quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Iniciação a uma vida banal

Escrevo na ressaca do “heróico” empate arrancado pelo Benfica na Dinamarca. Ressaca talvez não seja a palavra mais indicada. Ressaca sugere festa, excesso, atrevimento anterior, e o jogo desta noite foi tudo menos isso.
Custa-me escrever isto mas o Benfica é, actualmente, uma equipa banal. Banalíssima. Um Belenenses a nível europeu. Uma amiba.
Não jogámos a ponta de um corno. Os loirinhos tentaram mas não sabiam mais, mostraram bem que não sabem jogar à bola. O Benfas nem tentou. O nosso único momento de brilhantismo foi protagonizado por um jogador com nome de aspirante a mecânico, um tal de Paulo Jorge, Pájó para os amigos.
É triste, meus amigos.
O Glorioso acabou o jogo a passar para o lado, a assobiar para o lado, a andar de lado. A fingir que não estava num campo de futebol, mas numa divagação filosófica sobre o nada e o seu significado. À imagem do seu treinador.
Fernando Santos, o engenheiro, disse que essa postura da equipa, de jogar para o lado e para o empate, tinha sido um erro.
Mas foi este engenhocas, que tem a mesma capacidade motivacional de um caracol, que defendeu, antes da partida, que “um empate não seria um mau resultado”.
Xôr engenheiro, faça-me o grande favor de ir à merda. O Benfica é o maior clube português, foi duas vezes campeão europeu, esteve presente em sete finais. O Copenhaga é uma equipa de curling. Um empate não é mau, é terrível. Mais terrível só a falta de confiança e ambição deste engenheiro sem obra.
Sei que o Glorioso não é uma grande equipa. Sei que é de longe o mais fraco dos três grandes, neste momento. Mas também sei que o Benfica não se pode esconder, não pode fugir, não pode armar-se em tímido.
Podemos cair, mas já agora que o façamos como homens. Não como burocratazinhos que só sabem ajeitar a gravata.
Não transforme o Benfica no seu Estoril, xôr engenheiro.
Dedique-se a fazer pontes e estradas, porque de futebol vosselência não entende nada.

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