sexta-feira, 27 de agosto de 2004

O Capital, o tal do gostinho especial
Na mega-desinteressante entrevista que Santana Lopes deu à Visão, apenas a trigésima quinta vez que dá "exclusivos" à imprensa desde que foi eleito...aaa.., pronto, desde que é PM, o homem-gel explicou a sua visão da retoma do país.
"A única possibilidade que temos de alcançar o progresso é criando mais riqueza, através do aumento da produtividade e do investimento", diz ele.
Uma frase bem elucidativa da visão económica e sobretudo social que é partilhada pelos três partidos do eixo do poder, PSD, CDS e PS.
Progresso é, para mim, sobretudo justiça. E a justiça não passa, ao contrário do que alguns liberais afirmam, pela criação de mais riqueza. Progresso, e como tal justiça, é a distribuição justa da riqueza existente, e que a criação de nova riqueza seja distribuída da mesma forma.
Progresso não pode ser a obsessão de fazer dinheiro para dar mais a quem já tem muito, e menos a quem quase nada tem.
A produtividade é a desculpa para continuar a exploração.
Acredito que chegará o dia em que as sociedades terão de parar para pensar, percebendo então que o "progresso" de um país não se mede pelo PIB ou pela quantidade de dinheiro que gera, mas sim pela forma justa como este é distribuído e o nível médio da qualidade de vida de um povo.
Acredito que lá chegaremos. Mas se não chegarmos não seremos uma espécie que mereça melhor sorte.

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