sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Hoje acordei...

... à espera de Godot. Há horas que esperava e o cabrão tardava em aparecer. Parecia uma eternidade, parecia que estava ali há mais tempo do que a puta da árvore desfolhada, que permanecia resistente e completamente imóvel, ao meu lado. Continuava à espera, como detesto que me façam esperar. "Foda-se! Aquele gajo é sempre a mesma coisa, combina com as pessoas e nunca aparece!" Já com o Samuel foi exactamente o mesmo, nunca chegou a aparecer, o coitado quinou sem nunca lhe ter visto as trombas. Estava a ficar farto, o tempo passava e a paciência esgotava-se. "Sete e meia da tarde e nada! Filho da puta! Chega! Esta história tem que acabar e é já!" Tirei um papel e caneta do bolso. "Já vais ver o que é bom para a tosse, ó palhaço!" Bazei daquele lugar, deixando na árvore o papel, no qual escrevi: "Godot, fui comprar tabaco. Volto já."

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