quarta-feira, 20 de junho de 2007

LAURO ATÓNITO APRESENTA.....

..."Lady Chatterley", de Pascale Ferran.

Ora bem, por onde começar?
A história é sobejamente conhecida: uma tipa inglesa da classe alta, cujo marido andou na guerra e agora anda de cadeira de rodas, fica embeiçada pelo caseiro da sua grande propriedade, e entretém-se a comê-lo alarvemente. Ah, e tudo isto no meio da natureza. E às vezes na cabana do caseiro.
E prontos.
Depois, a história é inglesa (DH Lawrence), passa-se em Inglaterra, as personagens são inglesas, mas o filme é francês e as personagens falam todas em francês. É um bocado tipo o Alô Alô mas ao contrário, ou paralelo, ou qualquer coisa parecida.
Depois ainda, são quase três horas de filme. Três horas em que a senhora vai ter com o caseiro (que é um tipo abrutalhado que faz merdas em madeira e caça) e depois eles fodem, vestidos, como convém. Depois despem-se um bocado mais para o fim do filme, mas este não ganha muito com isso. E depois aquilo acontece outra vez. E depois outra vez. E depois outra. E, curiosamente, sempre da mesma maneira, o que me deixou a pensar qual seria o objectivo da realizadora em filmar umas cinco vezes uma cena praticamente igual. E depois de a realizadora perder uma boa hora nestas brincadeiras, e a filmar a natureza (provavelmente a única parte do filme que até escapa), a película começa a bater as duas horas e tal e toca de despachar tudo com uma narradora que a gente não sabe quem é e que aparece do meio do nada.
Enfim, é um filme chato como só os franceses conseguem fazer (e atenção, eu até gosto do semi-chatismo dos franciús, mas custa-me um bocado engolir o chatismo total e absoluto que é este filme, e pelo qual paguei a módica quantia de cinco euros e meio).
E é um filme de gaja (ah, o acordar para a sexualidade adormecida! ah, o acordar para o desejo de maternidade!) como só uma tipa francesa poderia fazer.

A Premiere disse "É enquanto abordagem da descoberta da sensualidade e do erotismo por Lady Chatterley que a obra se impõe. Ferran fixa detalhes que vão adensando a personagem principal e criam um crescendo na fixação do despertar dos seus sentidos".

Já o Público salienta que "Por alguns momentos, o espírito da anarquia sentimental e vitalista do Renoir de "Partie de Campagne" ou do "Le Déjeuner sur l''Herbe" parece reviver. Não é pequena proeza".

Já o Vodka Atónito complementa com "GAAAAAAAAAAAAANNNNDAAAAAAAAAAAAA SEEEEEEEEEEECCCCCCCCCAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!".

ps - para os tarados que frequentam este tasco que ficaram curiosos com a coisa da sensualidade e do erotismo, caguem nisso. É barrete. Cinco euros no animatógrafo ainda dá para qualquer coisinha.

2 comentários:

Gato Lik disse...

Li mesmo a tempo este POST, ia ser arrastado para essa merda, de certeza absoluta....enfim o que um homem faz para não ter de mendigar sexo.

Mad disse...

Como eu te compreendo... só não achei graça ao comentário machista "é um filme de gaja", quando nem as gajas já têm pachôrra. De resto, achei o post hilariante. Posso voltar?