A forma sobre a substância
João Cravinho cometeu a ousadia, mais uma vez, de criticar a proposta contra a corrupção aprovada recentemente pelo PS. Disse o senhor que a legislação abre as portas à corrupção e que, em alguns casos, vamos ter "juízes em causa própria", o que, digo eu, me soa um bocado a...corrupção.
Enfim.
Esqueçamos por um momento que Cravinho está no Banco Europeu de Investimento a gozar o seu tacho, e que gosta de armar em Manuel Alegre mas continuar a mamar na teta. A verdade é que ele tem razão.
O que me traz aqui é a fabulosa reacção do PS. Perante as críticas concretas de Cravinho, a resposta oficial do PS é a seguinte: "o Partido Socialista não recebe lições de combate à corrupção do engenheiro João Cravinho". E pronto.
Ah, ok, se é assim estamos conversados.
Nem uma palavra acerca das críticas concretas, nada, zero.
Shame on you, Mr. Cravinho, que te atreves a dizer mal do sacrossanto PS!
Esta resposta, aliás, não deve ter demorado muito tempo a criar. Foi a mesma que deram a Manuel Alegre, ao PC e ao BE para aí umas 50 vezes, relembrando todos os portugueses distraídos que "o PS não recebe lições de esquerda de ninguém".
Ficamos bastante mais descansados.
Mas, na verdade, o Cravinho deve estar parvo. Por que carga de água havia o PS - ou qualquer partido entrincheirado historicamente na máquina do poder - de aprovar uma lei anti-corrupção eficaz?
Mr. Cravinho, goze lá o seu tachinho e deixe de ser inconveniente.
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