer designar outro juiz para co-liderar o Tribunal Central de Instrução Criminal, que é responsável por todos os grande casos de corrupção. Este tribunal é liderado actualmente por Carlos Alexandre, que assumiu a liderança de alguns dos processos que envolvem gente poderosa, como o caso Portucale ou dos Submarinos. Perante inúmeras pressões, fez o seu trabalho, denunciou pressões, acusou à mesma.
O argumento para colocar lá outro juiz (que passaria a dividir os casos com Carlos Alexandre) é que este último não está a dar vazão, e tem demasiados processos pendentes. Acontece é que os números que constam na decisão do Ministério da Justiça, e que estiveram na base formal dessa decisão, estão errados. Muito e grosseiramente errados.

Por último:
Noronha de Nascimento é o tipo que, no final de 2009, em pleno furacão noticioso "Freeport", o que veio defender o senhor? Que fosse criado um órgão com poder disciplinar sobre os jornalistas, com parcial designação política.

Se as escutas são assim tão irrelevantes, para quê tanta pressa? Para quê tanto nervosismo?

Bom, não é difícil juntar os pontos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Estes tipos andam a abusar há demasiado tempo. Ninguém faz nada?