quinta-feira, 19 de maio de 2005

O défice, again
Em semana de futebol, o Governo lá foi aproveitando para ir largando as más notícias, entre elas a de que o nosso tão estimado défice estará perto dos sete por cento. Isto a mim, como à maioria dos portugueses, não me diz absolutamente nada, sobretudo quando o Benfica está a um ponto de ser campeão.
Mas vale a pena dizer algumas coisas.

1- Quem começou esta brincadeira do desgoverno das contas públicas não foi o Guterres, como se tornou moda dizer: foi o Cavaco, o Mr. Bolo-Rei.
A única diferença é que, na altura do Guterres, se começaram finalmente a fazer contas, porque foi a partir dessa altura que esta história do défice começou a interessar para contentar Bruxelas.

2- Lembram-se das intervenções televisivas do nosso amigo Cagão Feliz? Os "Serões em Família", em que ele prometia falar verdade e explicava o défice ao povo com exemplos da vida diária da sagrada família? Pois. Foi essa transparência que fez trinta mil falcatruas (ex: CGD) para apresentar um défice mentiroso de 2,9%, para agora se saber que o buraco real está perto dos 7%.

3- O Governo actual está a preparar um plano para apresentar a Bruxelas, para apaziguar a Comissão Europeia de modo a que ela, essa malvada, não nos multe. Ora quem está na Comissão Europeia? Pois é, nada menos que o Mr. Barroso, o nosso antigo Durão, que ajudou como poucos a cavar a sepultura das nossas contas públicas.

4- E, por fim, uma questão. Quem é que vocês acham que vai pagar a crise? Quem tem mandado no país e a criou, ou os suspeitos do costume?

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