sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

Casa de passe
Portugal é, cada vez mais, uma casa de passe. Ainda por cima das manhosas, em que pagas bem por material de fraca qualidade. Mais dia menos dia haverá o passe do português, um documento que qualquer cidadão nacional precisará para, apenas, se mexer.
Se queres ir para outro lado, numa estrada, pagas; no futuro, se quiseres entrar em Lisboa de carro, pagas; e agora, mesmo a pé, se queres entrar no Castelo de São Jorge, pagas.
E pagas para quê? Ninguém sabe.
Se no caso dos carros ainda se pode perceber, por causa do trânsito e do custo ambiental, os torniquetes no Castelo são, no mínimo absurdos.
Porquê o Castelo? Para taxar a vista? E os outros miradouros? E a avenida da Liberdade? E Monsanto? E a Rua da Betesga? E Chelas?
Somos dos países europeus que mais paga em termos de impostos, e em troca recebemos o quê? Serviços de merda e má-vontade.
Pagamos impostos, alguns municipais, para que o nosso país e as nossas cidades estejam bem cuidados. Mas depois, pagas outra vez, para ter exactamente a mesma merda.
A Câmara de Lisboa, depois da febre dos cartazes (já reparou que estes claramente diminuíram depois do outro ir para a incubadora?), continua na sua actuação de merceeiro de bairro, roubando nos pesos para fazer mais uns trocos.
Andas de metro, pagas, e de seis em seis meses os preços aumentam. Páras o carrinho, pagas, que os sapos andam à coca (s).
Mas pagamos impostos para quê? Se é assim, não pagamos nada, e depois é tudo avulso, pagas para utilizar seja o que for, o que na prática é já o que acontece, com a diferença de que agora já foste roubado à partida.
E quem nos paga o que estes pseudo-governantes nos andam a fazer, e às nossas cidades?

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