terça-feira, 31 de julho de 2007

Salvo pelas doze badaladas

Depois da morte ontem de Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, Manoel de Oliveira respirou fundo quando chegou a meia noite.

sábado, 28 de julho de 2007

O futuro não é brilhante

Sei que as eleições já lá vão, ainda por cima umas mini-autárquicas, ainda por cima intercalares, ainda por cima com 53 candidatos. Mas estive ausente e só agora posso escrever um pouco sobre o assunto, até porque, de facto, acho que há muitas lições a tirar dos últimos meses, no que toca à política nacional.
A primeira é que, no fundo, o tuga gosta de levar no focinho. Só assim se entende o resultado de António Costa que, naturalmente longe da maioria absoluta, foi um candidato que necessariamente representava, e representa, a face do Governo.
No que toca aos resultados, a única supresa, para mim, foi a votação de Carmona Rodrigues. E se, para tudo o resto, consigo encontrar algum sentido ou, pelo menos, alguma explicação, para isto não consigo. A minha teoria é que ele prometeu mundos e fundos a todos os trabalhadores da CML, que são para aí 15% da população da autarquia. Não sei.
Tirando isso, factos significativos apenas no facto de o PP finalmente ter desaparecido de vez do mapa e de o PNR ter ficado à frente do partido unipessoal de Manuel Monteiro.
Helena Roseta, que fez uma campanha digna, ficou um pouco aquém do esperado.
Depois de tudo isto, e reiterando a opinião de que há muitos pontos de contacto com a política nacional mais geral, alguns pontos há a salientar, até porque as ondas de choque sobre a direita (who the fuck is Negrão?!) ainda vão dar que falar.
A questão é: para onde vão os partidos nos próximos anos, e que representatividade vão conseguir ter nas próximas eleições. Olhemos então para esta especulativa bola de cristal.
O PS, lamento profundamente dizê-lo, terá nova maioria absoluta nas próximas legislativas. Dou isto por certo. O tuga gosta muito do centrão mas, pior ainda, dentro do tuga vive um fascistazinho muito mal disfarçado. Ou seja, centrão com tiques de pseudo-seriedade (arrogância basta) e prepotência, e o tuga está nas suas sete quintas.
Mais relevante ainda que este ADN nacional é a questão da ideologia, do campo ideológico. É com certas bandeiras que se faz o combate político, e é com esse combate (basicamente o que aparece nos jornais e, sobretudo, na televisão), que se convence o povo. O actual Governo é, só, o executivo mais liberal desde o 25 de Abril, o que inclui os tempos de Cavaco, Durão e Santana. Nunca se viu tamanho ataque ao Estado Social, aos serviços públicos e, até, à liberdade de imprensa, já para não falar do regresso do famigerado delito de opinião. Sendo assim, a principal vítima é, claramente, o PSD. Sendo um partido de centro-direita, está completamente sem espaço para atacar o Governo. Aliás, quando o faz, assiste-se à coisa fantástica de o atacar pela esquerda, com argumentos que o PS, ele próprio, utilizava, antes de se ter transformado nesta cambada de boys tecnocratas thirty-something. Creio que os críticos estão errados ao identificar Marques Mendes como o grande problema do PSD. O grande problema do PSD é o PS, o facto de, na prática, o seu campo de actuação ideológica ter sido completamente invadido, e até excedido, por este Governo. Qualquer outro líder teria o mesmo resultado. Seria menos ridículo, talvez, mas em termos de votos pouca diferença haveria. A dificuldade para o PSD está na forma de fazer o tal combate político. Como defende exactamente aquilo que o PS está a fazer (embora nunca tivesse a coragem de o fazer e seria trucidado se tentasse) não há argumentos. O ataque pela esquerda faz sentido teórico, mas não rende votos. Alguém que defenda uma política de esquerda para o Governo não vai, obviamente, votar PSD. Assim, perante este cenário, o PSD terá de procurar algum outro nicho, que no caso deste partido não poderá ser nunca tão nicho quanto isso, já que é um partido de massas que só existe para ganhar eleições e estar no poder (nunca soube fazer oposição, basta lembrar o que foi o agora aclamado Durão Borroso). Como tal, é de esperar, a seu tempo, alguma deriva para a direita, mas será sempre soft. O PSD não tem uma ideologia coerente (ou sequer incoerente), pelo que nunca se pode afastar do centrão.
Mais interessante, e apetitoso, é o destino do PP. Portas fez mal, muito mal, em voltar quando o fez e como fez. Sofre do mesmo síndroma que Santana Lopes, vive tão obcecado com a sua própria imagem e com o seu suposto brilhantismo intelectual, que se ilude a pensar que Portugal, desespera, sempre, de o ver voltar à ribalta. Se o PSD não tem espaço ideológico, com o PP já não é bem assim. Portas é inteligente, e neste momento precisa de um plano. Um dos problemas é que não há, a curto prazo, nenhuma bandeira ideológica que lhe possa servir para marcar uma posição: depois do aborto resta a constituição europeia e, mais tarde, a regionalização, mas não são temas sexy para o eleitorado. Assim, tenho poucas dúvidas de que Portas tentará uma manobra arrojada: chegar-se mais à direita e, encorajado pelo acolhimento dos radicais do PNR, começará a bater na tecla da segurança e da imigração. É apenas uma questão de tempo. É claro que não faz sentido falar em qualquer aproximação entre os dois partidos, isso seria o fim do PP. Mas a ideologia será aproveitada. De maneira mais suave, com todos os asteriscos de preocupação democrática e tolerância acima de tudo, mas irá acontecer. É uma jogada de risco, mas Portas começa a perceber que talvez não seja tão relevante como sempre se achou, e não terá paciência para ficar dez anos a fazer oposição num partido que só consegue definhar cada vez mais. Vai tentar esta estratégia, vai falhar, vai sair, e depois vai chegar-se ao PSD como independente. Levará anos, mas estou seguro de que será este o caminho.
À esquerda, o horizonte é animador. É claro que nunca chegarão ao poder e nada poderão fazer para travar as políticas ultraliberais do PS, mas têm a sua base militante completamente protegida. Ainda há muita gente de esquerda em Portugal, entre o quais eu me incluo. Com o PS como está, a eventual e ligeira fuga de votos não se dará para a direita, mas sim para a esquerda. Em termos de combate ideológico, há muito que o campo não era tão fértil para PC e BE, já que no poder está um executivo que faz tudo ao contrário do que estes partidos defendem.
É apenas um exercício, mas deixo aqui as apostas. PS mantém maioria absoluta, PC e BE ficam mais ou menos na mesma ou sobem um pouco, o PSD ficar-se-á pelos 20 e poucos por cento e o PP desaparece mais um pouco.
No que toca ao nosso país, o futuro não é brilhante.

PS: Mais uma palavra acerca de Helena Roseta. A história de ser independente é gira, mas talvez a sua saída do partido fizesse sentido há mais tempo, e não apenas quando foi rejeitada como cabeça de lista do PS para a CML. Depois, esta socialista que era do PSD, uma espécie de Zita Seabra ao contrário, apareceu esta semana num programa abjecto de seu nome "As tardes da Júlia". O que eu considero algo muito pouco "Maio de 68", mas enfim...
Espelho meu

Ainda na sequência de "Livro Directo", a história do Mantorras, a polémica não pára. Apareceu agora um desconhecido gémeo de Pedro Mantorras, que se diferencia dele apenas por conseguir ser ainda mais feio e não conseguir engatar ninguém em bares de alterne. Segundo este parente, a história de Mantorras é mentira. Ele não tem 40 anos, é branco, e aquilo do joelho é tudo fita porque o tipo é preguiçoso.
Maria José Morgado, onde estás tu quando é preciso repor a verdade?!
Más línguas

As críticas ao livro sobre a história do Mantorras já começaram, mas algumas são muito injustas. Chegaram a dizer que aquilo era um livro escrito em cima do joelho, algo que toda a gente sabe ser impossível.

PS - Sim, vai ser mais uma temporada a vê-los passar...

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Papoilas Saltitantes...


A Maria Amélia


A Dona Maria
Diário de um Adepto Benfiquista

Este ano é que era!

Ps: para atenuar ligeiramente a dor, valha-nos este excelente post sobre o Tello.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ufaaaaaaa!!!...

Por instantes assustei-me:"Incêndio numa fábrica têxtil em Rio Tinto"

Afinal é Rio Tinto, não é Vinho Tinto, isso sim é que era preocupante.

Safa!!!
Al-Lixbûnâ

1288 anos depois Lisboa volta a ser conquistada por um mouro.

Aproveitando que mais de metade do povo lisboeta estava a coçar a micose, deixando as ameias a descoberto, Rajid Costa tomou conta da cidade mais depressa do que Mendes Bota consegue dizer Allgarve.

O derramamento de sangue foi pouco, mas a azia é grande, Paulo Portas, Telmo Correia e Marques Mendes esgotaram o stock de Pepsamar das farmácias da cidade.
Lx Tandoori



Lisboa, após as intercalares de ontém é de facto uma cidade verdadeiramente de calibre universal. A digna de metrópole d'O Império eternamente adiado, mas que ainda o haveremos de ser.

Inderjit Costa o primeiro Maior (do inglês Mayor) de Lisboa indiano, vai levar as fragâncias do caríl e do tandoori do Centro Comercial da Mouraria até ao topo das 7 colinas e quiçá Benfica.

Duas notas mui aprazivéis destas intercalares, a confirmação de Marques Mendes como o José Couceiro da política e o grau de Zero Absoluto que o CDS/PP é.

O Telminho para presidente? 'dasse... é que nem os betos acreditavam nisso... ou naquilo.

Viva Portugal! Viva o Império!
O tipo em que votei não ganhou

domingo, 15 de julho de 2007

Tanto espinho....

...tem esta rosa.
O PS dantes tinha um punho, lembram-se? Depois veio o Guterres, o Blair, a terceira via, o marketing milionário, o socialismo na gaveta (agora sim, de forma definitiva), e, voilá, apareceu a rosinha linda. Inócua, parola, bibelástica, amorfa. Sim, porque de luta já não se faz a política, agora que o poder tanto clama pelos autoproclamados pais da democracia portuguesa.
Nos últimos tempos, a rosa definha a olhos vistos. E se as pétalas, apesar de todo o marketing, começam a perder a cor, os espinhos, esses, estão à vista de todos e picam, a sério, o povo, noutros tempos apelidado de "o mexilhão".
Vejamos alguns casos engraçados.
Primeiro foi a história da DREN, de censura pura e simples, de delito de opinião. A controleira em causa, a senhora dona chefe da DREN, veio depois para os jornais dizer algo parecido com a célebre frase de Jorge Coelho: "Quem se meter com o PS, leva!". Isto na altura deu polémica, mas enfim, Coelho é o tipo do PS, é essa a sua vida. Mas esta senhora, que supostamente ocupará o seu cargo devido a algum tipo de competência técnica, mostra que, mais importante que o saber, são os aninhos de percurso, que curiosamente começou na JS, como tantos líderes de pacotilha deste nosso país.
Depois mais casos, na Saúde, também por delito de opinião contra o Governo. Já nem falarei das mortes causadas pelo nosso ministo das contas de merceeiro, que faz contas às poupanças em euros o custo das mortes de gente.
Na AR, perante o combate cerrado da oposição a esta inacreditável censura da máquina do PS que tudo ocupou, o líder parlamentar socialista ouviu mais de uma hora de críticas. Quando respondeu, nem uma palavra acerca de qualquer caso concreto. Nem uma explicação. Apenas um slogan: "o PS não aceita lições de democracia seja de quem for".
Fantástico.
Depois, num caso mais recente, o digníssimo José Miguel Júdice, homem do PSD, é convidado por José Sócrates para liderar a revitalização da zona ribeirinha de Lisboa, pouco tempo depois de surgir, de forma surpreendente, como mandatário na campanha autárquica de António Costa. Para além desta estranha coincidência, resta uma pergunta: que raio de conhecimentos expecionais terá o advogado para lidar com a zona ribeirinha de Lisboa? É pescador de domingo? Talvez tenha um barco?... What?!
Felizmente Júdice veio esclarecer-nos, lembrando que a sua actuação não se reduz à de simples advogado e que as suas competências e interesses em muito o ultrapassam. Sim, de facto. E talvez os grandes clientes do seu escritório de advogados, com interesses na construção e noutras áreas da zona ribeirinha lhe possam dar uma ajudinha....
E, no entanto, aqui estamos. Sócrates é vaiado na Luz, honrando uma tradição que vem dos tempos de Durão Barroso, mas António Costa será o novo presidente da CML, felizmente sem a tão propalada maioria (a perversidade deste governo deriva sobretudo da prepotência megalómana que a maioria absoluta lhes garantiu). Parece que a malta gosta.
E já agora, alguém duvida do que este comportamento e estas medidas provocariam, se no poder estivesse um partido de direita?
Factos são factos, independentemente de quem os pratica.
Há muitos anos que não via um Governo tão cavaquista como este.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sondagem

Há muita gente sem saber se vota em branco ou em preto.

domingo, 8 de julho de 2007

You lose

De acordo com o Los Angeles Times, os EUA já têm no Iraque mais agentes privados contratados do que soldados. Com o país sem sinais de pacificação, e com a "libertação" ainda longe, Bush e sus muchachos cada vez tem maiores dificuldades em seduzir jovens para lutarem pela pátria, derrotando os infiéis.
Era só o resto do mundo. Agora nem a América acredita....