domingo, 7 de setembro de 2008

Justiça

Tenho acompanhado razoavelmente a campanha para a presidência norte-americana. Obama continua o seu caminho, adorado na Europa e dividindo ao meio os americanos.
Na convenção republicana, McCain apresentou a sua vice-presidente. É Sarah Palin, que veio trazer à campanha republicana o elemento que faltava num discurso "Deus-Pátria-Família" que está já a ter sucesso nas sondagems (2% de diferença, favorável a Obama, quando era de 8% há pouco mais de uma semana).
Todos os ataques a Obama dizem mais dos republicanos do que do candidato republicano. Odeiam Obama porque fala bem (é um falso bem falante), porque fala em retirada do Iraque e não em vitória no Iraque (é um pussy que odeia os soldados e ama os talibans), porque é amado na Europa (e como tal, não pode ser um bom americano).
Quando este ponto foi falado na convenção, McCain quase cuspiu a palavra "Europa", com um desprezo que mostra bem a sua mentalidade. Todo aquele show de God Bless America é do mais transparente que existe. Mostra como essa gente é perigosa para todo o mundo e para os EUA.
Estou convencido de que um povo que vota duas vezes em George W. Bush, depois de tudo, é um povo que não vai eleger um negro e vai dar a vitória a um Texas Ranger alucinado e acabado.
De qualquer forma, e mais do que nunca, os americanos vão ter o que merecem.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Bastard. Concordo contigo que seria preferível (para a América e para o mundo) que ganhasse o Obama. Espero, portanto, que o teu prognóstico esteja errado. No entanto, o discurso de Obama tem progressivamente virado à direita, mostrando que a sua eleição representaria apenas um mal menor. Alguns exemplos: 1) vai manter o embargo económico a Cuba: 2) o plano de saúde que propõe não inclui cobertura universal (estando, portanto, à direita do nosso PP), 3) expressou o apoio ao governo israelita de Olmert contra os palestinianos, 4) votou a favor do Patriot Act (que, alegadamente em nome da luta contra o terrorismo, retringe os direitos e liberdades dos cidadãos), 5) não pretende a abolição da pena de morte, 6) quer intensificar a Guerra no Afeganistão, 7) foi o 1º candidato à presidência desde Watergate a renunciar dinheiros do Estado para a sua campanha, de forma a não limitar as suas despesas, 8) disse que se iria inspirar na política externa "realista e bipartidária do pai de George Bush, de John Kennedy e, em certos aspectos, de Ronald Reagan", 9) escolheu para candidato à vice-presidência Biden, que votou a favor da intervenção no Iraque. Obama pode virar mais à direita? Yes, he can. (lá está a minha geração a manifestar o seu especial talento para os trocadilhos).

Little Bastard disse...

De facto, Obama está cada vez mais God Bless America. Percebeu que é a única maneira de ter hipótese de vencer, mas espero que não acredite em toda aquela bullhshit de povo adorado por Deus. Não sei. De qualquer forma, é claramente um mal (muito) menor.

MBA disse...

Tens que ler um livro chamado "The Right Nation" onde os correspondentes da Economist nso EUA explicam de onde vêm e para onde vão os neocons, e porque é que um gajo como o bandalho idiota do Bush tem tanto sucesso.

Não é uma questão de concordar ou não, é uma questão de perceber aquela expressão "o excepcionalismo americano".