domingo, 21 de março de 2010

A comissão

Enquanto o PSD brinca às casinhas, o parlamento lá vai insistindo com uma comissão de inquérito ao caso PT/TVI/Sócrates.
Conforme se recordam, tenho uma posição muito clara quanto a toda a tramóia. Acho gravíssimo, que Sócrates não tem condições para governar, bla bla bla.
A questão agora não é essa.
Como também já disse, é-me irrelevante tanto barulho acerca do Sócrates ter, eventualmente, mentido aos deputados. É óbvio e indesmentível para toda a gente que Sócrates mentiu aos portugueses, e descaradamente (basta ver o seu programa de governo, e o que veio a fazer, das duas vezes). Mas isso não parece ser importante, comparado com o desrespeito aos senhores deputados.
Mas esta comissão, de facto, já vai ser só barulho.
Todos os intervenientes no caso contaram a mesma versão: sócrates não sabia, não foi informado nem deu instruções. É claro que isto é mentira, mas era também claro que seria o que todos iriam dizer. Perante isto, para que serve uma comissão de inquérito que vai fazer as mesmas perguntas às mesmas pessoas e obter as mesmas respostas?
As escutas, as contradições e a simples utilização do nosso intelecto dizem-nos que a versão oficial é mentira, mas essa nunca vai sair daí.
O julgamento não é, nem nunca foi, jurídico. É uma questão política. Mas, ainda assim, nada que ganhe com a intervenção de qualquer comissão, que aparece sempre mascarada de coisa muito séria para depois fazer politiquice da mais básica.
É um julgamento político, a fazer pelos eleitores. Eu fiz o meu há muito tempo, e não precisei de escutas para saber que tinha razão. Quanto aos outros, que ainda acreditavam no Pai Natal e votaram PS, bem, thank you very much por esta merda toda.

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