quinta-feira, 22 de abril de 2004

O Revisor

A coligação do poder (ou o Eixo do Mal, como preferirem) e o PS anunciaram hoje o magnífico acordo de revisão constitucional.
De tantos projectos, entre eles a completa lavagem da recente história portuguesa (na linha do R desaparecido), não sobrou quase nada. De substancial, destaca-se o reforço dos poderes das regiões autónomas, que só uma mente maldosa poderia confundir com uma vitória pessoal de Alberto João Jardim.
Mais uma vez, banalizou-se a revisão constitucional. E isto apenas porque a coligação quer reescrever a história e a matriz da democracia portuguesa, e o titubeante PS embarcou na conversa da revisão para não ser chamado de radical intransigente.
Nesta matéria, sobretudo no que toca às pretensões neofascistas da maioria do poder, há que ser intransigente. Mais, há que gritar não, bater em quem for preciso, pôr bombas no hemiciclo.
O PS mostrou, mais uma vez, a sua adoração ao totem do centrismo. Não está nem cá nem lá. Está algures, onde quer que cheire a poder.

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