domingo, 18 de abril de 2004

Gatiti

Denuncio mais um acto de terrível violência ocorrido em Oeiras na passada sexta-feira pelas dez horas e trinta locais: Gatiti foi castrado.

Pois é, o meu gato preferido foi sujeito à mais miserável das intervenções médicas e vive agora tolhido, combalido, enfermo, triste e deprimido com um grotesco abat-jour enfiado no pescoçoo, sem ponta de energia e de agressividade, aquela agressividade que não raras vezes me fez, às escondidas da dona do gato (que é muito boazona e já está arrependida e de coração destroçado. Eu consolo), atirá-lo da janela do prédio para a estrada.

Agora tudo isso é passado. Acabaram-se as guerras e ciúmes entre mim e Gatiti, esse novo coitado, essa recente vítima dos veterinários fascistas.

A Gatiti nada mais resta, para os próximos dias, que dormir e esperar que a recuperação seja rápida, sem a ilusão de que seja total. Não será.

Já todos percebemos que a Amnistia Internacional pactua com o crime que de modo reiterado se abate sobre os gatos do nosso país. Alguém tinha que fazer alguma coisa. (Raviolli, já redigiste o abaixo-assinado?)

O Gatiti perdeu um colhão mas ganhou um amigo para a vida. Heis-me.

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