segunda-feira, 22 de setembro de 2003

Hoje acordei...

... entre a espada e a parede. A parede era uma parede normal, consistente, estável e com a espessura média, normalmente, exigida às paredes interiores. Embora ocultados pelo reboque imaculado e liso, os tijolos notavam-se que tinham sido bem colocados e bem alinhados, verticalmente, com um fio de prumo. A pintura, de um azul-marinho suave, era igualmente perfeita, tinha sido utilizada uma tinta plástica baseada em emulsão aquosa de copolímeros vinílicos e pigmentos rigorosamente seleccionados. Possuía um brilho semi-mate e revelava uma extraordinária resistência à abrasão e à humidade.

A espada era do tipo florete, utilizada pelos oficiais portugueses em 1806, com o copo e a guarda em bronze dourado e o punho em madeira recoberta a filigrana de prata. A lâmina era de dois gumes, com 82 cm de comprimento e 2,6 cm de comprimento, gravada com motivos de inspiração vegetal. Apesar de, no seu tempo, ser uma arma de pouca utilidade, visto que seria pouco efectiva contra um sabre de cavalaria ou contra um ataque à baioneta, naquele momento estava a deixar-me numa posição deveras desconfortável.

Apesar de todas estas informações inúteis escorrerem-me pelo pensamento, a única coisa que não me conseguia lembrar era o porquê de estar naquela situação.

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