Um bom ano
2005 foi, para mim, um bom ano.
Duro, difícil, problemático, e por isso mesmo muito interessante.
Foi o ano em que finalmente perdi a vergonha e comecei a enviar livros para as editoras, para receber a temida rejeição.
Foi o ano em que recebi uma proposta para mudar de emprego, e que não tive medo de aceitar.
Foi o ano em que arranjei o meu gato, que já faz parte da casa tanto como eu.
Foi o ano em que muitos casais amigos se separaram, todos de forma surpreendente. Uns ficarão melhor, outros pior, mas todos fazem o seu caminho.
Foi o ano em que o meu pai foi operado ao coração e ficou internado após algumas complicações, e a primeira vez em que senti o medo real de o perder. Está vivo e bem, e agora sei bem a falta que ele me faria.
Foi um ano em que fui obrigado a estar vivo todos os segundos. Alerta, vivo, atento, sensível, duro, frágil e forte ao mesmo tempo.
Há um ano atrás, 2005 não me metia medo nenhum, porque eu sentia que seria um ano igual aos anteriores.
Felizmente não foi assim.
2006, que está prestes a começar, dá-me um medo do caraças por causa de todos os desafios que aí vêm, mas dá-me também uma pica desgraçada para os enfrentar.
E é assim que eu gosto.
Estou vivo.
Desejo-vos um óptimo 2006.
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