segunda-feira, 31 de maio de 2004

Era impossivel esquecer!

Esta semana, a propósito da exposição retrospectiva, comemorativa dos 40 anos de carreira da artista Orlan, a Pública dedicou-lhe uma entrevista de várias páginas mas bastou ler a primeira página para perceber; a pouca informação do jornalista, que referia o ano de 77 como a data da última visita da artista a Portugal e a falta de memória da própria, que dizia ter vindo cá pouco tempo depois fazer uma performance vestida com uma tela onde se projectava a imagem do seu corpo nu.

Pois bem! Eu podia quase jurar que me cruzei com essa senhora nos anos 90, em Lisboa para a exibição de um dos seus filmes, a convite da Galeria ZDB para o Festival Atlântico
Como poderia eu esquecer a sua figura insuflada de mulher coruja, enquanto comentava o video da cirurgia plástica na qual implantou duas pequenas bossas nas têmporas que ainda hoje mantém.
Como poderia eu esquecer o eco da primeira pessoa a tombar na plateia, poucos minutos depois de se apagarem as luzes! Quando abri os olhos e aproveitei a agitação para me lançar escadas abaixo, sair para a rua e vomitar mesmo á porta!
Em 1977 contava apenas um ano de vida, nessa altura Orlan se a vi foi a personificação do medo mas não me lembro...

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