terça-feira, 27 de março de 2007

Always Look At The Bright Side

Não partilho da celeuma à volta da eleição do Grande Português. Advogou-se que Portugal era um povo de gente pequenina, inculta e ileterada, quando eu penso precisamente o contrário. Mais de 30 anos passados sobre o 25 de Abril, temos alguns sinais de crescimento intelectual. Por exemplo: Salazar ganhou a sua primeira eleição democrática.
Odete, essa...

Essa parte da Odete está mal contada. Realmente ela babou-se, mas não foi um dente, acho que foi um bocado de cuspo, tipo daquele nojento que o Cavaco cria no cantinho da boca e foi logo na primeira intervenção.

Não consigo perceber a escolha dela para fazer de "advogada" do Cunhal, a meu ver acabou por não ajudar em nada a votação no grande timoneiro português. É muito facciosismo junto, era como se tivessem metido o Hermano José Saraiva a advogar o "Baltazar". Infelizmente, a mulher é cada vez mais uma anedota de si própria!

Houve 214.972 chamadas recebidas sendo que só 159.245 votos foram validados, segundo o site da RTP que justifica:
" A diferença entre os votos válidos e as chamadas recebidas é resultado, da alteração do sentido de voto e, da aplicação do regulamento do programa, isto é, considerar apenas um voto por cada número de telefone."
Isto quer dizer que dos 159.245 votos, 63.698 são os 41% do Salazar. Epá, ainda é muita alminha parva e olhem que o 25 de Abril foi feito com três gatos pingados. E se deste 63.698, 41% forem das forças armadas até tinha a sua piada, mínima, mas tinha...

Ainda ontem o telejornal noticiou a crescente tentativa de infiltração de movimentos de extrema direita nas associações de estudantes. Não acredito numa volta do fascismo mas a memória é curta, a insatisfação cresce e estas bestas até podem causar alguns problemas.
Scolari, esse pequeno tuga

Sim, demos uma ganda coça aos belgas. Sim, jogámos comócaraças, os putos são muita bons, etc.
Sabemos tudo isso.
E o que disse o Scolari? "A jogar assim, estaremos no Europeu".
Como quem diz, se comeres a sopa toda levo-te ao Jardim Zoológico do domingo.
Já antes, Scolari, esse grande estatega do esférico, se havia recusado a dizer que Portugal era favorito contra a Bélgica.
É preciso dizer uma coisa: a Bélgica é uma merda. Sempre foi, sempre será, e nós agora somos melhores do que nunca. Ganhar à Bélgica é o mínimo, aliás, é mais fácil do que o Scolari aprender o hino.
Temos uma grande equipa? Claramente.
Temos a melhor equipa do mundo? Podemos lá chegar.
Temos hipótese de ser campeões da europa, do mundo, ou cá do bairro? Muito dificilmente.
Porque o Scolari é treinadorzinho de equipa pequena. É o chorão que finge sempre que ganhar ao Lichenstein é uma tarefa colossal, porque não sabe transformar os melhores jogadores do mundo numa equipa com a ambição de ser a melhor do mundo.
É por isso que chegamos aos torneios e começamos logo a dizer que um empatezito no primeiro jogo não seria mau. É por isso que vamos jogar com a França ou com a Alemanha e entramos a perder, apesar de sermos melhores.
Apesar de toda a qualidade, não chegaremos lá. Porque Scolari continua a pensar que Portugal é um país em que as mulheres têm todas bigode e os homens são todos padeiros. Que adoram Roberto Leal e vão todos à missa. Que continuam a pedir desculpa por existir e que só sabem agir assim, pequeninos, encolhidinhos, pedindo desculpa por existir.
Scolari, tu és um pequeno tuga. E assim é mais difícil.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Salazar, esse grande tuga

Ah poisé!
E não é que o velhadas lá ganhou aquilo?
Fónix, mén!
Não há que atribuir demasiada importância ao caso, afinal é apenas um programa de televisão, um actor dos morangos com açúcar esteve entre os 100 mais, ninguém se deu ao trabalho de votar naquilo, etc e tal.
As reacções exageradas só fazem pior, porque dão importância aos parolitos que gastaram o ordenado em sms, tipo PNR's e outros que tais. Sobretudo, há que evitar arrancar cabelos por causa de uma votação nada representativa. (Já agora, contaram-me que a Odete ficou tão furiosa com o resultado que acabou por "babar um dente" e ficar com ele no lábio enquanto gritava. Alguém viu isto ou é só um mito urbano?).
Com todas estas cautelas, há algumas coisas que podemos tirar desta votação.
1 - O tuga é pequenino.
Somos pequeninos, pronto. Queremos um paizinho, porque o paizinho não faz mal a todos, só aos que fazem maldades. E aos comunistas, prontos. Não é grave.
2 - O resultado diz mais da sociedade e dos políticos que nos regem do que dos portugueses ou do Salazar. Porque acredito que parte dos votos não vieram do PNR & companhia, mas sim de tugas parolos normais, do Zé e da Maria, que decidiram agora fazer o seu voto de protesto, porque não aparecer às eleições já perdeu a piada.
Voto de protesto por verem a sucessão de políticos e tudo ficar na mesma ou pior, e eles a encherem-se. Metem-lhe à frente o conto de fadas (de terror, mais realmente) do velhinho que amava muito a pátria e até morreu pobre, e pronto, tá feito.
Não chega a ser triste. É só parvo.

O meu voto?
Claramente Fernando Pessoa.
O Verdes Portugueses

Confesso-me um bocado decepcionado com o resultado de Os Grandes Portugueses. Aristides Sousa Mendes merecia o primeiro lugar, porque era um homem à frente do seu tempo. Foi um dos primeiros portugueses com preocupações em cumprir o Tratado de Quioto que, à altura, nem sequer tinha sido redigido. Lembremo-nos que este homem, sozinho, poupou a emissão de 30 mil judeus para a atmosfera.

terça-feira, 13 de março de 2007

Deixem conduzir o Mantorras

Se o Mantorras conduzir como joga no Benfica não vejo grande problema. Aquece o motor, dá umas voltinhas ao quarteirão durante 10 ou 15 minutos, umas quantas aceleradelas e depois volta para a garagem.

sábado, 3 de março de 2007

O capitão

Morreu o Bento. Manuel Galrinho Bento, o tipo do bigode e gémeo do polícia maluco da Balada de Hill Street.
Neste momento, em que a nação benfiquista está de luto, recordaram-se histórias do melhor guarda-redes português de todos os tempos.
Desde o jogo em que, contra o Torpedo de Moscovo, defendeu dois penaltis e marcou o decisivo (ouviste Ricardo? não passas de um macaquinho de imitação), passando pela forma como assumiu a defesa de todos os jogadores da selecção nacional em Saltillo, até ao soco desferido em Manuel Fernandes, glória do Sporting e colega de selecção, resolvendo tudo no dia seguinte, com uma almoçarada a dois.
Nascido na Golegã, Bento era sobretudo um produto do Barreiro. Um jogador empenhado, corajoso, habituado às dificuldades da vida. E tinha um coração enorme, aquilo que, na prática, o distinguiu de todos os outros.
O "Público" chamou-lhe "o mais destemido guarda-redes português", e era verdade. Mas era também o melhor. Vítor Damas, o outro histórico, era talvez mais talentoso e sobretudo mais elegante no seu estilo. Mas Bento era o Maior. Gritava incessantemente com os colegas de defesa. Obrigava-os a estar alerta, porque sabiam que se Bento levasse um golo por culpa de algum deles iam levar com os gritos daquele bigode durante toda a semana seguinte. Metia a cabeça onde outros não metiam os pés. Porque era o Bento, porque era o guardião do Glorioso, porque aquela camisola representava tudo, a sua casa, a sua vida.
Ainda o vejo na baliza, uma presença intimidatória apesar dos seus 1,73 mt. Encostadas às redes, guardava umas luvas suplentes, lá dentro um pedaço do corno esquerdo de uma vaca, quem sabe a ligação supersticiosa à terra onde nasceu, um símbolo de onde veio, e de nunca se esqueceria.
Como disse agora o emocionado Toni, a partida de Bento "é como um soco na alma".

Descansa em paz, campeão.

Manuel Bento jogou 18 épocas no Benfica, conquistou 8 campeonatos, 6 taças de portugal e duas supertaças. Foi internacional por Portugal em 63 ocasiões.
Salazar e os freaks dos cães

E, de repente, a linda terrinha de Santa Comba Dão volta a estar sob os olhares do Universo.
A instalação de um museu sobre Salazar e o Estado Novo, na terra natal do ditador, levou à junção, em ambiente tenso, de centenas de "anti-fascistas" e de outras centenas de "Salazar lovers".
Do lado dos "anti-fascistas", uma cambada de velhadas que sofreu na pele o jugo do ditador e do seu sistema, bem como alguns freaks dos cães e jotas afins; do outro, os chamados "populares", que estavam sobretudo preocupados com o facto de "essa malta não ser daqui". Houve ainda uma senhora, aparentemente com menos de 40 anos, que fez questão de se exibir para as câmaras de televisão com gritos de "Viva Salazar". Pior que isso só o xailinho que trazia ao pescoço, que já não se usava no tempo de Salazar.
Brilhante.
Alguns apontamentos, como diz o professor Marcelo.
Em primeiro lugar, os protestos contra a instalação de um museu. Só lá vai quem quer e, para além disso, uma figura de tal forma marcante na sociedade portuguesa justifica um museu, na minha modesta opinião. Tentar impedir a sua instalação é, também isso, uma forma de fascismo.
Depois, desta vez nem sequer apareceram os três neo-nazis de Portugal. Só os velhos de Santa Comba, orgulhosos do seu preconceitosinho contra o que não é da sua terrinha, sobretudo se for de Lisboa.
Tudo isto mostra que Portugal precisa ainda de muitas sessões no divã para resolver questões como Salazar e a guerra colonial, por exemplo.
E mostra, sobretudo, que este cantinho à beira mar plantado continua bastante ridículo.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Batman & Robin



Terá sido pura coincidência o regresso esta semana em simultâneo do "Duo Maravilha - Santana-Morcego & Passarinho-Portas"?

A Direita será salva dos horripilantes e temíveis "Joker-Mendes e do Enigma-Ribeiro e Castro".

Que armas novas e planos deslumbrantes, congeminaram os nossos Super-Heróis na sua "Caverna-Morcega", que sita ali para os lados da retrete da Kapital?

quinta-feira, 1 de março de 2007

Uma parolice conveniente

A cerimónia dos óscares foi dominada pelo Al Gore, o tipo que tem uma mensagem. Para além da música fatela cantada pela Dina deles (ganda vómito de cançoneta), ganhou outros prémios, e o Gore lá se pavoneou pelo palco e pela plateia, todo inchado (literalmente).
Fiquei chocado a tomar consciência de que o aquecimento global, esse fenómeno que o resto do mundo já conhece e dá por provado há muitos anos, é agora visto como uma novidade pelos americanos, a revelação de um segredo que só Al Gore sabia. Na verdade, à pala deste documentário, o assunto está a tornar-se moda, como as operações às mamas (benditas sejam) e a dieta de Atkins. Os camones são assim, precisam que uma coisa se torne cool para, pelo menos durante cinco minutos, lhe dar o mínimo de atenção.
Nem que seja por isso, ainda bem que "Uma verdade inconveniente" está a ter toda esta exposição.

E já agora, como pode ser Al Gore o porta-voz deste assunto? Um gordalhufo daquele tamanho é bem capaz de libertar uns quantos gases para a atmosfera.......
Ah pois é.........

Fátima Felgueiras começou ontem a ser julgada. Entre outras pérolas, a senhora revelou ser perfeitamente natural a existência de sacos azuis em campanhas eleitorais e que, naturalmente, nada fez de errado.
Mas disse mais.
Disse, nomeadamente, que é a "autarca deste país mais preocupada com a lei".
De facto.
Tão preocupada que fugiu para o Brasil ao ser avisada de que seria detida, tão preocupada que escolheu um país sem acordo de extradição com Portugal.
A lei não só a preocupa, dá-lhe umas valentes dores de cabeça.
Já a vergonha na cara, aparentemente não.