Under the influence
Luís Nobre Guedes, o ex-ministro do Ambiente que queria barrar a Sócrates a entrada em Coimbra e nem sequer conseguiu ser eleito, foi constituído arguido num caso de tráfico de influências, juntamente com alguns amigalhaços ligados ao PP e ao divino grupo Espírito Santo.
Quanto a isto, não há muito a dizer. Talvez recordar os cartazes do PP, em que a palavra "Credibilidade" sublinhava as poses Burberry e Ralph Lauren. Talvez recordar a frase gasta de que o PP tinha sido o último reduto de competência do desastroso último Governo.
Ou talvez resumir toda esta situação na bela e adequada frase "I'm loving it!".
Tudo isto para falar no tráfico de influências, ou outra forma de dizer essa coisa tão portuguesa, a cunha.
António Guterres, sem futuro político interno, concorre agora para um lugar qualquer para tratar dos refugiados, na ONU. Portugal, como é óbvio, apoia. Mas Portugal, o ex-grande luso pequenino, faz mais que isso. Intercede junto dos espanhóis, dos norte-americanos, dos alemães, do Putin, de toda a gente.
Pelo que tenho lido, falta apenas o apoio do Ratzinger e do Mourinho para que todas as personagens mais importantes e fantásticas do mundo entreguem ao engenheiro o tão invejado lugar (?).
Ou seja: há um emprego em disputa, neste momento com três candidatos; apresentam currículos, prestam provas, são entrevistados pela ONU; mas, pela calada ou nem sequer isso, a diplomacia mexe-se sem parar, pressionando e influenciando quem toma a decisão.
Pior: é o próprio Estado português, cujos principais políticos se armam em defensores da moral pública, quem pressiona, influencia, sugere, compra, corrompe, nesse amiguismo tão típico do nosso Portugal da cunha.
E fá-lo de peito aberto, sem vergonha, admitindo que "estamos a garantir os apoios que consideramos decisivos".
Haja vergonha na cara.
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