segunda-feira, 14 de junho de 2004

Até sempre

Um gajo já não se pode ausentar do país e começa tudo a morrer! Aplaudi efusivamente o óbito desse canalha que dava pelo nome de Ronald Reagan, sentindo o normal pesar pelo desaparecimento de Sousa Franco e Ray Charles, uma combinação curiosa. Mas, acima de tudo, queria evocar aqui uma figura algo esquecida em Portugal, e que também nos deixou na última semana. Falo de Lino de Carvalho, deputado comunista com quem tive a oportunidade de conviver por motivos profissionais. Desde os tempos de acérrima defesa da reforma agrária ao último debate parlamentar, Lino de Carvalho foi um exemplo de humildade, competência e honestidade, qualidades que tanto escasseam no nosso parlamento, especialmente em época de coligações pré-fabricadas. Depois de Luis Sá e João Amaral, o PC sofre novo golpe, talvez menos mediático, mas igualmente penalizador.
De Lino de Carvalho guardarei a memória de um combatente incansável na defesa dos mais desfavorecidos, e de um homem que não esquecia isso, que estar cá é ser homem (e mulher), de corpo inteiro e de braço dado áqueles que de nós precisam.
Até sempre, camarada.

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