terça-feira, 30 de setembro de 2008

A medida certa nos anos certos

Já quase tudo foi dito acerca do que alguma imprensa anda alegremente a chamar de Lisboagate. Na prática, e desde os tempos do Kus Abecassis, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) tem arrendado, a rendas de amigo, casas a...amigos. Lá está, tudo certo.
Entre os destinatários temos o escritor/jornalista/moralista de esquerda Baptista Bastos, que sofreu uma machadada final na sua credibilidade. É por estas e por outras que eu não me armo em coerente: é lixado quando somos apanhados, depois de anos e anos a cagar sentenças e a fazer-nos passar por críticos implacáveis do sistema e dos compadrios. Mas o problema não é o Baptista Bastos. Nem sequer dos motoristas, dos jardineiros, dos contínuos. O problema são pessoas como a actual vereadora da Habitação da CML, uma tal de Ana Sara Brito, que paga há 20 anos uma renda de 146 euros à Câmara, mas que usufrui de uma reforma de 3.350 euros (mais, presumo eu, o ordenado de vereadora). E o problema é que também os motoristas, os jardineiros, os contínuos, só recebem as casas a renda de amigo se conduzirem os carros dos vereadores, se podarem os arbustos das casas dos políticos de alguns partidos, se tratarem das criancinhas do presidente da Câmara. Recebem pela cunha, ponto final.
O pior são as dezenas (centenas?) de milhares de portugueses que não conseguem viver em Lisboa por causa dos preços das casas, porque não têm rendas de amigo, e são forçados a viver numa merda de um subúrbio qualquer, um aterro sanitário de gente. E todos os dias perder 3 horas nas deslocações, perdendo tempo em que podiam estar com as suas famílias, ou a fazer algo de que gostam e que as impediria, talvez, de se tornarem maníaco-depressivos e engrossarem a merda deste exército decadente de classe média baixa que janta em frente à TVI. Just maybe.
E não vale a pena falarmos de partidos. Isto não é acerca do PS ou do PSD. São todos, ou quase todos, a comer à pala. Várias secções locais de PS, PSD e PCP pagam rendas ainda mais irrisórias, de entre 4,55 e 75 euros. Porquê? Porque todos comem do mesmo prato.
O próprio António Costa, que vem agora armar-se em paladino da seriedade e dar conferências de imprensa a dizer que vai acabar com o regabofe, não convence. Porque não resolveu quando soube do caso; resolveu quando os jornais souberam do caso. Já a senhora Ana Sara Brito diz que não se demite enquanto mantiver a confiança política de Costa, que a mantém. Quem devia ser demitido foi quem sempre controlou o esquema, quem deu as casinhas, quem deu o jeitinho e fechou os olhos a todos os outros que realmente precisavam, deixando (não) funcionar um mercado caduco e controlado, pelo sacrossanto respeito pela propriedade privada dos especuladores. Demitir-se-iam todos nem que fosse pela vergonha na cara, mas não a têm.
Mas, de facto, só pode pedir demissões seja de quem for quem acreditar que isso realmente resolve alguma coisa. Quem ainda tem esperança de que algo mude. Quem acredite que estes partidos são algo mais que associações de malfeitores e de troca de favores mais ou menos óbvios. Não é o meu caso.
Mas isto sou eu a ser mauzinho.
Tendo em atenção o vasto património da CML, numa cidade vazia e a cair de podre, faz todo o sentido disponibilizar as centenas de casas da Câmara para arrendar a preços controlados.
Retiro aqui todas as críticas feitas nos últimos anos de que ninguém na CML fazia alguma coisa para inverter a sangria de Lisboa e repovoar a cidade.

PS: Lisboagate é provavelmente o nome mais 'moron' que alguém podia dar a isto. Quanto tempo demorou a inventar este nome fabuloso, 0,3 milésimos de segundo? E que tal Casasgate? É como a merda do Solitário. Basta um gajo assaltar seja o que for sozinho e pronto, lá está mais um Solitário. Já li nos jornais acerca do Solitário das gasolineiras, do Solitário das farmácias, enfim, idiotices de todos os tipos desta classe sanguessuguesca de jornalistas sequiosos do 'sounbyte' ou da 'catchphrase', mas sem o mínimo talento para o fazer.
Muito sinceramente, nesta área de dar nomes a coisas, os jornalistas deviam ter uns cursos com os tipos das operações da PJ. Furacão, Apito Dourado ou Noite Branca sempre dão um ar romântico - ainda que ridículo - à coisa.

domingo, 28 de setembro de 2008

R.I.P.


Paul Newman pertenceu à lista de inimigos do Nixon, um feito classificado por ele como "a maior distinção que alguma vez recebi".

Só por isso Paul, mesmo em espírito, tens bar aberto sempre que quiseres aqui no estaminé, que conseguir uma bebida decente aí do outro lado não deve ser fácil.

Quando vires o Steve McQueen manda-lhe um abraço, pá!

domingo, 21 de setembro de 2008

Magazine Jacking

Meus amigos, fui roubado. Fui roubado por uma coisa que tem aparência de revista, tem letras e fotografias, uma capa e tal, mas que é um monte de bosta que dá pelo nome de "Magazine Grande Informação", ou MGI para os amigos ou os preguiçosos como eu.
Estava eu descansadinho na bomba de gasolina, para comprar cigarros, e decidi, feito estúpido, dar uma vista de olhos às publicações disponíveis para os automobilistas sequiosos de informação. Big, big mistake.
Lá apanhei a "Courrier Internacional", que continua uma bela revista, e depois deixei-me tentar pela tal da MGI. Eu devia ter percebido o cheiro nauseabundo que ela exalava, mas pensei que tal viesse do "Jogo", que estava ali ao lado. Na capa da MGI, um trabalho acerca do "Fim do Petróelo", com um grafismo sério, dando um ar de alguma credibilidade à coisa, e um tema interessante. E pronto, tomada a decisão, lá voaram 3 heróis para comprar aquela merda.
Enfim, chegado a casa, meto-lhe as mãos, e ainda agora não lhes consigo tirar o fedor.
Logo a abrir, o editorial de um tal de Otto Czernin, nome de uma estranha mistura entre o alemão e o israelita. Depois leio o que o tipo diz e, após umas quantas banalidades acerca de energia (há que disfarçar, sempre é o tema de capa), vem uma lengalenga acerca do Papa e das 4 heresias dos nossos tempos, que passo agora a resumir: 1- a excessiva humanização da figura de Cristo, retirando-lhe o carácter divino; 2 - "A Igreja é a face visível do amor infinito, mas nem sempre correspondido, de Deus pelos homens"; 3 - "Confundimos Fé com fezada" (lol...); 4 - a Bíblia não é um bibelot, é a fonte de toda a força e sabedoria.

Logo a seguir, para não deixar esfriar a coisa, uma página de opinião de quem?, de quem?, do nosso Dom Duarte de Bragança, o rei wanabe! Não sei do que fala, não me peçam esse sacrifício. Depois vem uma entrevista de oito (8) páginas com o padre António Vaz Pinto, e opinião de uma tal de Alexandra Tété (nome verídico), presidente de uma coisa chamada Associação Mulheres em Acção.
Seguem-se muitas coisas do estilo (creio que deve haver uma secção de bordados, para as senhoras, e de caça à lebre, para os senhores, mas não consegui investigar isso a fundo) e eis-nos chegados ao final, onde vem uma declaração de intenções (ainda é preciso?!), o estatuto editorial da publicação.
Vou transcrever apenas uma parte, mas alerto para os perigos que estas linhas podem ter para os mais sensíveis e para quem tenha acabado de comer.
Aí vai.

"Os temas desenvolvidos deverão estar de acordo com a filosofia editorial, que defende um país optimista, orgulhoso do seu passado e confiante no seu futuro, uma velha nação da Europa que nasceu no Minho e só parou em Timor, e que pretende dar o seu contributo para a construção de uma Europa cristã, fraterna e competitiva".

Como uma coisa destas se aguenta à tona de água é um mistério para mim. A única explicação é ser financiada por uns quantos fachos endinheirados e pela guita que consegue sacar a idiotas como eu, que se deixam levar pela capa e pela ideia de que podem aprender qualquer coisita com uma colónia de varejeiras como aquela.
Como é óbvio, não pode durar.

Boa falência, MGI!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Uma questão de quota

O PS fez-se de forte, fingiu-se de esquerda, e fez finca-pé na lei do divórcio. Manobrando à volta das reservas de Cavaco "Salazar" Silva, fez aprovar a lei, que facilita os divórcios, e bem.
No entanto, para dia 10 está marcada a discussão de outra proposta interessante: a possibilidade de haver um casamento gay, promovida pelo Bloco de Esquerda e pelos Verdes (sim, também são um grupo parlamentar).
Um ponto prévio: não percebo esta cena do casamento homossexual. Alguém que é tão livre para escolher uma opção sexual diferente da da maioria, ou alguém que é forte o suficiente para assumir essa opção num país ainda tão retrógado como Portugal, por que carga de água quererá seguir a tradiçãozinha fatela de casar? E não me venham com o 'bullshit' dos benefícios fiscais, ou o raio, isso é apenas burocrata. Será que dentro de cada gay vive uma sopeirinha casadoira? Meditemos nisso.
Mas enfim, eu acho, obviamente, que devia ser legalizado, só não percebo por que razão alguém quereria exercer esse direito, mas isto tem mais a ver com o meu desprezo pela instituição do casamento.
O que é interessante é que o PS já veio dizer que nisto já não é tão de esquerda assim. Mais, vai votar contra as propostas e vai impor disciplina de voto, algo que quebra a tradição em matérias de consciência, como a que está em causa. E qual é a justificação? Está contra? Não gosta de bichas? Quer lixar o Portas? Não.
Um dos vice-presidentes da bancada socialista, Mota Andrade, explicou a coisa muito bem explicada, em declarações ao DN: "Essa proposta não está no nosso programa." Acrescentando: "Já cumprimos todos os nossos compromissos nas chamadas propostas fracturantes. Não vejo que haja espaço para dar um novo espaço à frente."
Well, well, well.
Ora aí está. Não interessa se é contra ou a favor. Não diz sequer se é contra ou a favor. Não está no programa, pronto. O aumento dos impostos também não estava, lá está, mas isso agora não interessa nada. O PS já cumpriu "todos os nossos compromissos nas chamadas propostas fracurantes". Ou seja, já cumpriu a quota. No próximo ano há eleições, e não vale a pena estar agora a dar à direita um cavalho de batalha ideológico e arriscar chatear 70% das pessoas acima do Mondego.
A isto se chama politiquice pura e dura.
Os princípios? Só se estiverem no programa...
Um gráfico interessante
Há duas coisas que ganham eleições, a segurança e a economia. Quanto a esta última, nos EUA, não há nada mais sensível do que a mexida nos impostos. Depois das benesses que George W. Bush espalhou sobre os super-ricos dos EUA, à custa dos outros, aqui segue uma imagem que ilustra as propostas de Obama e McCain nesta matéria. As barras horizontais para a esquerda mostram cortes fiscais, para a direita aumentos. A escala vertical são as categorias de rendimentos, com os super-ricos em cima.





PS: creio que é a primeira vez que um gráfico surge representado neste tasco. Perdoem-me por elevar o nível. Não voltará a acontecer. E nada de powerpoints, prometo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

É por estas e por outras

O Estado vai ter de indemnizar Pinto da Costa por "detenção ilegal", aquando do caso Apito Dourado. Não quero entrar pela clubite, e tenho a convicção de que a decisão do tribunal é juridicamente correcta e inatacável. Mas não consigo deixar de me lembrar que esse senhor foi avisado por alguém das autoridades, tribunal ou polícia, e fugiu para a Galiza só voltando quando estava preparado para ser ouvido. O mesmo senhor que chegou ao tribunal com uma escolta de SuperDragões, que passaram pela polícia como se fossem agentes encartados, pela mesma polícia que impedia os transeuntes de passar pelo cordão de segurança.
Juridicamente tudo isto é possível, e pode até ser correcto.
Mas que não faz nada pela credibilidade da justiça portuguesa, isso parece-me inegável.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eles & Nós

O meu amigo Ricardo é um gajo engraçado. Conhecemo-nos há mais de quinze anos, fomos colegas de turma, íamos andando à porrada dentro da sala de aulas, depois descobrimos que ambos gostávamos de Xutos e ficámos amigos. É um tipo engraçado e um leitor assíduo deste blog (dos poucos que nos restam) e é também o gajo que faz de emplastro nos meus posts, basta eu escrever para ele vir comentar e dizer que não tenho razão nenhuma. O que é óptimo. Porque ele pensa nas coisas. Porque ele pensa, e isso é raro.
Há quinze anos atrás, estávamos exactamente no mesmo sítio, eu e ele. Politicamente de esquerda, ingénuos, curiosos pela vida, um pouco medrosos, também. Foi ele o primeiro a achar que havia algo de literário em mim, no que eu dizia, no que eu pensava. Talvez estivesse enganado, mas a verdade é que me deixei convencer, e escrever é hoje em dia tamanha parte da minha vida que, de uma forma ou de outra, lhe devo, à sua fé ou ao seu mau julgamento, uma parte importante do que sou.
É raro falarmos. Ele diz que vai sabendo de mim pelo que escrevo aqui, e talvez o que escrevo aqui revele mais do que eu pensava.
Há 15 anos estávamos em perfeita sintonia. Passávamos horas na casa dele, a jogar computador (Offroad e Double Dragon), ou às voltas com o Trivial (o cabrão é bom a ciências, o verde). Lanchávamos (ele metia um tabuleiro por baixo quando comia bolachas, já aprendeste a comer bolachas sem te babares, meu cabrão?!) e a mãe dele fazia cara feia quando eu ficava lá horas, porque ele tinha que estudar. Ouvíamos música, que ele apanhava do irmão mais velho, e foi ele que me mostrou os Doors, a Janis, o Jimi Hendrix, os Pixies, os Nirvana e muitas outras bandas que foram a banda sonora da minha adolescência e que ficaram, para o bem e para o mal, na minha vida.
Há 15 anos atrás estávamos no mesmo sítio.
Agora ele está casado, tem dois filhos, amaciou e é feliz.
Eu não tenho filhos, sou feliz à minha maneira, mas tenho cada vez mais esta puta desta inquietação que vai resvalando para o cinismo e para a crítica desequilibrada.
Tínhamos um colega de turma, um puto cheio de papel, que tocava piano e vivia numa vivenda gigante ao pé de onde veio a passar a autoestrada e onde nós fazíamos as festinhas da turma. Onde vivi uma das noites mais felizes da minha então tenra vida, quando, no final da festa, beijei finalmente a rapariga de quem gostava, e vim a pé para casa (5 kms a meio da noite e eu era uma criança, seria impensável hoje em dia), como se pisasse nuvens. E o dono da casa, que falava baixinho e tocava piano, não era mau rapaz, mas eu nunca consegui confiar nele. Sempre tive, e continuo a ter, preconceito de classe. Não confio em gajos de monograma na camisa, políticos, empresários, patrões, ricos em geral.
Há um nós e há um eles. Havia então e continua a haver. Hoje em dia algumas coisas estão diluídas na minha cabeça, já não é uma questão de dinheiro, apenas. Há os filhos da puta e há os outros, e podem ser ricos ou pobres, mas eu na altura não sabia. Há os que querem liderar, os que querem enriquecer, os que querem "progredir". E pior que tudo, há os que querem fazer os outros "progredir", evangélicos do Portugal modernaço do Sócrates, do Durão, do GPS e do computador Magalhães. Todos com algo a ganhar, e a perder.
E penso que, 15 anos depois, já não estou no mesmo sítio. Cada vez menos esperançoso, cada vez menos lírico, cada vez mais cínico e desencantado e cada vez mais farto de poses e filhos da puta.
E percebo que, apesar da distância percorrida, levado apenas pela vida, estou muito longe de onde estava há 15 anos e de onde o meu amigo Ricardo ainda está, rodeado das suas teses e boas intenções.
Mas percebo também que, no dia em que isto rebentar, é ainda e espero que será sempre ao lado dele que estarei, contra os outros, contra eles. Porque os valores estão lá, o desejo está lá, o coração está lá, ainda e apesar de tudo.
Talvez eu seja cada vez menos um dos "nós"; mas sei que nunca, nunca na vida serei um "deles".
Ainda há esperança

O Cigano voltou. Enquanto o Quaresma voava para Milão para encantar os papalvos dos italianos com a sua trivela (que qualquer puto de cinco anos faz a jogar à bola na praia), o outro, o verdadeiro Cigano Mágico voltava ao convívio de nós, simples mortais.
Está aqui, continua bom, e até tem um link todo catita para este tasco infecto.
Fazias falta, e se não fosses tripeiro até perdia a cabeça e te mandava um abraço.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Bate Leve, Levemente,
Será Santana?
Será Gente?
Portas não o é certamente,
que Portas não...

"Em praia de Albufeira
Um político masturbador

Um conhecido politico da nossa Praça e forte apreciador de corpos bronzeados não perde uma oportunidade de dar uma olhadela pelas inúmeras beldades deitadas no areal da nossa “Copacabana”. Passeia-se pela praia, escolhe a “presa”, estende a toalha, deita-se ao lado, a poucos metros, abre o jornal e ao mesmo tempo deita um olhar erótico à beldade, Após a leitura pousa o matutino encima da barriga, mete a mão dentro do calção de banho e começa a apertar o pescoço ao “macaquinho”, As beldades deitadas ao lado apercebem-se que o jornal começa a subir e a descer e que ali existe um acto masturbador camuflado. Mesmo uma tara sexual. Algumas senhoras incomodadas com a situação já têm apresentado queixa na Delegação Marítima contra este apreciador da beleza feminina. Os nadadores-salvadores também já conhecedores deste ritual vão estar de olho nele já na presente época balnear. No meio deste quadro marítimo-erótico as beldades inglesas que se cuidem porque o macho latino anda à solta.

Vasco Barreto - Albufeira"

(in a Avezinha, jornal algarvio - Secção: Correio)

Obrigado Camarada Vasco!!!

domingo, 7 de setembro de 2008

Justiça

Tenho acompanhado razoavelmente a campanha para a presidência norte-americana. Obama continua o seu caminho, adorado na Europa e dividindo ao meio os americanos.
Na convenção republicana, McCain apresentou a sua vice-presidente. É Sarah Palin, que veio trazer à campanha republicana o elemento que faltava num discurso "Deus-Pátria-Família" que está já a ter sucesso nas sondagems (2% de diferença, favorável a Obama, quando era de 8% há pouco mais de uma semana).
Todos os ataques a Obama dizem mais dos republicanos do que do candidato republicano. Odeiam Obama porque fala bem (é um falso bem falante), porque fala em retirada do Iraque e não em vitória no Iraque (é um pussy que odeia os soldados e ama os talibans), porque é amado na Europa (e como tal, não pode ser um bom americano).
Quando este ponto foi falado na convenção, McCain quase cuspiu a palavra "Europa", com um desprezo que mostra bem a sua mentalidade. Todo aquele show de God Bless America é do mais transparente que existe. Mostra como essa gente é perigosa para todo o mundo e para os EUA.
Estou convencido de que um povo que vota duas vezes em George W. Bush, depois de tudo, é um povo que não vai eleger um negro e vai dar a vitória a um Texas Ranger alucinado e acabado.
De qualquer forma, e mais do que nunca, os americanos vão ter o que merecem.
She's back! Is she, really?!....

Depois de uma hibernação de 37 anos, Manuela Ferreira Leite falou. Saiu da gruta, desceu do alto da sua montanha, e veio espalhar a verdade a todos nós, pobres camponeses à procura de luz e caminho.
O que ela disse? Bem, eu ouvi o discurso, mas foi de tal forma oco e vazio de conteúdo que já não me lembro muito bem. Perdoem-me, mas a sapiência da senhora não pode ser transmitida por intermediários.
Nenuma ideia nova, nenhuma que a distinga do PS.
Fez uma crítica interessante, à mediatização da política e à máquina comunicacional do PS. Neste último ponto, tem toda a razão. O PS é o Governo que mais investiu nesta máquina, no controlo das notícias, na pressão encapotada sobre os jornalistas, no 'timing' ao segundo da altura em que se revelam novidades (no preciso momento em que o Executivo está sob pressão devido a qualquer notícia que lhe é desfavorável).
Diz a nossa dama de ferro que falará quando for importante, e não quando qualquer soundbyte faça correr os jornalistas para a sua porta. Tem toda a razão. No entanto, pela gestão que tem feito dos momentos em que considera importante falar, mostra que não tem um filtro minimamente competente para tomar esta decisão.
O problema de Manuela Ferreira Leite é outro. Acha-se demasiado boa, demasiado superior, para estar na política à portuguesa. Faz as coisas com enfado, a contragosto. Eu até a percebo, embora não a ache metade do que ela se acha.
Ela esquece-se é que estamos em Portugal. É esta a política que temos, e ela não tem hipótese de ganhar, nem sequer de perder graciosamente, se se recusar a ver a realidade. Ainda por cima, como líder de um partido sem ideologia, a intervenção mediática ganha o dobro da importância. Já que não há nada para dizer, é importante dizer esse nada muitas vezes (veja-se o que faz o PS).

Sócrates está confortável. A sua maioria absoluta depende apenas dos votos que a esquerda lhe poderá retirar.
Verão Azul

Há quem pense que, devido às férias parlamentares e ao êxodo para o Allgarve de todos os políticos nacionais, a política faz-se de Setembro a Junho. Eu não concordo. Aliás, apesar do alívio que é não levarmos com a verborreia parlamentar durante alguns mesitos, é nos meses de Verão que podemos identificar os elos perdidos no ADN dos diferentes partidos.
Os partidodo eixo do poder, ou seja, de direita nas suas várias formas (CDS, PSD e PS) fazem as universidades de Verão. Mais do que doutrina ou ideologia, que não têm, aquilo serve sobretudo para os iupis ambiciosos das Jotas poderem estar, cara a cara, com os gajos que lhes vão arranjar emprego em pouco tempo. Mostram-se, trocam a praia por uns escritórios abafados, e procuram impressionar os Ângelos Correias deste mundo.
Na esquerda, é diferente. O PC tem a festa do Avante, uma belíssima tradição à qual já compareci algumas vezes. Entre bons comes e bebes, iniciativas culturais e bons concertos, e alguma política (nunca assisti ao discurso). É claro que é preciso uma grande dose de tolerância para aturar os freaks dos cães, a malta vestida de sarapilheira e o geral tom de ingenuidade e parvoíce política que perpassa o Estado. Mas, na verdade, as intenções até são boas e louváveis e concordo com a esmagadora maioria delas. É uma questão de forma, de tom, de registo. É bastante irritante, mas há que desligar o complicómetro à entrada.
O Bloco é o mais divertido. Como bons esquerdalhos que são, fazem um acampamento de Verão. Este ano, a coisa ficou ainda mais estranha que o habitual. Aqui vem um resumo fantástico do que por lá se passou, mas deixo-vos aqui um trecho:

Em cada manhã, os diferentes workshops culturais foram acontecendo: percussão, artes murais, teatro do oprimido, andas e animação de rua, construção de vacas magras, massagens, raggajam. Estes foram espaços de descontracção, de desmecanização do corpo mas também das ideias. No último dia, à noite, foram apresentados os resultados de algumas das oficinas, com um espectáculo de djambés e harmónica, com uma exposição de stencil e uma sessão de teatro-fórum sobre violência doméstica.

Os activistas das Panteras Rosas tiveram ainda um papel crucial na dinamização do Espaço Sexualidades, durante o tempo livre, em que diversos workshops e debates tiveram lugar, desde brinquedos sexuais à transexualidade.


Pois.
O Bloco situa-se, no nosso espectro político, na área que, em teoria, mais facilmente deveria cativar o meu voto. Mas a minha baixa tolerância à idiotice levou-me a não votar no BE nos últimos anos. E a coisa parece estar a ficar pior.

Quanto ao PCTP, fizeram um campo de treino semelhante aos do Hamas, com prática de armas de fogo, tiro ao fascista e lições de carpintaria e metalurgia.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Deslavado.net



O Alvim a viver 7 dias sem tecnologia??? SO WHAT?

Eu gostava era de ver o Alvim a viver 7 dias com shampoo... isso sim!!!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Elementar, meu caro Watson

Francês suspeito de mater líder de "Os Mosqueteiros".

Richelieu volta a atacar.