Long live the king
Hunter S. Thompson, ou como eu gosto de lhe chamar, "o máiór", suicidou-se ontem, na sua casa nas montanhas do Colorado.
Thompson, de 67 anos, matou-se com um tiro na cabeça, pondo um triste fim a uma vida de escrita, drogas, curte, alcool e uma crítica social que não encontra paralelo.
Descobri os seus escritos há uns anos, quando um antigo namorado da minha irmã, na altura preso, me enviou um dos seus livros quando descobriu que eu tinha começado a escrever.
Era uma grande colectânea de cartas, chamada "Proud Highway", e é uma das mais deliciosas coisas que já li.
Fiquei agarrado, e fui comprando lá fora os livros que não existem cá dentro, consumindo quase tudo o que consegui encontrar. Descobri então a vida deste homem, jornalista por acidente, escritor e alcoólico por militância, rebelde e genial por natureza.
Foi o inventor do que chamou de "Gonzo Journalism", um estilo muito próprio que colocava o jornalista no lugar central, como protagonista, cagando de alto para a pseudo-objectividade desse ofício.
As suas crónicas sobre a campanha presidencial norte-americana de 72, salpicadas pelas suas ressacas e por inúmeros esquemas para arranjar as drogas mais estranhas, são um marco na história da cobertura política por jornalistas.
Sempre foi um marado, "bigger than life", e agora matou-se.
Hoje beberei um copo por ele.
Recomendo qualquer livro dele, mas especialmente "Proud Highway: the fear and loathing letters vol.1" e "Fear and Loathing in Las Vegas", disponível em Portugal.
Long live the gonzo king.
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