De novo contra os poderes instituídos
Há um fenómeno na blogosfera que não consigo perceber, um fenómeno chamado "O Meu Pipi", o primeiro blog a conseguir uma edição em livro, pela Oficina do Livro e posta à venda amanhã. É fácil perceber porquê, com 221 000 visitas no total, quase 3000 por dia e com posts a chegar muitas vezes aos 2000 comentários, só um burro é que não vê que aqui está o próximo best-seller que irá destronar o recorde de vendas do "Homem que Mordeu o Cão". Os textos do Pipi são muito bem escritos, sem dúvida, o senhor ou senhora (sabe-se lá) que os escreve é alguém, sem dúvida, inteligente e bem instruído, mas na minha opinião quem leu um já leu todos, porque no fundo, apesar de todas as teorias e situações inventadas, os textos não passam de uma enxurrada de caralhadas. O Zézé Camarinha se tivesse cérebro e soubesse escrever conseguiria fazer a mesma coisa. Para mim o Pipi está para a blogosfera como o Fernando Rocha está para o Levanta-te e Ri, o público delira com ele mesmo que haja pessoas, no programa, com infinitamente mais piada. No fundo, é uma fórmula de sucesso fácil, se o Barnabé, o Blog de Esquerda ou o Dicionário do Diabo falassem sobre política com trezentas caralhadas pelo meio também viriam o site meter a subir vertiginosamente. Não percebo como é que certos bloggers, que se insurgem contra Big Brothers e outras brejeirices televisivas ou contra a falta de cultura do público português, são os que reverenciam e linkam o Pipi. Embora o Pipi tenha referências aos Maias, faça ensaios sobre a Cultura Fodenga Portuguesa ou satirize o Diário de Anne Frank, a grande percentagem de leitores não o são por causa destas ardilosas conjugações de cultura e asneiras, são porque, no fundo, é o gajo que escreve sobre fodas e fala mal dos paneleiros. Basta ver os comentários de leitores com nicks tão sugestivos como: ze_tolas, caralhuços man, pixa laboriosa, por aí fora e este é o verdadeiro público do Pipi. Mais uma vez continua-se a alimentar o gosto do público com o que estão habituados a comer!
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