segunda-feira, 25 de junho de 2012

Amor de pai. Daquele assim homosexual.

Em tempos ouvi contar uma história, que rezava que os partidos da Oposição (portanto os que não estão no Governo) existiam para fazer uma coisa chamada Oposição.
Eu até cheguei a acreditar nisto.
Até hoje.
É que hoje foi votada uma coisa chamada Moção de Censura. É quando um partido da Oposição decide fazer Oposição e tenta mandar abaixo o Governo, eventualmente na esperança de ir para lá e fazer melhor (no caso do PCP, esta última parte da frase anterior não faz sentido).
E o bom do Jerónimo, furibundo com as tropelias deste Governo, lá meteu a moção de censura. O Bloco, que não beija exactamente de língua o PCP, votou a favor. Os Verdes, que é o PC mascarado de lentilha, também.
Já o PS absteve-se.
E, ao contrário da frase que António José Seguro fez famosa, desta feita não foi "uma abstenção violenta". Foi mesmo só uma abstenção à pussy.
Mas não é isto que interessa.
O que interessa é que, no dia da votação de uma Censura ao Governo, o PS fez uma Censura ao Censurador, neste caso o PCP. Como quem diz "ó seu malandro, atão andam a censurar aqueles rapazes, coitados, mas quéisto?!".
No dia da Censura ao Governo, o PS não atacou sequer o Governo. Não o criticou, não o cutucou, não lhe deu um carolo, uma bélinha, nada.
E, mais significativo que tudo isto, durante todo o debate, o líder (?) António José Seguro entregou a voz do seu partido a quem? A Pedro Silva Pereira, claro.
Pedro Silva Pereira é aquele rapazote, aprendiz de Relvas, que aparecia sempre atrás do Sócrates a gritar "Apoiado!" em qualquer ocasião, e isto incluia quando o seu pai político se limitava a pedir uma bica e um rissól no bar do parlamento. Ah, e é o rapaz que, na companhia dos Lellos desta vida, se dedicou desde o início da legislatura a boicotar toda e qualquer "ideia" que o líder do seu partido pudesse avançar.
Está certo.
E o que fez o magarefe do Silva Pereira, no dia da Censura ao Governo?
Obviamente, fez um ataque violentíssimo ao PCP.
Faz sentido.
Lembrou o senhor, espumando vingança da boca, que foi o PCP quem, há um ano, "deu o poder à Direita", tudo para fazer guerra ao sacrossanto PS. Esse PS da Esquerda séria, da Esquerda responsável, da Esquerda O Algodão Não Engana. Ao contrário das outras, que enganam e não limpam nada de jeito.
E basicamente foi isto. O PS nem tocou no Governo, tão ufano estava no ataque vingativo ao PCP e, sobretudo e fundamentalmente, na defesa do consulado Sócrates (a escolha de Silva Pereira como porta-voz não pode ter sido inocente). Como disse, e bem, o norte-coreano Bernardino Soares, "o PS está mais preocupado em defender o Governo Sócrates do que em defender os portugueses". Touché.

O que mais me custou foi ouvir Silva Pereira falar da Esquerda, encher a boca com a Esquerda. Da mesma forma que me incomoda sobremaneira ouvir o Carlos Queiroz falar de...tácticas de futebol, por exemplo.

O PS adora a Esquerda. O PS acha-se toda a Esquerda. O PS acha que é de Esquerda, porque a Esquerda Moderna é a Direita com "éléron", e isso é que é preciso. Sim, o PS adora a Esquerda.

A única coisa que me chateia é que o PS só não adora a Esquerda quando governa. Sócrates não caiu por ser de Esquerda. Caiu por ser mentiroso, trafulha, desrespeitoso para com o Parlamento e, sobretudo, para com os outros partidos de Esquerda.

O PS adora a Esquerda. Desde que não lhe peçam para governar com uma política de Esquerda.


PS - imagem gentilmente roubada no Google.

1 comentário:

Anónimo disse...

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