Hoje acordei...
... num quadro cubista de Picasso, rodeado de paralelas desencontradas, perspectivas desconstruídas e pontos de vistas impossíveis. Caminhava por uma rua em constante mutação, a cada passo, uma mudança de sentido, ora ia para cima, ora, no passo seguinte, já estava a ir para baixo, ou para o lado, ou na diagonal, ou a voltar para trás, tão imprevisível e violento que sentia o cérebro do avesso. Um pouco mais à frente, ou mais atrás, ou lá o que fosse, encontrei uma Demoiselle d'Avignon que puxou conversa comigo. Enquanto tentava perceber o que me dizia, porque as palavras naquele universo também não obedecem às leis do mundo exterior, observava, já em transe, aquela figura de áreas planas e quebradas, com olhos assimétricos... e aquele frenesim exaustivo de palavras sem sentido e formas desconexas deu-me uma volta ao estômago tão grande, que deixei a "menina" a falar sozinha e corri dali para fora, à procura de uma casa de banho geometricamente possível.
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