terça-feira, 13 de setembro de 2005

Futebol: essa arte ideológica

Ao ver o FCP e o SLB desta época, algumas ideias ocorrem-me.

Por um lado temos o Porto, a jogar bem, ultra-disciplinado (nem um porra! consegui ler nos lábios dos jogadores), mais certos que uma linha de montagem de uma fábrica japonesa.

No extremo oposto temos o Benfica, o pior começo de temporada dos últimos cem anos, jogadores de merda cada um a jogar para o seu lado, "caralho, pá" a fazer de vírgula e uma colecção de cartões de fazer inveja a qualquer fanático do Magic, The Gathering.

Ora o facto de os dois treinadores serem holandeses talvez explique muita coisa, senão vejamos, Co Adrianse é o típico holândes conservador a roçar o neo-fascista. Que outro adjectivo pode haver para alguém que expulsa um jogador da equipa porque este se recusou a cortar as extensões? É um exemplo que a corrente autoritária tem os seus resultados, afinal a Mocidade Portuguesa eram uns moços bem arranjadinhos, tementes a Deus e fiéis ao "clube"!

O Ronald Koeman, mais novo, é um herdeiro da geração flower power, paz, amor, charros pá tola... somos livres, cada um faz o que quer, liberdade acima de tudo, mas até agora poucas ideias sobre como meter uma equipa a funcionar... algo parecido com muitos dirigentes e militantes do Bloco de Esquerda.

Portanto, de um lado temos a Holanda conservadora personificada no Senhor Co e o sua Mocidade Tripeira do outro temos a Holanda liberal do Senhor Koeman e da sua Comuna Benfiquista.

Apesar de todos os defeitos, fico-me pela liberdade, nem que signifique jogar mal como a merda, ter o Carlitos e o João Pereira.

E se a Segunda Guerra Mundial teve o seu dia D, porque é que o Benfica não pode vir a ser campeão?

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