domingo, 27 de julho de 2008

A Dúvida

Os ciganos - ou os membros da comunidade de etnia cigana - que bazaram da Quinta da Fonte, não querem lá voltar, querem novas casas e ameaçam, se tal não acontecer, fazer uma grande manifestação nacional de ciganos. Começo agora a perceber a demora do Quaresma em ir para o Inter, não deve querer perder o evento.
E já agora, se a manifestação não funcionar, vão fazer o quê? Greve?
Não, por favor, não, isso o país não aguentaria...
Minho ou fenómeno do Entroncamento?

Ali para acima do Mondego, há um estranho mundo. Para além da concentração de azeiteiros e parolos ali na zona do Porto, as coisas estão a ficar ainda mais maradas lá mais para cima.
Primeiro foi esta belíssima ideia:

E não é que este ano, os parolos do Vitória lá de cima e os seus rivais (?) do Sporting de Braga, tentaram - mas não conseguiram, claro - fazer pior.
Vide exemplos em baixo.



E agora este:


Sou só eu, ou os gajos do Minho andam a beber água marada?
A forma sobre a substância

João Cravinho cometeu a ousadia, mais uma vez, de criticar a proposta contra a corrupção aprovada recentemente pelo PS. Disse o senhor que a legislação abre as portas à corrupção e que, em alguns casos, vamos ter "juízes em causa própria", o que, digo eu, me soa um bocado a...corrupção.
Enfim.
Esqueçamos por um momento que Cravinho está no Banco Europeu de Investimento a gozar o seu tacho, e que gosta de armar em Manuel Alegre mas continuar a mamar na teta. A verdade é que ele tem razão.
O que me traz aqui é a fabulosa reacção do PS. Perante as críticas concretas de Cravinho, a resposta oficial do PS é a seguinte: "o Partido Socialista não recebe lições de combate à corrupção do engenheiro João Cravinho". E pronto.
Ah, ok, se é assim estamos conversados.
Nem uma palavra acerca das críticas concretas, nada, zero.
Shame on you, Mr. Cravinho, que te atreves a dizer mal do sacrossanto PS!
Esta resposta, aliás, não deve ter demorado muito tempo a criar. Foi a mesma que deram a Manuel Alegre, ao PC e ao BE para aí umas 50 vezes, relembrando todos os portugueses distraídos que "o PS não recebe lições de esquerda de ninguém".
Ficamos bastante mais descansados.
Mas, na verdade, o Cravinho deve estar parvo. Por que carga de água havia o PS - ou qualquer partido entrincheirado historicamente na máquina do poder - de aprovar uma lei anti-corrupção eficaz?
Mr. Cravinho, goze lá o seu tachinho e deixe de ser inconveniente.
Dr. Jekyll & Mr. Corrupto

Freitas do Amaral, que era considerado o senhor mais douto do mundo, pronunciou-se sobre a cóboiada do conselho de justiça da FPF. E o que disse o ex-fascista? Que a reunião era válida - logo tornando lei as condenações a Pinto da Costa e Boavista - e que boa parte do sistema de justiça desportiva em Portugal deve ser bem investigada.
Ora bem.
O que é engraçado é que tanto o Boavista como o FCP vieram - claro está - atacar a decisão, lembrando que é "apenas a opinião de uma pessoa". Indeed. Acontece é que, quando foi anunciado que o caso seria entregue a Freitas do Amaral, nenhuma destas partes se mostrou contra. Ou seja, se a decisão é desfavorável, é apenas uma opinião. Mas não seria sempre "apenas a opinião de uma pessoa", qualquer que fosse o sentido da decisão?
Pois.
E já agora ouçamos o senhor Gonçalves Pereira, o tal presidente suspenso do conselho de justiça que tinha tudo feitinho para safar Pinto da Costa e Boavista: "Isto não é um parecer, é uma autêntica descoberta científica. O Direito é uma ciência que, tal como todas as outras, evolui, por isso talvez estejamos perante uma dessas inovações". E agora ouçamos o senhor logo depois de Gilberto Madaíl ter anunciado que ia entregar o caso a Freitas: "tem um percurso de vida e uma dignidade que aprendi a respeitar".
Estaremos perante um caso de dupla personalidade, ou de pura e simples cara de pau?

sábado, 26 de julho de 2008

Salvem o cigano

Pois é.
Depois de aparentemente ter insultado todos os ciganos do mundo e de me ter inadvertidamente metido numa discussão acerca da Quinta da Fonte, agora tenho de dar razão a quem defende esta etnia discriminada e perseguida.
Acabaram com o Cigano Mágico.
Para quem não sabe do que estou a falar, é o segundo link para blogs alheios, ali do lado direito (não vale a pena clicarem lá agora, porque, como eu disse, ele foi exterminado). Por acaso, o link até tá mal metido, sinal de que eu não sou o único vodkiano que sofre de intolerância aos ciganos. Mas agora, nem sequer inserindo a morada certa, se chega a lado algum. Aparece uma mensagem do blogger, a dizer que na sei quê, o blog já não consta.
Filhos duma ganda puta.
Para quem não conhece, o Cigano Mágico é uma personagem mítica que ocupava o topo de um solitário e poético lugar chamado Mastros ao Alto. Com o único defeito de ser um tripeiro sem vergonha, era um dos tipos que ainda me fazia perder tempo com esta treta dos blogs. É o autor da frase que eu gostaria de ter inventado, qualquer coisa como "quando compro um caderno não escrevo logo nele. Deito-lhe cerveja por cima, mando-o ao chão, deixo-o na merda. Para começarmos em pé de igualdade".
E agora foi-se.
Se foram os pretos da Quinta da Fonte, não sei. Se calhar foi só um suicídio cibernético, como já tinha ameaçado fazer.
De qualquer das formas, caro Cigano, se me estás a ler: volta. Tu tás lá.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Entradote de Ouro

João Pinto, o menino de ouro, pendurou as chuteiras. Aos 36 anos, é o fim da carreira de um jogador que, independentemente do clube de cada um, marcou uma época no futebol português. Eu, como benfiquista, idolatrei-o, naquelas épocas em que João Pinto levava a equipa às costas e era a minha única esperança de algo surpreendente, por entre uma floresta de Kings, Paulos Pereiras, Pringles e Tauments de pacotilha.
Pessoalmente, o João Pinto nunca chegou a ser o meu jogador preferido. No Benfica, o meu grande ídolo de infância era o grande Vítor Paneira e, de certa maneira, o Isaías, o profeta. Fora do Benfica, o meu grande ídolo era o Paulo Futre, o do penteado ridículo e do Porsche amarelo, o jogador que, em forma, foi o mais entusiasmante que alguma vez vi jogar (alguém disse que Futre era o único jogador que conseguia fintar quatro italianos numa cabine telefónica).
Já João Pinto era uma coisa diferente. Para mim, ele era esperança. E, na medida do seu talento que nunca chegou - na minha opinião - perto dum Rui Costa ou dum Figo, sempre fez, por nós, o que pôde.
Aquele 6-3 fez por uma geração de benfiquistas aquilo que, desde os tempos dos Diamantinos, dos Nénés, dos Valdos e dos Carlos Manuéis ninguém conseguiu fazer. Deu-nos a dignidade, e um título que, depois daquele Verão quente, precisávamos mais do que nunca.
Foi injustiçado pela troupe de Gilberto Madaíl, que conseguiu fazer dele o bode expiatório para tudo o que correu mal na Coreia-Japão. Tal como Vítor Baía, claramente o melhor guarda-redes português dos últimos 15 anos, teve um passado brilhante de dedicação às várias selecções, e foi injustiçado, politicamente, pelo escorregadio Madaíl.
João Pinto, o verdadeiro artista. O Menino de Ouro.
Obrigado pela magia.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O Grande Esgalho do Pessegueiro, em Stereo

Estava de férias quando, aparentemente o velho circo desceu à cidade. Leonard Cohen e Lou Reed em Lisboa, nas mesma noite. Não vi outra grande carcassa, o Bob Dylan, mas dizem-me que foi um secador descomunal; apanhei o Neil Young, e redescobri a fé no Rock n' Roll.
Não fui nem ao Cohen nem ao Lou Reed. Dito isto, aqui vai uma opinião de alguém que só os conhece dos discos.
O Cohen é um tipo realmente talentoso, mas praticamente conseguiu arruinar uma carreira à pala dos piores arranjos alguma vez vistos na história da música, superados apenas pelos arranjos dos primeiros albuns do Jorge Palma. E é um chato do caraças. Talentoso, mas muito, muito, chato.
Já o Lou Reed é um arrogante de merda. Também tem talento, mas nem de perto nem de longe o quanto ele acha. Comporta-se como se todo o mundo lhe devesse beijar os pés, apesar de não fazer um album de jeito desde Transformer (já lá vão mais de 30 anitos).
Depois, não faltaram as queixas, de "como é possível estes senhores estarem agendados para a mesma noite?", meu deus!!
Isto, se calhar, é sinal de que a capital da metrópole está a começar a ser um bocadinho menos periférica, ainda que não menos parola.
E, é claro, todos os intelectuais deste calhau à beira do charco bateram grandes píveas com os senhores. Estão no seu direito. Eu, calhau que sou, preferi ver o Estoril- Benfica C. São opções.
Lellada ou Little Bastard, o facho

Estava ausente, de férias, quando o faroeste saiu à rua, algures em Loures. Desde então já ouvi de tudo: a culpa é de uns, de outros, do Governo, da Câmara, de nós, do aquecimento global. Já não tenho é saco para o discurso do politicamente correcto e dos coitadinhos. Lamento.

1 - afinal os outros que não brancos também são racistas. É refrescante sabê-lo.
2 - a polícia serve para apanhar gajos que andam aos tiros. É suposto ser esse o seu trabalho, serem especializados, terem meios, etc. Neste caso, HÁ UM VÍDEO de gajos aos tiros de caçadeira, e nada. Foram ouvidos dois, e saíram em liberdade. Fantástico.
3 - Os ciganos já não querem aquelas casas. Querem outras. Noutro sítio. Presumo que melhores. Também eu. Eu também não gosto dos meus vizinhos, mas foda-se, cometi o erro estúpido de suportar, eu mesmo, a minha casa. Que tanso!
4 - Um dos ciganos, com ar anafado, levou os jornalistas num tour pela sua casa delapidada. Mostrou os espaços vazios de onde lhe roubaram o PLASMA, a PLAYSTATION, o DVD, a OUTRA PLAYSTATION. Não há direito, de facto. O facto de os senhores viverem do rendimento mínimo e terem um património melhor que o meu não parece ter causado qualquer estranheza.
5 - Alguns dos que reclamam uma nova casa nem sequer deviam ter a anterior, que simplesmente ocuparam.
6 - Realojar as famílias ciganas noutro lugar significa duas coisas: dar-lhes uma casa à qual, muitos deles, não têm qualquer direito; e significa a cedência ao racismo. O argumento de que não podem voltar porque os pretos os vão matar até poderia fazer sentido, mas o Estado não pode ir nessa cantiga. Isso seria o Estado demitir-se, mais uma vez, da sua responsabilidade, de assegurar a segurança para todos os cidadãos, de todas as origens. É simples. Tem que ser feito.

Li num lado qualquer uma ideia interessante. Se a pobreza e a exclusão justificam totalmente o recurso ao crime e ao tiroteio na via pública, por que raio não vemos mais gente a fazê-lo? Não faltam pobres e excluídos, cada vez mais, em Portugal. Recuso a ideia lírica da esquerda de pacotilha de que a Sociedade, esse monstro, é culpada de tudo, e tudo deve a quem, na verdade, apenas a pretende parasitar. É altura de, caso a caso, analisar as coisas. O que já não serve é a cantiga de que não há emprego, logo há a desculpa para haver crime. Para pessoas não qualificadas - a esmagadora maioria daquele bairro - não falta emprego, é só andar na rua e ver os anúncios nas montras. Pois, mas isso não paga os plasmas e as playstations, não é?
Deixemo-nos de brincadeiras.

E agora, bring it on...
Serviço cívico

Afinal, ler o Público sempre nos diz coisas interessantes. Na página 13 (curioso número, como diria o outro), surge um anúncio da responsabilidade da Assembleia Municipal de Lisboa, com o seguinte conteúdo: "Convocatória. Leva-se ao conhecimento dos Srs. Deputados Municipais, que a Sessão Extraordinária iniciada no dia 15 de Julho de 2008 prosseguirá no próximo dia 22 de Julho pelas 15 horas, no Fórum Lisboa - Avª de Roma, nº14, com a restante Ordem de Trabalhos. Assembleia Municipal de Lisboa, em 15 de Julho de 2008", e depois assinado por A Presidente, Paula Teixeira da Cruz.
Well, well, well.
Não sei o que gosto mais: se a bizarra utilização de maiúsculas, se a preocupação em referir que a reunião interrompida decorreu em 15 de Julho de 2008 - não fosse pensar-se que tinha mais anos.
A minha dúvida é a seguinte: estes senhores, estes Deputados Municipais, não têm...sei lá...um e-mail? Um telemóvel, um iPhone, até? A Assembleia Municipal não sabe onde eles estão? Serão assim tantos e tão fugidios? E depois há a hipótese, rebuscada, é certo, de os Senhores Deputados, ao menos unzinho, não tenham comprado hoje O Público. Sei que só uma conspiração monstruosa levaria a que tal acontecesse, mas ainda assim é possível. Então os Senhores Deputados faltariam à Reunião? E se o quiosque fechou, o dono de férias, etc? Meu Deus, o Horror!
Este anúncio, que até não é grande, é coisa para ter custado uns euricos, digo eu...
Mas enfim, eles lá saberão o que fazem. Como os impostos municipais e as multas da polícia municipal são baratuxos, tá-se bem.
Gastem à vontade. Prossigam.
O Público

O Público é o meu jornal preferido, basicamente porque é o único empenhado em fazer diferente do que todos os outros estão a fazer. Ainda assim, há diferente e há diferente. Nos últimos tempos, tenho visto vários exemplos de um mau trabalho. Por um lado são as incompreensíveis opções editoriais - vide Ypsélon, ou que raio é, dedicado à oferta cultural no Allgarve (like I give a fuck) - por outro são as gralhas. Textos que começam e não acabam, paginações artísticas que ficam incompreensíveis, etc. E depois há os títulos, aquelas cenas em cima das notícias, que é suposto dizerem alguma coisa às pessoas que compram o matutino. Na edição de hoje (página 4), aquilo que está no sítio do título diz assim: "Caos do minifúndio do mundo rural paralisa a ZIF da Beira Serra". Se alguém perceber What the fuck o senhor André Jegundo (assina a peça) está a falar, levante a mão. Pois, bem me parecia.
Para o senhor Jegundo, auguro um grande futuro na burocracia da função pública. Nas Finanças, por exemplo.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Faíscas

Na noite de domingo, como saberão, arderam dois prédios em plena Avenida da Liberdade. É só a avendida mais cara de Lisboa, em termos de preço do metro quadrado e onde se encontraram as lojas pretensamente mais exclusivas. O prédio onde começou o incêndio estava devoluto, vazio, abandonado, servindo de local de pernoita a alguns agarrados e sem abrigo. Há 4.600 edifícios devolutos em Lisboa, que dariam para a habitação de 25 mil pessoas. Só na avenida da Liberdade, são 65 km quadrados de espaço devoluto. Os bombeiros estiveram bem (foi impressionante vê-los a arriscar a vida empoleirados no edifício em chamas), as autoridades responderam depressa.
Mas o problema está lá, e é uma bomba relógio. Não apenas pelos incêndios, que qualquer dia se poderão tornar um problema pior, mas sim pelo que o centro da cidade (e não apenas o centro) vive, ou não vive. Ninguém lá mora. Há lojas, escritórios e prédios vazios, a cair de podre. Continuamos a expulsar pessoas para a periferia, esvaziando a cidade (parece um museu, só trabalha em horário de expediente), provocando em Lisboa e nos arredores engarrafamentos gigantes, com os custos associados ao nível da poluição, do tempo perdido e do dinheiro gasto em combustíveis por quem acha que fica muito mais barato ir morar para o subúrbio.
A resposta tem sido básica: taxar, a preços exorbitantes, o estacionamento em Lisboa, e a construção de cada vez mais estradas que tragam as pessoas, nos seus carros, para dentro de Lisboa.
A terceira travessia sobre o Tejo, cuja utilidade, de facto, desconheço por completo, vai trazer mais 2.500 carros por dia para a cidade, e isto não parece estranho a ninguém. A resposta é sempre penalizar quem traz o carro, os contribuintes, sacar-lhes mais umas massas. Quanto a resolver o problema, e fazer de Lisboa uma cidade realmente moderna, nem uma ideia.
Foi um só prédio, mas foi mais que isso.
Lisboa está devoluta.
Pormenores

O futebol português está a dar as últimas. O último episódio, que não deixa saudades, teve como protagonistas o Conselho de Justiça da Federação, que envolveu um ditador, um golpe de Estado, intervenção internacional e, quiçá, exílio no exterior.
Parece que o Presidente do CJ pretendia, na reunião que decidiria sobre os recursos de Boavista e Pinto da Costa, impedir um dos membros de votar, por incompatibilidade. O truque era simples, bem esgalhado, e típico dos tempos da Camorra, que tem dominado o futebol português desde os anos 90. Afastado o senhor incompatível (por causa de uma treta irrelevante que ainda ninguém percebeu), o presidente do CJ sabia que a decisão ficaria empatada, 3-3. E ele, como presidente, tem voto de qualidade, ou seja, desempata. E iria desempatar a favor de Boavista e Pinto da Costa, depois de, há vários meses, andar a pressionar os restantes membros do CJ para não chatear os seus amiguinhos. O senhor presidente do CJ, por acaso vereador da CM de Gondomar, presidida por Valentim Loureiro, não achou que ele próprio teria pelo menos uma incompatibilidadezita, nada, estava limpo como um lençol de água. É claro. Importava era afastar quem não cedera às suas pressões. Acontece que os membros do CJ se revoltaram, suspenderam o tipo e, à sua revelia, deliberaram. Confirmaram a condenação de Pinto da Costa e do Boavista. Não foi um episódio dignificante, mas nunca poderia ser, porque este é o último estertor do sistema que, do norte do país, controlou todo o futebol português nas duas últimas décadas.
O Porto já esfregava as mãos de contente. Juntou à pressa o seu processo ao do seu presidente, certo de ter tudo armadilhado com a decisão encomendada do CJ. Saiu-lhe o tiro pela culatra, porque finalmente alguém foi capaz de dizer basta e desmascarar esta cambada de corruptos.
Agora discute-se direito. Vejo nos jornais e na televisão grandes doutores em futebol falar de artigos e de alíneas, procurando nas entrelinhas encontrar qualquer argumento jurídico que reverta a decisão, para depois soar os tambores como mais uma grande vitória de Pinto da Costa.
O que não entendo é como toda a gente escolhe esquecer o conteúdo das escutas que todos nós conhecemos, e que provam sem margem para dúvida os esquemas de Pinto & Valentim. Falam de cabalas contra o Porto, coitadinho, e que o Benfica, esse monstro, está por detrás de tudo. Podem fazer as interpretações que quiserem, o resultado final pode ser qualquer um, nada pode mudar aquilo que toda a gente sabia e que agora, de uma vez, não deixa margem para dúvidas: Porto e Boavista compraram árbitros. E, apesar disso, só se ouvem vozes a defender os meninos, a falar de direito, a chorar pela morte do futebol português. Muitos são os mesmos que, em colunas de opinião ou aos microfones da televisão, faziam lindos discursos pela limpeza e moralização do futebol. Agora, que o sistema que lhes deu de mamar e o azul que lhes corre nas veias está ameaçado, esquecem tudo isso. Falam de alíneas, e de artigos.
Como se isso importasse, no desporto.
Aconteça o que acontecer, está tudo cá fora. Mesmo que se safem com alguma tecnicalidade jeitosa, está tudo cá fora. É uma questão de tempo até se desmoronar por completo. Vivemos demasiado tempo no meio da podridão.

Quanto ao Porto, uma última ironia: em 80% dos títulos conquistados não teriam precisado destes esquemas para nada. Mas a tentação do caciquismo nortenho foi mais forte.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Logo agora que o Governo nos anda a comer à bruta...



...querem acabar com a louça das Caldas?!