sábado, 31 de maio de 2008

EU NÃO VOU

E pronto, tá tudo histérico com o Rock in Rio.
E, ao contrário do que diz o slogan da coisa, eu cá não vou.
Olhando para o cartaz, que se espalha por uma meia dúzia de dias, até há coisas que não me importaria nada de ver - Amy Winehouse (vi na televisão e parti-me a rir com a moca da senhora), Kaiser Chiefs, 2manydjs, Metalica ou Xutos - mas está tudo cuidadosamente empacotado entre camadas e camadas de merda cheia de moscas - Rod Stewart, Ivete Sangalo, Alejandro Sanz, Tokios hoteis e morangadas.
O Rock in Rio não é um festival, é a Disneylândia. É o Noddy on Ice mas sem gelo. É uma matiné numa discoteca para cotas. É uma merda, francamente.
Tal como os U2 são a banda preferida de toda a gente que não gosta de música, o Rock in Rio é o festival de quem não gosta de concertos.
Concerto é uma coisa simples: música e cerveja, e que se possa fumar à vontade (sim, o histórico Coliseu também merece toda a crítica aqui, qualquer dia um tipo tem de se benzer à entrada e não pode entrar de ténis). Festival em que um gajo não se arrisque a levar com um copo de cerveja na mona não me interessa.

PS - E já agora, por que carga de água é que, com o Rock in Rio, há metro até às três da manhã e não sei quantas ruas cortadas para facilitar as deslocações? E os outros festivais, não merecem?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ambiente

Estas coisas são por modas. Primeiro vieram as famílias, as mães trabalhadoras. Depois todos os trabalhadores, que deviam ter um ginásio dentro das empresas. Depois as empresas gay-friendlies, modernaças. Com creche. Cafetaria a preços reduzidos. Horários normais para que as pessoas possam desfrutar da vida pessoal. Massagens gratuitas feitas por gajas boas.
Eu não acredito nisto. Vocês, empresas? Como puderam chegar aqui? Vocês não se preocupam com as pessoas, not really?! Ou, se se preocupam, têm um emprego para mim?
Enfim.
Vem isto a propósito da moda dos últimos anos. É o ambiente. A natureza. A preservação. Os ursos e os castores. E as árvores, sobretudo as árvores. As empresas passaram a incluir aquelas coisas muito importantes nos mails, aquele "não imprima este mail se não tiver mesmo de o fazer". Metem-me nojo.
E agora sim, vem isto a propósito da redução do gasto de papel. As companhias aéreas acabam de abolir "o bilhete em papel", em benefício do "bilhete electrónico". Dizem eles que, para além de pouparem no custo (e não me parece que baixem o preço das viagens, mesmo que admitam que estão a ter menos custos) estão a poupar o ambiente! Tão queridos!
Pois.
Mas esquecem-se que esse tal de bilhete electrónico é assim um nome finex/simplex para não dizer nada. É que a malta continua a ter de usar um papel com coisas lá escritas, só que imprimimos em casa. E acho que o papel de casa também vem das árvores.
E depois há os xicos-espertos saloios.
É o caso do metropolitano de Lisboa. Inventaram recentemente uma coisa muito à frente, que é um cartão (a sério, é um cartão mesmo feito, literalmente, de cartão), que é recarregável, e não exige bilhete. Sobre isto, algumas coisas: a) quando a malta se esquece de levar o tal do cartão (comigo são 50% das vezes), uma viagem só de ida custa 1,25 euros, face aos 75 cêntimos anteriores; b) as máquinas de leitura são uma merda tão grande que, por várias vezes, me foi exigido, para sair da estação, o comprovativo do carregamento do cartão.
E, acertaram, esse comprovativo é um papel, que é legalmente obrigatório o passageiro levar consigo sempre que faz uma viagem. Ou seja, acabaram os bilhetes em papel, mas não o papel. É só um bocadito mais xunga e o novo sistema sempre ajuda a sacar mais uns cobres aos ricaços que andam de transportes públicos.
Quando uma empresa se arma em ecológica e tenta ser o Bono ou o Sting, a coisa dá para o torto. Alías, basta ver os últimos cinco albuns destes meros exemplos para perceberem o que quero dizer
.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Li o "Rio das Flores"...e não desgostei!

Ah, poisé, bébé.
Fui de férias e, depois de acabar o stock de livros "bons" que tinha levado, eu cedi. Peguei no calhamaço e, deus me perdoe, comecei a ler.
E Miguel Sousa Tavares é esperto, tenho de reconhecer isso.
É, basicamente, o que os gajos chatos chamam de romance histórico. Há uma história "micro", por assim dizer, uma família alentejana ao longo de várias gerações; e depois há a história "macro", das mudanças da Europa e do Brasil na primeira metade do século XX. A habilidade do Sousa Tavares está em entrelaçar ambas as narrativas, prendendo a atenção do leitor com os dramas, os amores e desamores das personagens enquanto as faz cruzar os acontecimentos mais significativos da história daquela altura. Eu sei, é um bocado estranho um agricultor de Estremoz ter vivido, de viva presença, a guerra civil espanhola, a ascensão de Hitler, a França dividida e a ditadura nascente no Brasil, para além de, é claro, Salazar e o Estado Novo. Mas, em algo de tão inverosímil, o autor até se safa bastante bem. A parte histórica, bastante pesquisada e mostrada de forma sucinta e interessante, é muito bem conseguida. Aprendi bastante, e esse é, de longe, o grande trunfo do livro, dar informação, simples e bem explicada, sobre factos históricos, muitos deles pouco conhecidos dos leitores, como eu.
Depois vem o problema, com a história "micro". É tudo básico, linear mas a armar ao complexo, unidimensional a fingir-se de profundo. E depois, acima de tudo, há o estilo da escrita. Sem chama, sem estilo, sem garra, sem personalidade. O seu estilo de romance está algures entre o classicismo chato e insosso de Júlio Dinis e os belos livros da Condessa de Ségur, destinados à dona de casa e aos pré-adolescentes bem comportados. Mas essa é, presumo, a ideia. Complicar, dar estofo e dimensão à escrita, requer talento literário e, além disso, arrisca alienar os leitores mais "simples", digamos assim. E assim lá se ia o campeão de vendas.
De qualquer das formas, não dei o meu tempo por perdido. Aprendi bastante e deu para perceber que, com uma boa dose de verve ou talento literário, Miguel Sousa Tavares poderia ter conseguido escrever um livro realmente bom. Assim, limitou-se a escrever um livro interessante, e acessível.
Não acredito que escritores "light" roubem leitores a escritores a sério, como os Lobo Antunes ou os Gonçalos Tavares deste mundo. Limitam-se a ir buscar leitores que não o eram, que não têm hábitos nem critério. Desta forma, prestam um serviço muito importante à cultura portuguesa, acrescentam leitores. E talvez quem leia uma Margarida Rebelo Pinto não vá a seguir comprar um Truman Capote, mas isso talvez aconteça com escritores como Sousa Tavares. Não é tarefa pequena, ou insignificante.

"Equador", o romance anterior de Miguel Sousa Tavares, vendeu mais de 300 mil cópias. "Rio das Flores", o último, teve uma primeira edição de 100 mil exemplares.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sim, já sei, vai para o Sporting e pela selacção não acerta um passe para a frente. Mas se eu mandasse na taberna do Benfica, entregava já a camisola 10 ao 4 da fotografia. Já.



Contrato de cinco anos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Frase da jornada

"O futebol tem muitas peripécias!"
Fernando Chalana, aka O Pequeno Genial