Eu queria ter uma opinião sobre a história dos passes sociais para os pobrezinhos.
A sério.
E então fui à procura. Vi umas notícias, li uns jornais, ouvi um senhor governante a falar.
E fiquei na mesma.
Minto, fiquei mais confuso.
Portanto a coisa é mais ou menos assim:
- ninguém no agregado familiar pode ganhar mais de 540 euros, ou coisa assim
- o passe pretendido tem de ser para utilizar em Lisboa ou no Porto
- em Lisboa o desconto é maior do que no Porto
- fora de Lisboa ou do Porto, não há desconto para ninguém, o que quer dizer que fora desses dois centros urbanos não há pobres ou carenciados
- para ter acesso é preciso apresentar um papel do irs, autenticado pelas Finanças
- só há desconto para alguns passes. Por exemplo, se for só para andar de comboio, ou só de metro, não há, porque os pobres andam nos transportes todos, os outros que só andam num só querem é passear
Junta-se isto ao facto de: a) no Porto já se vendem os novos passes para os desgraçados, mas em Lisboa não; b) no Porto houve uma invasão de pessoas (eles agora chamam os utentes de clientes, porque é mais fashion) mas nenhuma alminha se lembrou de meter lá mais pessoal a atender; c) tanto em Lisboa como no Porto as respostas dos funcionários foram claramente insuficientes.
E ao ouvir a TSF, ouvi falar uma senhora que era directora ou presidente ou coisa assim de uma entidade dedicada à "Gestão do Tarifário do Andante", que é o eléctrico rápido do Porto.
Querem poupar? Que tal começar por extinguir uma entidade dedicada à "Gestão do Tarifário do Andante"? Isso não poderá ser feito, digo eu, por quem gere o próprio do Andante?
Eu queri ter uma opinião sobre os passes. A sério, queria mesmo.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
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1 comentário:
A cegueira ideológica deste governo é tremenda. Pena que não sejam tão lestos quanto às consensuais "gorduras do estado" sobre as quais pareciam tão esclarecidos há, pelo menos, um ano atrás.
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