Há uns anos, um jornalista experiente disse-me uma coisa que nunca esqueci: Ricardo Salgado, o presidente do BES, apoia sempre quem vai ganhar, e quem ele apoia ganha. Mais, apoia sempre quem ganhou, porque faz questão de "se dar bem" com o poder. E o mesmo quando retira o apoio a alguém: quando lhe vira costas, sabemos que o tempo dessa pessoa acabou.
Lembrei-me disto agora, quando vejo todos os principais bancos recusando-se publicamente a comprar dívida pública nacional e dizer ao Governo que já chega. Está na hora de pedir ajuda ao FMI.
Ao contrário do que aconteceu na Irlanda, em que o Estado foi arrastado pelos bancos, cá são os bancos - que estavam bastante sólidos - que estão a ser arrastados pela falência do Estado. E Sócrates, que como bom liberal que é sempre se deu bem com os bancos, decidiu no início da crise - quando se vestiu de socialista - criticar os bancos porque foram eles, genericamente, que "causaram a crise financeira".
Caiu-lhe bem o chavão, mas obviamente ele sabe que os bancos portugueses - tirando casos de polícia como BPN e BPP - foram bem geridos e prudentes, e não precisaram da ajuda do Estado nem criaram, eles, problemas.
Agora, que o poder do capital, lhe retirou o tapete, para mim é oficial. Não há forma de escapar. Vamos mesmo ter de recorrer ao resgate internacional, com tudo o que isso implica.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
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1 comentário:
Eu avisei...
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