quinta-feira, 18 de maio de 2006

É que já não há respeito!!!

Meus amigos, a situação é grave.
Estava eu ontem descansadinho da vida a ver televisão e aparece a merda de um anúncio ao Epá, o meu gelado preferido de sempre.
E pronto, foderam tudo.
No anúncio, todo modernaço, feito pela Pixar de Rio de Mouro, aparece a mãe do Epá, uma senhora chamada qualquer coisa tipo Ermelinda Epá, a falar de como os gelados são saudáveis e que o filho gosta muito e "é como comer um iogurte".
Foda-se.
Depois aparece o cabrão do puto, com o puto Supermaxi (que é um cão) e o puto Perna de Pau (que é um pirata).
O problema é que são uns paneleiros, os putos dos gelados. O cão quero que se lixe, e o pirata sempre mandou um bocado para o abafa o pavio, mas o Epá, meus amigos, o Epá, nunca pensei que lhe fizessem uma coisa destas.
Aparece a cantar uma música de merda, tipo Anjos ou DZRT, a dançar à Take That.
O sacrilégio, meus amigos!
Sem eu saber como nem porquê, o Epá transformou-se nos Morangos com Açúcar (mesmo que eles digam que não tem açúcar. E já agora, quem foi o atrasado mental que quis vender o Epá como um gelado sem açúcar?! Isso é para gelados de gaja, tipo Magnuns ou mini milks, e qual é o propósito de comer um gelado porque faz bem?! Metam um espargo no frigorífico e chupem.).
O puto do Epá tinha estilo. Andava de boné (antes de todos os xungas de Portugal terem descoberto a moda, lembram-se?, quando o boné era uma cena para tapar o sol?), de mãos nos bolsos e olhar cabisbaixo. Era um looser suburbano, um outsider, um anti-herói, um tipo fixe com quem um gajo se podia identificar. Iria crescer e tornar-se um grande escritor alternativo, um razoável mecânico ou um suicida, mas nunca membro de uma boys band. E a mãe, a Ermelinda Epá, dona de casa toda betinha arranjadinha, que ganda barrete. A mãe do verdadeiro Epá trabalhava num emprego de merda, perdia horas nos transportes e não tinha tempo para o filho; ou era mãe solteira que sofria dos nervos; ou ainda era uma agarrada ao cavalo, mas adorava o filho. Qualquer merda. Qualquer merda menos isto.
Mataram o Epá (já nem pastilha tem, porque os coitadinhos dos meninos podem engoli-la, coisa que eu sempre fiz porque acontecia e porque era suposto e nunca ninguém morreu por causa disso).
Os cabrões dos publicitários mataram o Epá.
Ainda bem que o Calipo não tinha mascote, senão hoje em dia era o Castelo Branco.
Estou triste.
Estou indignado com a Olá.
Isto foi a gota de água. A partir de agora, Menorquina forever (a Camy é para frouxos).

Sem comentários: