terça-feira, 7 de dezembro de 2004

A Puta
Há putas de muitos géneros e feitios. Há putas finas, putas rascas, putas do Intendente e putas do Champanhe, mas a melhor puta de todas é a puta política, e esta tem um nome: chama-se PSD.
Depois de Cavaco Silva ter começado a pontapear a incubadora, ainda ao de leve, Santana baixou a calcinha e, num gesto que faria inveja a Paulo Portas, deu o cu ao professor, avançando-o como o candidato do PSD à presidência da República. É claro que este preferia cagar um pé todo, calou-se durante uns dias e deixou o bébé a falar sozinho. Depois, quando falou, escangalhou-o de alto a baixo, mas a puta, ainda assim, não se deixou intimidar.
E agora, meus amigos, tudo se tornou ainda mais claro.
No congresso do PSD, em que foi inaugurado o hino partidário mais estúpido da história, incluindo o hino escrito pessoalmente por Mugabe, o partido laranja encheu-se de brios, decidiu que ia mudar de vida, deixar a dura existência de puta, e todos se atropelaram para assobiar o CDS/PP, mais que o seu cliente mais assíduo, o seu verdadeiro chulo.
Perante a evidência de que o PSD caminha para o merecido (e muito antecipado) desastre eleitoral, os laranjas deram depois um flik-flak à rectaguarda, mostrando a flexibilidade conseguida a custo de muita foda em bancos de trás e quartos sem espaço. De repente, "We love PP" era o novo slogan do PSD, perdão, do PPD/PSD.
Portas percebe, ri-se, diz que vai sozinho. O bébé fica com medo, porque sabe que vai perder de qualquer maneira mas não quer perder sozinho, e anuncia que está aberto (claramente) a uma plataforma alargada a outros partidos (quem?! o PPM?! O Grupo Excursionista Vai Tu?!).
Portas percebe, ri-se, e faz-se difícil. Sabe que a puta está à sua mercê, e que desta vez é a puta quem tem de pagar. Exige quarenta mil deputados, morangos frescos das montanhas do Tibete e um enrabanço diário por um marinheiro Jean-Paul Gaultier. E o PSD vai pensar. Ainda pensa.
Portas, o velho frouxo de mangalho mas forte de garganta (funda), começa a baixar de novo as calcinhas, mas desta feita não vai ser, pela primeira vez, o encavado. O encavado é o PSD, e Santana o corno manso e o novo chulo, que entrega a sua putinha fashion às desajeitadas investidas de Paulo Bordas.
Triste fado nesta opereta de bordel.

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