Como qualquer pessoa normal com menos de 80 anos, só vou aos correios quando tenho de ir. O que acontece talvez umas três vezes por ano. Hoje, que tinha que mandar uma papelada por causa da licença de paternidade, e lá fui eu, já com os envelopes preparados. Só faltava meter selo e empurrar para as bocarras das entregas. Tudo coisas que, julgava eu, conseguiria fazer sem necessidade de intervenção humana para além da minha.
Acontece que, ao contrário do que sucedia até há poucos meses, esta estação dos correios, perto da Estefânia, deixou de ter máquina de selos. Antes, era chegar lá, meter a carta na balança, escolher se é normal ou azul (agora há um verde mas não sei para que serve), meter o dinheiro e pronto, saía o selo. Agora não. Agora tive que estar na fila, atrás dos velhos e desocupados desta vida, para chegar ao balcão e dizer: quero mandar estas três cartas. Algo que eu podia fazer sozinho até há poucos meses.
Perante a minha insistência, o senhor do balcão (os gajos do balcão não são tecnicamente carteiros, pois não?) lá me explicou. A retirada da máquina de selos foi decisão, não explicada, da administração. Pus-me a puxar pela cabeça, e veio a razão: é que assim, se não queremos estar na fila, temos que comprar aqueles envelopes dos correios já com selo, que são bastante mais caros. Um tipo que traga os seus próprios envelopes e só queira a merda de um selo, tem de esperar na fila. Neste caso, 20 minutos de espera.
Deve ser isto que eles chamam eficiência. Deve ser isto que eles explicam por "preparar a empresa para a privatização". Eu chamo-lhe prestar um mau serviço.
Porque uma estação dos correios não é uma barraca da feira da Praça de Espanha, a vender canecas, cachecóis de futebol e livros de autoajuda/Júlio Magalhães.
Infelizmente parece.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
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1 comentário:
o verde é igual ao azul, mas sem a restrição do peso.
Mais vale comprar envelopes de correio azul (ou verde) que têm o mesmo preço do selo por si só.
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